Reviravolta - Capitulo 43

- Não grita mamãe – Olhei para Alycia e ela tinha olhos arregalados, estava escondida atrás da perna da Sophia.
- Desculpa filha. – Disse e se agachou pegando nossa filha no colo. – Mamãe não vai fazer mais. - Ela então olhou para nos dois com uma expressão de advertência.  – E vocês, parem com isso. Eu não sou um objeto e não preciso de ninguém para resolver meus problemas.

- Precisa sim. – Falei a olhando nos olhos. – Se o seu pai fez o que fez por causa de mim, eu tenho que me meter.
- Você tem que sumir, ninguém quer você aqui perto. A Sophia não quer, eu não quero, Renato não quer. – Diego falou com a maior autoridade.
- Alycia me quer, isso é o que importa. – Disparei. – Você acha que é pai, mas a filha é minha. Sugiro que não se meta. – Falei sem pensar e quando olhei pelos rostos das pessoas e só então percebi que falei demais. Descendo as escadas ouvimos Renato gritando.
- O que você faz na minha casa? – Todo mundo se virou em sua direção.
- Larissa, leva a Alycia lá pra fora, ela já ouviu demais. – Sophia falou entregando Alycia que se negava a ir. Larissa deu um passo a frente e estendeu os braços pra menina.
- Vem com a dinda meu amor! – Ela tentava, mas a menina estava agarrada a Sophia.
- Não, quero ficar aqui. – Ela falou chorando enquanto era carregada pela madrinha.
- Filha, depois a gente conversa. – Sophia gritou para ela e mandou um beijo, a menina chorava.
- Agora me responde o que faz aqui? – Renato disse firme, agora mais próximo de nós.
- Eu vim ver a minha filha. – Respondi friamente.
- Eu não quero você na minha casa. – Olhei para o lado e vi o sorriso cínico na cara do Diego.
- A menina é minha filha, e eu vou vê-la sempre que eu quiser. – Retruquei sem muitas palavras
- Você tem problemas? – Se alterou novamente. – Esta casa é minha, se retire por favor.

- Pai, ele é o pai da minha filha, merece conviver com ela. – Focamos na Sophia que estava quieta e com uma expressão de medo, agora num canto da sala.
- Não na minha casa. - Renato disse mais forte.
- Sophia, o pai dela sou eu! - Aquele cara se meteu. - Fui eu que estive com ela esses anos, eu sou a referencia que ela tem! - Todos ali naquela sala estavam com os ânimos um pouco alterados.
- Você viveu tudo o que eu queria viver, eu não sabia que tinha uma filha, se soubesse teria feito de tudo para ficar ao lado dela, como vou fazer agora. - Eu falei e quando olhei para Sophia, percebi que ela estava sorrindo.
- Eu vou acabar com a sua vida, seu moleque insolente! - Apontou o dedo pra mim com autoridade e só então eu percebi que aquele sorriso cínico agora estava em meu rosto. 
- Acaba então. Só me matando que o senhor vai me fazer ficar longe da minha filha outra vez. - Meu sorriso se abriu mais.
- Não apareça mais na minha casa.
- CHEGA! - Sophia gritou de novo. - Alycia é minha filha e essa é a vida dela. O Micael tem sim direito de conviver com a filha dele assim como você Diego, também tem. Os dois são pais. Menos você... -Olhou para o pai - Você nunca deveria ter sido pai. É um desastre, um monstro manipulador e se você quiser impedir o Micael de vir ver e brincar com a Alycia tudo bem, proíba. - Ele sorriu e eu fiquei serio, na hora que ia falar ela levantou a mão para que eu ficasse quieto. - Proíbe ele de vir ver a filha, que eu acho outro lugar para eu e ela morarmos, por que agora eu sou adulta pai, e eu sou a responsável pela minha filha.
- Você não pode fazer isso comigo Sophia! - Eu enfim senti que o abalei.
- Posso, eu sou advogada, emprego não me falta. Quero respeito e que a vontade da minha filha seja respeitada também. Ela tem todo direito de brincar com o Micael se assim quiser. - Quando ela terminou de falar eu vi Renato indo em sua direção e me lembrei daquele dia em seu escritório,olhei o namorado dela e ele estava parado que nem o babaca que é, então me coloquei a frente de Sophia e mais uma vez parei a mão de Renato.
- Saia de frente garoto. - Gritou enquanto eu ainda segurava a sua mão.
- Você nunca mais vai encostar um dedo nela, pelo menos não enquanto eu estiver presente e se eu saber que aconteceu ou eu ver marcas no corpo dela como aquela no braço de hoje, vou me esquecer de que você é velho. - Terminei de falar e larguei a sua mão. 
- Isso não vai ficar assim! - Estava com muita raiva, se virou e saiu dali soltando fumaça de ódio. Eu me virei para Sophia, parecia uma criança frágil e então eu a abracei e ela retribuiu, já estava chorando.
- Calma Sophia, já passou! - Falei tentando tranquiliza-la.
- Já pode soltar ela. - Senti uma mão me puxando para trás e sabia que era aquele mala.
- Você é um inútil, ia deixar ela apanhar aqui e não ia fazer nada? - Falei ainda abraçado com ela.
- Claro que eu ia fazer... - Ele começou a falar e eu logo interrompi.
- Ia fazer depois que ele já tivesse batido? Porque antes estava ai com a maior cara de idiota só olhando. Você é um imbecil. As coisas tem que ser feitas antes, tem que ser prevenidas. - Virei para Sophia, dei um beijo em sua testa e a larguei - Vou lá fora ver a Alycia, vou pedir desculpas a ela. - Virei as costas e sai, deixando ali o meu amor e um idiota.

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A leitora que perguntou por que eu demoro tanto a liberar os comentários é simples. Eu só libero comentários quando eu vou escrever o próximo capitulo.

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