Amor Demais - Capítulo 59

- Já esta falando besteira. – Se aproximou de mim e tentou me segurar pelos braços, mas eu me soltei.

- Besteira? Ué, acho que você gosta do tipo de mulher que não é independente, que vive das suas custas. Jessica é assim e eu era assim até conseguir crescer na minha profissão. E é isso que te deixa inseguro. Você é desnecessário. Então bom – Eu já chorava a essa altura e estava calcando as sandálias de novo. – Se você não consegue lidar com o meu sucesso, acho melhor você ir se entender com a Jessica novamente. – Terminei de me calçar e estava indo em direção a porta.

- Sophia, eu só falei essas coisas porque estava com raiva, não era pra você levar tão a serio. – Tentou se redimir mas eu só neguei com a cabeça.

- Desde que eu voltei você tem falado muitas coisas porque estava com raiva e adivinha só? Eu não aguento mais. Se toda vez que você se irritar eu vou sofrer com as suas palavras é melhor a gente parar por aqui de uma vez.

- Sophia, pelo amor de Deus, vamos conversar direito. – Ele agora tinha a voz calma.

- Agora você quer conversar direito? Talvez você não devesse ter gritado comigo antes. – Eu gritei pra ele, mas antes que ele pudesse me responder, a porta da frente se abriu e Laura e Jessica passaram por ela. Isso só fez minha raiva aumentar.

- Mamãe, cê ainda ta aqui! – Laura me abraçou e eu sequei as lagrimas do meu rosto por cima da sua cabeça.

- Mas já to indo filha, depois a mãe vem te visitar. – Minha voz estava tão alterada pelo choro que ela logo percebeu.

- Tá chorando? – Se afastou de mim pra olhar meu rosto, mas eu sorri.

- Estou bem, depois a gente se fala. – Dei um beijo em sua testa e olhei pra Micael, ele tinha os olhos cheios de lagrimas também. – Boa sorte. – E então eu sai, entrei no meu carro e dirigi. Eu precisava da minha cama e da minha casa o mais rápido possível.

- Boa sorte com o que? – Jessica perguntou depois de uns minutos que Sophia tinha saído.

- Nada. – Funguei e olhei no relógio, estava cedo pra Laura estar ali. – Segundo meu relógio, Laura ainda devia estar na escola.

- Minha mãe me levou pra um passeio. – Ela disse contente.

- Isso quer dizer que você não foi pra escola? – Falei serio e ela apenas negou com a cabeça.

- Achei que não tinha nenhum problema ela faltar um dia. – Jessica respondeu antes que eu falasse alguma coisa.

- Claro que tem, sabe o que eu penso em relação a isso. Não quero minha filha matando aula, Jessica. – Disse bravo.

- Ei, calma. – Ela levantou as mãos. – Não fique agindo como se fosse algo frequente.

- Laura, deixa eu conversar com a Jéssica sozinho, por favor. – Ela arregalou os olhos e me encarou.

- Vai brigar com ela também? – Eu apenas fiquei em silencio.

- Vai filha, pode deixar que eu cuido do seu pai. – A menina assentiu e foi dar um beijo nela antes de ir para o quarto. – Não precisa brigar comigo por causa de uma falta.

- Responsabilidade, Jéssica. Só o que eu tô pedindo. – Eu não estava exatamente simpático e com paciência pra ter qualquer conversa que fosse.

- Eu não sou irresponsável, Micael. Você sabe muito bem disso. Para de descontar a briga com a sua namorada no meu passeio com a Laura. – Ótimo, mais uma pra querer brigar.

- Olha, Jéssica, não tô afim de brigar mais. Estou cansado. – Dei de ombros e respirei fundo.

- Então não seja um babaca. Sabe que não teve nada demais.

- Tudo bem, Jéssica. – Me sentei no sofá e ela se aproximou, sentado ao meu lado. – Preciso conversar com você sobre outro assunto.

- Ih, lá vem. – Ela fez cara de medo e eu comecei a rir.

- Boba! – Ela sorriu. – Mas é sério, eu preciso que me entregue a copia da chave. – Fechou a cara na hora e eu suspirei.

- Por quê? É minha!

- Você não mora mais aqui, não tem sentido ter uma copia da chave.

- Mas minha filha mora aqui. – Eu rolei os olhos. – Foi a Sophia que pediu pra você fazer isso né? O que mais ela pediu? Pra você me proibir de ver a Laura?

- Não proibir, ela pediu só pra você avisar quando vier pegar a Laura.

- Ela é uma ingrata, eu a ajudei quando ela precisou e agora ela fica de gracinha.

- Não é assim. Ela não tinha uma copia da chave e nem chegava aqui e levava a Laura. É um pedido bem razoável.

- Tudo bem. – Ela pegou na bolsa as chaves, tirou a minha do molho e me entregou. – Espero que essa sua relação dê certo pelo menos. – Sorriu pra mim.