O tempo passa realmente de pressa quando se tem um bebê e lá estava Sophia, magérrima e turbinada pousando para uma marca de biquínis. Tinha reatado o contrato com Beth, mas acordado que por enquanto não sairia do Rio de Janeiro por causa da filha que ainda mamava.
- Será que podemos fazer uma
pausa? – Ela pediu ao fotografo. – Meu peito vai começar a vazar já já. – O rapaz
assentiu e ela pegou uma bolsa e foi até o vestiário.
- Vida difícil hein. – Beth disse
escorada na porta observando a mulher tirar leite com a bombinha.
- É, quando a Mirella não está
perto pra mamãe e meu peito enche dói demais. – Rolou os olhos. – Se não tirar,
não aguento.
- E porque não desmama ela? – Deu de
ombros. – Já que voltou a trabalhar.
- Ela só tem seis meses, muito
cedo. – Beth ergueu as mãos como quem não diz nada. – E o Micael vai surtar.
- Ué, a criança com seis meses ela
já pode comer outras coisas e tomar outros leites, ele não precisa surtar.
- Você não conhece ele e o ciúme que
tem dela. – Bufou. – Mas eu também acho que está muito cedo, mais pra frente,
quem sabe.
- Ok, você é quem sabe. – Deu de
ombros. – Quando fizer, me avise.
- Ué, por quê?
- Tenho uma proposta pra te fazer,
mas só vou falar quando ela já tiver desmamada, pra não atrapalhar nada e você
dizer que fui eu que influenciei. – Beth deu risada. – Depois a gente conversa.
– Deixou Sophia curiosa e saiu do vestiário.
Algum tempo depois a loira já
tinha terminado de tirar o leite voltou e terminou a sessão. – Amei esse
catalogo, todos os biquínis são extremamente maravilhosos. – Elogiou a
estilista da marca. – Parabéns.
- Você que é maravilhosa, Soph. –
A mulher disse simpática. – Obrigada!
Sophia foi se vestir e logo pegou
seu carro pra ir embora. Odiava dirigir, mas toda vez que saia de uber Micael
reclamava do carro parado na garagem. Subiu pro apartamento e sorriu ao passar
pela porta e encontrar os dois no tapete emborrachado na sala brincando com
alguns bichinhos. Mirella dava uns gritinhos fofos e empolgados.
- Oi, meus amores. – Jogou a bolsa
no sofá e agachou pra pegar a menina que vinha engatinhando na sua direção. –
Que coisa mais linda de mamãe. – Encheu-a de beijinhos. – Gostosa. – Se sentou
ao lado de Micael e lhe deu um selinho.
- Como foi? – Perguntou interessado.
– Chegou cedo.
- Pois é, até que acabou rápido,
mesmo eu saindo no meio pra tirar leite com a bomba. – Segurou a menina com uma
só mão e pegou a bolsa do sofá. – Pode ver pra mim se azedou e guardar na
geladeira se não?
- Claro, amor. – Deu outro
beijinho nela e se levantou com uma pequena mamadeira nas mãos.
- E a senhora, brincou muito com
papai é? – A menina era só sorrisos. Se livrou dos braços da mãe e foi buscar
um leãozinho que estava jogado por ai. – Que lindo, meu amor. Dá aqui pra
mamãe! – Estendeu a mão, mas a menina não deu, riu sapeca do meio da sala. Logo
Micael voltou a sala e a menina foi pra perto dele. – Abusada, não me vê desde
de manhã, me dá um beijinho e volta pra perto de você.
- Eu prefiro o meu papai! – Ele segurou
nas mãozinhas da menina que adorava ficar de pé. – Muito mais legal, cheiroso e
incrível que você, mamãe. – O moreno disse com a voz fina.
- Cara de pau! – Ela o olhou de
boca aberta. – Se eu estou fedendo é mais fácil falar.
- Cheiro de leite azedo. – Tapou o
nariz e levou um tapinha de Sophia. – Ai, pede pra falar e depois me bate, vai
entender.
