Nos dias que se sucederam Luiza não atrapalhou mais a gente, na verdade nem deu sinal de vida e eu estava começando a achar a vida normal outra vez. Micael ia trabalhar, eu ficava com Felipe e a casa e quando ele chegava fazíamos amor, apaixonados. Eu estava feliz, e toda aquela insegurança desde o dia em que Luiza voltara, estava diminuindo a cada "eu te amo" que o Micael sussurrava em meus ouvidos.
Eu estava pintando as unhas, sentada no sofá e Felipe sentado no chão brincando com alguns carrinhos. Ouvi a campainha e fui correndo atender, estava cedo demais pra ser Micael, mesmo se tivesse esquecido as chaves e que eu me lembre, não esperava visitas. Ao abrir a porta, minha expressão de surpresa deve ter ficado ainda mais nítida.
- Oi, Sophia. - Luiza disse e sorriu, eu engoli em seco. - Não vai dizer nada?
- Oi, Luiza. - Respondi baixo. - O que quer aqui? - Limpei a garganta e pude falar com mais clareza.
- Meu filho mora aqui, Sophia. - Disse como se fosse obvio. - Fiquei anos longe dele.
- Pensei que tinha esquecido dele. - A olhei fria.
- Não, Sophia. - Revirou os olhos. - Nossa mãe me convenceu a deixar um pouco a poeira baixar antes de vir. Ela não queria confusão.
- Sua mãe. - Levantou uma sobrancelha.
- Roubou meu marido, agora tá desdenhando da sua mãe? - Ela riu de leve.
- Não roubei seu marido, Luiza, aconteceu. E a sua mãe parece que esquece que tem duas filhas, sinceramente ela só pensa em você.
- Ciumes, irmãzinha? - Debochou e eu sorri.
- Eu não, ela não se importa, azar o dela. - Dei de ombros.
- Sabe muito bem que ela te ama, Sophia. - Rolou os olhos. - Vai me deixar entrar ou não? Quero ver meu filho. - Dei passagem e ela foi direto até Felipe, ele sorriu quando a viu e eles se abraçaram. Foi até fofo. Voltei para o sofá e continuei a fazer minhas unhas, deixando eles a vontade.
Felipe saiu correndo pra ir fazer xixi, então Luiza foi olhar ao redor. Toda a decoração estava igual, menos os portas retratos. Todos eram fotos minhas e de Micael com Felipe. Exceto por uma que ficava na prateleira. Ela parou em frente a estante e pegou o porta retrato que eu mais gostava, tinha nossa melhor foto. Nós tínhamos ido á um passeio romântico, comemorando dois anos de namoro, estávamos em uma lancha, nos beijando. Ela pegou e sorriu olhando a foto.
- O que ele fez com as fotos do nosso casamento? - Perguntou ainda sem tirar os olhos da foto.
- Guardou em uma caixa no guarda roupa. - Limpei o esmalte borrado.
- Então é isso que eu sou? Uma lembrança velha numa caixa de sapato? - Me olhou, mas não fiz questão de encarar de volta.
- É o que você era, agora é uma chata que adora perturbar. - Dei de ombros, ela veio se sentar ao meu lado.
- Sophia... - Suspirou e eu a olhei. - Nós sempre fomos amigas, por que é tão difícil agora?
- Porque agora tem o Micael. - Ela pareceu prender a respiração.
- Por que você ficou com ele? - Ela perguntou relutante. - Nunca esperei que fizesse isso.
- Luiza, pelo fato de que nós sempre fomos amigas, depois daquele acidente eu convenci a mamãe e o papai a deixar Micael ficar lá com Felipe durante a recuperação. Acontece que eu vi que ele não era o idiota que eu sempre achei que fosse.
- Vai dizer agora que foi por mim? - Revirou os olhos.
- Tô falando a verdade. Nunca na minha vida eu cogitei ficar com o Micael. - Ela me olhava desconfiada.
- Espero que um dia nós voltemos a ser aquelas amigas de antes. - Ela suspirou
- Quando você desistir e entender que agora o Micael me ama, nós talvez voltemos.
- Isso nunca vai acontecer. - Ela sorriu. - Eu amo o Micael, mais do que qualquer coisa na minha vida. Menos o Felipe claro.
- Eu sei que ama...
Ficamos em silencio e então depois de um tempo o Felipe apareceu correndo. Ele veio para o meu colo, para a surpresa de Luiza, eu sorri e fiz carinho em sua cabeça.
- Tia, tô com fome. - Sorriu sapeca, olhando pra mim.
- Mas já? Acabamos de lanchar, fominha. - Eu ri e ele também. - Ah, mas eu queria danone.
- Ah, agora eu entendi, é fome de besteira né? - Ele assentiu rindo ainda.
- Vai lá e pega um danone pra você! - Ele me deu um beijo no rosto e saiu correndo. Luiza estava me olhando.
- Ele te adora. - Eu dei de ombros.
- Estive junto com ele desde sempre. - Sua expressão era de tristeza. - Gostando ou não, ele me tem como referencia de mãe.
- Eu sou a mãe dele, Sophia. - Falou um pouco alto. - Não me rouba isso também.
- Luiza, sempre mostrei a ele fotos suas, sempre deixei bem claro que eu não era a mãe dele. - Ela relaxou visivelmente. - Já disse, nunca quis tomar o seu lugar.
- Não quis, mas aconteceu. - Deu de ombros.
Ouvimos um barulho na porta da frente e eu sabia que Micael estava chegando. Eu estava pensando que ela iria embora antes que ele chegasse, mas aconteceu que não. A porta se abriu e meu namorado lindo passou por ela, ainda sem notar a presença de Luiza ali no sofá. Me levantei e fui até ele com um sorriso de orelha a orelha. Bloqueei sua visão de Luiza e ele então me beijou, sem dizer nada.
- Estava com saudades, amor. - Falou alto e eu sorri.
- Eu também, meu lindo. - Me deu outro beijo, mas esse foi rápido.
- Meu pai quer que a gente vá jantar na casa dele. - Ele parecia sem paciência.
- Então vamos ué.
- Eu odeio os jantares de familia que meu pai inventa! - Ele disse e então Luiza riu no sofá, fazendo então ele a notar.
- Algumas coisas nunca mudam né Mica? - Ele tinha olhos arregalados.
- O que ela está fazendo aqui? - Perguntou pra mim.
- Veio ver o Felipe. - Dei de ombros.
- Pensei que você fosse lá levar ele, e não que ela fosse vir na minha casa. - Subiu as escadas correndo e nos deixou sem entender nada.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nao entendi a reacao dele tbm kkk cont pelo amor de Deus!!!!
ResponderExcluirMicael Micael. Isso aí Felipe,a Sophia que sempre foi sua mãe. Não acredito nessa Luisa
ResponderExcluirContinuaaa pleaseee
ResponderExcluirA história fica cada vez melhor aa posta mais
ResponderExcluir++++ pf
ResponderExcluir