Futuro Planejado - Capitulo 8

Continuei comendo meu café da manhã, estava um pouco assustada e enrolando ao maximo. Quando ele terminou, obviamente primeiro que eu, se levantou e subiu as escadas em direção ao quarto sem dizer uma só palavra e então eu respirei fundo.

Terminei meu café e fui sentar na sala, era uma segunda estava passando desenho na televisão, fiquei ali sentadinha assistindo. Senti algumas lagrimas rolarem pelo meu rosto, queria muito falar com a minha mãe, mas meu celular estava lá em cima no quarto muito provavelmente e lá eu não iria. Olhei o telefone residencial, contando que eu estava na minha casa eu poderia usar ele sem problemas... eu acho.
Sem pensar uma segunda vez eu tirei do gancho e disquei o numero da minha casa, quer dizer ex casa. Chamou duas vezes até a Dani atender.
- Residência dos Abrahão quem deseja?
- Oi Dani, aqui é Sophia.
- Oi Sophia, como está?
- Tô bem! Deixa eu falar com minha mãe, ela ta ai?
- Um momentinho que eu vou levar o telefone.
Ela caminhou alguns passos e eu ouvi quando disse a minha mãe que era eu no celular.
- Minha filha linda!
- Ah, oi mãe. É tão bom ouvir sua voz!
Mas uma vez eu tava chorando.
- O que foi minha linda?
- Eu tô com saudade, eu não quero ficar aqui, eu quero ir pra casa.
- Meu amor, não fala assim...
- Mãe eu não gosto dele, ele é grosso e mandão.
- Ele te agrediu filha?
- Não mãe, mas eu tenho medo.
- Ele não vai fazer nada meu amor.
- Não quero arriscar.
- Filha, você não pode voltar, só ele pode te dar o divorcio.
- Então vou ficar casada pra sempre.
- Também não é assim meu amor.
- Claro que é mãe.
- Você aprende a ama-lo filha.
Suspirei não acreditava nem um pouco naquilo.
- E o Léo?
- Filha, esquece esse rapaz.
- Mas mãe...
- Ele não é nem vai poder ser nada seu meu amor.
- Quando eu paro pra pensar eu fico com uma raiva do seu pai.
- Não diz isso, foi tudo pensando no seu bem.
- Logico que não, vocês pensaram apenas no bem da empresa. Em mim ninguem pensou.
- Claro que pensamos, nós não poderiamos deixar a empresa falir e você ia ser pobre filha.
- Talvez se eu fosse, eu seria mais feliz.
Minha mãe suspirou e não disse mais nada, foram alguns segundos de silencio até que ela falou.
- Filha, você e ele já...
- Não, eu não quis.
- Mas filha, ele é seu marido.
- Mãe, eu não me sinto a vontade pra isso.
- Não vou discutir isso com você, é sua vida intima.
- Vou desligar aqui, daqui a pouco ele aparece aqui.
- Ta bom meu amor, qualquer dia eu vou te visitar.
- Vou esperar mãe, te amo.
- Também te amo princesa.
Ouvi o "tum tum tum" da linha caida e me senti sozinha outra vez.
Me aconcheguei no sofá e fechei os olhos imaginando um mundo feliz onde nada disso estava acontecendo.
-x-
Abri meus olhos e estava deitada na cama coberta com um lençol. Pisquei algumas vezes até que meus olhos se acostumassem com a luz do quarto.
- Como eu vim parar aqui?
Perguntei a Micael que estava deitado ao meu lado me olhando.
- Eu te trouxe, desci e vi você dormindo no sofá.
Me preocupei e olhei por debaixo do lençol pra ver se eu ainda estava de roupas.
- Não se preocupe, necrofilia não é o meu forte.
- Não seria necrofilia, eu só tava dormindo não morta.
Ele deu de ombros e suspirou.
- De qualquer forma, você tava linda dormindo, eu só fiquei olhando.
- Você consegue ser doce as vezes mas depois se torna um mostro.
- Eu não sou um monstro, só não curto ser desafiado na minha propria casa.
- Que também é minha.
- Eu sei, me desculpa.
Ele passou uma mão no meu rosto descendo pelo meu pescoço, isso enviou alguns arrepios deliciosos para minha espinha.

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