- Vou até tomar banho depois
dessa. – Se levantou, pegou a bolsa pra guardar e ia saindo da sala quando
ouviu o resmungo da menina e se virou para trás. – Você não me quis quando eu
estava ai do seu lado, agora luta, meu amor. – Micael balançou a cabeça e logo
em seguida riu, segurando a filha que estava a ponto de seguir Sophia pelos cômodos
da casa.
- Ei, se acalma que ela volta. –
Disse ainda achando graça. – Foi só tomar um banhozinho e por falar nisso, a
gente tem que trocar essa fralda mijada senão a pepequinha do papai vai ficar
assada.
Se levantou pra trocar a menina e
voltou pra sala quase ao menos tempo que a esposa. Deixaram a menina sentada no
chão brincando e ligaram a tv pra ver algo.
- Sabe, hoje a Beth me perguntou
porque eu não desmamo a Mi. – Ganhou a atenção de Micael que até pausou o filme
que estavam vendo.
- O que essa mulher está se
metendo nisso, Soph? – Ela se afastou para olha-lo, já que seu tom de voz era
bem bravo. – Não está dando palpite demais?
- Ei, está nervoso por quê? –
Cruzou os braços. – Eu só estou te contando coisas do meu dia, será que pode
relaxar?
- É porque eu sei que essa mulher fala
e você faz como se fosse cadelinha dela.
- Micael! – Rangeu os dentes. – Se
fosse assim eu não tinha enfrentado ela pra ter a Mirella.
- Uma vez, Sophia. – Bufou. – Você
foi contra ela uma vez, de resto ela fala e você segue. Voltou a modelar mais
cedo do que a gente tinha combinado por causa dela, não foi?
- Não precisa desse escândalo todo,
eu disse a ela que achava muito cedo também, eu só estou te contando, mas
porra, pra fazer esse escândalo ai, melhor nem contar nada.
- E eu sou trouxa, Sophia? –
Encarou a mulher. – Se você veio falar disse comigo, é porque você, nem que
seja por um milésimo de segundo considerou.
- Eu acho cedo, mas é bem ruim
ficar com o peito vazando o tempo todo. – Rolou os olhos. – Essa é a verdade.
- Não falei, sabia. – Negou com a
cabeça. – Você não teria puxado esse assunto se não tivesse considerado, queria
ver a minha reação, não queria?
- Drama também né, a gente pode
dar formula pra ela, afinal, ela já pega mamadeira. – Deu de ombros. – Vamos a
pediatra e conversaremos sobre isso.
- Você está querendo retomar as
suas viagens não é? – Voltou a olhar no fundo dos olhos da mulher. – Voltou a
trabalhar tem quase três meses e não aguenta mais ficar só por aqui, se for
isso, é mais honesto você dizer que sim.
- Como você fantasia, Micael.
- Fala a verdade, Sophia. – Estava
irritado de verdade. – Recebeu alguma proposta?
- Não, ainda não.
- Mas...? – Sentiu que tinha algo
escondendo.
- Ela me disse que tinha algo pra
me oferecer, mas só quando a Mirella já estivesse desmamada.
- Sabia! – Ficou de pé, rindo. –
Você e esse seu trabalho, sempre ele.
- Ei, você me prometeu que se eu
te desse um filho não ia deixar que isso me prendesse aqui, que atrapalhasse a
minha carreira, não se lembra?
- Eu me lembro, você não precisa
jogar na minha cara. – Balançou a cabeça novamente. – Faz o que quiser. – Saiu da
sala revoltado e Sophia se deitou no sofá, pegou a menina do chão e a colocou
sentada em sua barriga, apoiada nas pernas dobradas.
- Seu pai é uma pessoa tão difícil,
Mirellinha. – Suspirou. – Eu juro que tento entender, fui falar de boa e você
viu a briga que vira né? – A menina ria. – Até parece que a mamãe vai deixar
algo de ruim acontecer com você, se o médico disser que não pode, mamãe não vai
fazer. – Puxou a menina pelos bracinhos q caiu de bruços. – Às vezes ele
esquece que eu amo você também, não é possível.
isso nao ta cheirando bem... 😩
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