E mais uma vez eu não tive resposta, já ia dar seis da tarde e eu só sairia dali as oito hoje. Meu coração estava super apreensivo e eu não sabia o que esperar quando chegar em casa. E aquelas horas renderam. A cada dez minutos eu olhava o relógio que tinha em cima da minha mesa, ou pelo menos eu acho que eram dez minutos, já que o relógio se arrastava e tinham se passado apenas dois.
Não tinha concentração pra trabalhar, e acho que só teria quando toda essa historia se resolvesse, isso se é que um dia aquilo tudo ia se resolver.
Quando finalmente deu a minha hora eu sai daquele escritório sem me despedir de ninguém. Eu apenas fui embora gritando um tchau coletivo e entrei no carro o mais rápido possível.
Cheguei em casa em apenas vinte minutos, um recorde pessoal e estranhei ao ver um outro carro e não o de Lua parado em frente a minha casa. Desacelerei e respirei fundo antes de entrar, a pior visão da minha vida seria se aquele cara estivesse dentro da minha casa com ela. Mesmo ele sendo gay, como disse Laura, ele já foi namorado dela algum dia e isso me irritava.
Girei a maçaneta e não vi nenhuma das duas na sala, mas consegui ouvir suas vozes da cozinha. Caminhei devagar e vi tudo que eu sempre quis ver na minha vida.
Sophia e Laura usavam um avental e estavam fazendo a maior bagunça na cozinha. As duas estavam todas sujas de farinha e riam de alguma coisa que deu errado. Sophia nunca foi boa cozinheira. Ver minha família ali, ver o sorriso no rosto de Soph que havia muito eu não o via de forma tão espontânea me fez ficar parado como um bobo olhando as duas.
- Papai. – Laura correu pra me abraçar assim que me viu. Sophia fechou o sorriso e foi tentar se limpar, rapidamente tirando o avental.
- Oi, princesa. – Dei um beijo em sua cabeça. – Oi, Soph.
- Oi, Micael. Desculpa a bagunça. – Ela se apressou a passar um pano no balcão e eu me aproximei, segurando sua mão com o pano.
- Relaxa, não precisa agir como se eu fosse um monstro. – Ela me olhou nos fundos dos olhos e eu tive certeza que ela ia me dizer que eu era sim.
- Só vou embora. – Ela deu de ombros, se livrou da minha mão e voltou a limpar.
- O que estavam fazendo? – Perguntei a minha filha.
- Um bolo. – Ela falou toda orgulhosa de si. – Mamãe estava me ensinando.
- Eita. – Eu ri.
- Ei, o que foi? – Ela me olhou séria.
- Bom, eu lembro que você nunca foi uma ótima cozinheira. – Eu respondi rindo e ela mesmo tentando segurar, deixou um sorrisinho escapar.
- Melhorei bastante viu. – Disse entusiasmada. – Moro sozinha, tenho que me virar.
- Pois é, acho que nunca aprendeu porque tinha um ótimo marido que te ajudava. – Eu ajeitei a gravata e ela caiu na gargalhada.
- Para Micael, você quase não cozinhava. – Bateu com o pano de prato em mim.
- E eu nunca morri, nem a Laura, acho que você não cozinhava tão mal afinal. – Ela riu pra mim, enfiou a mão no saco de farinha de trigo e assoprou um monte bem na minha cara. – Não acredito que você fez isso! – Disse fingindo estar irritado. – Declarou guerra mocinha. – Eu fui dar a volta no balcão pra pegar um pouco de farinha também, mas ela correu pro outro lado.
- Vai ter que estar perto primeiro senhor Borges. – Sorri ao vê-la me chamando do jeito que sempre chamou quando estávamos brincando.
- Laura, pega aqui um pouco e joga nela lá. – Pedi a minha filha que estava só rindo.
- Isso é trapaça, Micael. – Sophia gritou do outro lado da cozinha.
- O mundo é dos espertos, senhora Borges. – Eu sorri esperando que ela parasse de brincar, mas ela só corou. Laura pegou um pouco de farinha e se virou pra Sophia, mas quando eu pensei que ela fosse jogar, ela se virou e acertou no meu rosto.
- Ai, bem feito. – Sophia caiu na gargalhada e eu fiquei olhando pra Laura. – Foi querer trapacear. - Eu peguei mais farinha e joguei na minha filha, logo depois eu corri até Sophia e a encurralei no canto. – Não Micael, não posso ir embora pra casa suja de farinha! – Ela implorou, mas rindo.
- Tô nem ai. – Disse rindo antes de enche-la de farinha.
Nós três estávamos nos divertindo horrores. Eu observei Sophia balançar a cabeça pra cair um pouco do pó e Laura imitou o movimento. Eu passei a mão pelo meu terno que agora teria que botar na lavanderia.
- Ai, meu bolo. – Ela correu para o fogão e tirou o tabuleiro de lá, colocando em cima da pia.
- Pelo menos o cheiro tá bom! – Eu elogiei e ela sorriu pra mim.
- Mas enquanto esfria, nós três vamos limpar essa bagunça. – Ela disse séria e eu tirei o terno e a gravata e nós começamos a limpar toda aquela sujeira.
- Ei, eu não tenho que limpar, estou cansada. – Laura disse e se sentou na cadeira.
- Quem não ajuda, não ganha bolo, e eu vi a senhora brincando também. – Sophia respondeu e eu fiquei só olhando. – Tem que ajudar, não pode ter preguiça.
- Tá bom, mamãe. – Se levantou resmungando e pegou a vassoura e me ajudou com o chão, enquanto Soph limpava o balcão e lavava a louça. Terminamos até que rápido para o tanto que estava sujo. – Podemos comer agora?
- Depois que a senhora for para o banho e nós também, sim. – Eu ri.
- Ah, papai. – Na verdade eu só queria adiar ao máximo porque sabia que depois que comermos Sophia iria embora.
- Vai logo, dona. – Ela foi batendo o pé e no mesmo instante o clima ficou ruim na cozinha. Sophia fingia lavar algo que já estava limpo só pra não ter que virar pra mim e me encarar. – Obrigada por ter vindo. – Tentei puxar um assunto, descontrair.
- É minha filha também, não a deixaria sozinha. – Ela deu de ombros ainda sem se virar.
Posta um bônus hj por favor
ResponderExcluirsophia dificil kkkkk continua
ResponderExcluirSoph meu amor vamos facilitar as coisas né?! Continuaaa
ResponderExcluiressa soph
ResponderExcluirque tal um bônus?kkkk
ResponderExcluirPosta bônus
ResponderExcluirSe peguem sabemos q tao loucos p isso kkkk
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