Amor Demais - Capitulo 29

- Volta com a Sophia pra jantar. – Lua convidou. – Ai a gente vai poder se entender sem brigas.

- Pode deixar, vou tentar convencer ela. – Ele saiu e eu fiquei olhando com indignação pra Lua.

- O que foi? – Perguntou olhando sem entender.

- Você ai toda amiguinha dele. – O ciúme estava estampado na minha voz. – Quando eu arranjei uma namorada vocês não me convidaram pra jantar.

- Você arrumou uma namorada pra tentar esquecer a Sophia. – Ela rolou os olhos. – Pior de tudo é que era chata.

- E ela arrumou um namorado pra quê? – Cruzei os braços.

- Pra tentar ser feliz Micael, uma vez que com você por perto fica difícil pra ela. – Arthur respondeu antes de Lua e eu sabia que estavam ficando com raiva de mim.

- Ei, eu não faço nada. – Levantei as mãos em minha defesa.

- Não? Você dificulta a vida da menina de todas as formas possíveis, você tenta impedir que ela veja a filha, você coloca a menina contra ela, você viu que ela estava namorando e a beijou. – Lua foi contando nos dedos cada um dos meus vacilos.

- Você beijou a minha mãe de novo? – Ela disse sem acreditar, mas eu não respondi.

- Vocês ficaram botando pilha pra isso acontecer. – Disse com raiva.

- Mas não só pra implicar, queríamos que vocês deixassem de ser crianças. – Arthur deu de ombros.

- Agora que esse namoradinho dela tá ai, duvido que não volte pra Nova Iorque. – Eu quis dar a entender que não me importava, mas no fundo, somente a ideia já me deixava mal.

- Ela não pode me deixar aqui de novo. – Os olhos da minha filha já estavam lacrimejados. Lua se ajoelhou e pôs as mãos em seu ombro.

- Então você não pode tratar ela mal. Ela só voltou por causa de você e do jeito que você a tratou hoje, ela deve estar muito triste. – Laura assentiu.

- Mas eu pedi a ela pra não ficar com meu pai. – Ela justificou, eu tinha gostado quando soube, mas agora aquilo me incomodava. – A Jéssica ama meu pai, não merece. – Ela me olhou e eu não sabia o que dizer.

- A Sophia também ama seu pai. Não é justo com a Jéssica, mas é justo com a Sophia? – Lua respondeu por mim.

- Mas a Sophia já está acostumada a ficar sem ele... – Ela abaixou a cabeça e deixou lagrimas escorrerem.

- Olha só, seu pai também tem que amar, e eu acho que o coração dele não pode negar o que sente pela Sophia. Acho que você não deveria ficar pensando nisso. Você gosta da Sophia, não é justo que fique sem falar com ela por causa de coisa de adultos. Se tiverem que ficar juntos vão ficar, senão, não vão. Tudo vai se resolver.

- Tá bom, Dindinha. – Ela a abraçou. – Tio Eduardo já tinha dito isso pra mim.

- Ele não é seu tio. – Eu respondi ignorante.

- Micael, da um tempo. – Lua rebateu no mesmo tom.

- Acho que você tem que pedir desculpas pra sua mãe. – Ela assentiu.

- Ei, gata. – Limpei rapidamente meus olhos e dei uma fungada quando ouvi a voz de Eduardo passando pela porta.

- Oi, amor. – Minha cara com certeza não escondia meu choro.

- Não fica assim, o que aconteceu? – Ele caminhou até o meu lado e se sentou na cama, me puxou para seus braços e ficou fazendo cafune na minha cabeça. – Aquele seu ex, o que tem de gostoso tem de estupido.

- Eu sei, te avisei que ele mudou, ele nunca foi assim. – Dei de ombros num movimento rápido. – mas eu aprendi a aturar os chiliques dele. Tenho certeza que você ouviu toda a nossa discussão.

- Sim, ouvimos. – Continuou os carinhos e eu fechei os olhos. – Mas você se saiu bem, não deixou em nenhum momento ele ficar com a vantagem.

- Mas ele conseguiu, assim que me beijou.

- Meu Deus, eu ganhei um chifre? – Ele riu.