Mais tarde, os dois estavam sentados vendo um filme na TV quando a campainha tocou. Micael bufou e olhou pra mulher. – São seus amigos, né?
- Meus amigos? – Achou graça. – Só meus?
- Uhum. – Deu um sorriso de ficou
de pé. – Pra subir direto só se forem eles. Que em dia de semana não tem nada
pra fazer.
- Ah, já é seis horas. – Deu de
ombros. – A essa hora Arthur já saiu da empresa mesmo.
- Você defende, por isso que
chegam do nada. – Foi atender a porta. – Ora, ora, que surpresa. – Disse ao ver
a cara dos amigos. – Eu nem imaginei que fossem vocês.
- Ah, cala a boca, Micael. – Lua
disse de cara e o moreno balançou a cabeça.
- Oi, dindoooo! – Matheus disse
empolgado e Micael o pegou no colo. – Faz um tempãoo
- Faz? – Achou graça. – A gente
não se viu antes de ontem?
- Então, já faz um tempãooo! –
Arrancou risadas dos presentes. Caminharam pra sala onde Sophia estava.
- Olha ai a gravidinha! – Lua
disse empolgada e se sentou ao lado da amiga. – Como está se sentindo?
- Normal, não mudou nada de ontem
pra hoje. – Deu de ombros. – Quer dizer, mudou que eu fiz uma porrada de
exames.
- Ué, continua sem sentir nada? –
Mel perguntou curiosa. Sophia fez sinal com as mãos pedindo o Heitor e a mulher
o entregou. – Que gravidez maravilhosa. A essa altura eu já tinha vomitado
quatro vezes no dia.
- Pois é. – Lua concordou. – Eu
também tive tranquila, mas não assim.
- Será que vocês podem parar de me
agourar? – Pediu as amigas e fez com que os meninos rissem. – Não quero passar
mal não, estou ótima assim.
- Mirelinha tem sete semanas. –
Micael contou empolgado. – Quase dois meses e a gente nem desconfiava.
- Pois é, engravidei praticamente
uma semana depois de parar de tomar o remédio, não esperava que fosse tão
rápido. – Deu de ombros.
- Na outra você engravidou tomando
o remédio, fertilidade não é algo que esteja em falta ai.
- Eu nem estava tomando remédio da
outra vez, eu acho. – Micael a olhou interessada. – Pelo menos não certinho.
- Como assim? – Eles a olharam sem
entender. – Você mesma disse que estava tomando.
- Ah, mas vamos pensar todos
juntos aqui. – Alternou olhares entre eles. – A gente tinha terminado, correto?
– Micael balançou a cabeça. – Tinha uma semana e olhe lá. Lua apareceu no meu
apartamento e eu estava como?
- Fedendo. – Ela fez uma careta
pra Sophia. – Parecendo uma mendiga.
- Se eu não estava nem ai para
banho, vocês acham que eu ia tomar remédio?
- Faz bastante sentido. – Mel
concordou. – Então foi por isso que você sempre teve certeza? Se você tivesse
dito que tinha feito o bebê na noite que o Micael deu um perdido na gente e foi
no seu apartamento bêbado, não teria precisado de um DNA.
- Eu acho que apaguei
completamente essa noite da minha cabeça. – Micael deu de ombros. – Até agora
eu realmente não lembrava que tinha acontecido.
- Do jeito que você estava bêbado,
não me admira. – Ela deu uma risada. – Mas eu aposto que mesmo assim você ia
querer a bosta do exame.
- Lógico que eu ia, vai saber se
era verdade.
- Ei, eu não transei com ele
depois que terminamos. – Ele a olhou incrédulo. – Ah, pronto. Vinte anos depois
e a pessoa não acredita em mim.
- Não tem nem cinco. – Apertou o
moleque que ainda estava em seu colo, entretido com um celular. – Não faz
drama.
- Mas ela está falando a verdade
ué, a gente não transou depois que ela me deu um pé. – Douglas rolou os olhos.
– Agora eu entendo a certeza, podia realmente ter dito antes.
- Não teve sexo, mas teve beijo. –
Arthur alfinetou.
- Mas beijo não faz um filho, faz?
– Sophia ergueu a sobrancelha pra Arthur.
- Chega, né? – Lua pediu. – Quase
toda vez que a gente está junto tem lavação de roupa suja. Será que a gente
consegue deixar pra lá por um instante?
- Sempre acaba nisso. – Sophia
achou graça. – Mas ok, vamos tentar ser civilizados uma vez na vida.
Os seis tiveram um fim de tarde
agradável e a noite quando Sophia e Micael iam sair pra jantar, eles decidiram
acompanhar. Segundo Micael, não se tinha paz.
Os meses foram passando e o casal
já tinha confirmado a espera da pequena Mirellla. O quarto inteiro em tons de
rosa bebê e branco fazia Sophia sorrir quando entrava. A essa altura, já não
estava mais trabalhando, passava os dias em casa aguardando algum sinal de que
sua filha fosse nascer.
Naquela tarde, Micael estava no
trabalho quando Sophia ligou com a voz alarmada. – Acho que a Mirella vai
nascer.
- Quê? – Arregalou os olhos e
deixou cair no chão o garfo que segurava. – Agora? Onde você está? Está
sozinha?
- Num táxi, a caminho do hospital.
– Engoliu em seco. – Ainda estou sozinha, não quis esperar ninguém aparecer lá
em casa pra me pegar. Mas eu estou bem, ainda não estou sentindo dores fortes,
dá pra aguentar.
- Estou indo para o hospital,
aguenta firme. – Comunicou já tirando a dólmã. – Amo vocês. – Desligou a
ligação e desandou a correr pra aprontar as coisas pra ir embora. Antes, passou
na sala de Jorge e saiu entrando, recebeu um olhar feio. – Minha filha vai
nascer, estou indo. – Não esperou a resposta do pai e saiu apressado.
Tentou manter a calma enquanto
dirigia mais a ansiedade o corroía por dentro, precisava estar ao lado de
Sophia nesse momento, os dois tinham se preparado bastante para aquilo. Já na
maternidade ele deu o nome de Sophia na recepção e foi encaminhado até o quarto
onde ela se preparava para o parto.
- Nossa, eu achei que ia chegar
aqui e ela já ia ter nascido. – Micael disse ofegante ao entrar no quarto.
Sophia sorriu pra ele, estava de pé, andando de um lado para o outro.
- Se acalma homem. – Deu de
ombros. – Ainda não estou com dilatação suficiente, medico mandou dar umas
voltas pra ver se ajuda.
- Pensei que ela estava pra
nascer.
- Bolsa estourou, ela vai nascer. –
Afirmou. – Só que aparentemente meu corpo não quer que seja parto normal, estou
apavorada. – Abraçou o marido. – Não quero a cicatriz da cesárea.
- Calma, vai dar tudo certo. – Deu
um beijo no topo da cabeça da loira. – Vamos dançar que ajuda, lembra que lemos
sobre isso?
- Lembro. – Riu com os olhos cheios
de lagrimas.
- Então vamos testar, mal não vai
fazer. – Secou a bochecha da esposa, colocou uma música no celular e logo todo
desengonçado começou a dançar pra ajuda-la.
Aquela preparação levou horas, a
todo minuto um enfermeiro vinha verificar a dilatação até que finalmente a
loira foi encaminhada para a sala de parto. Estava morrendo de dor, as
contrações vinham fortes, eles sabiam: Estava na hora de Mirella vir ao mundo.
Ahhhhhh!😍
ResponderExcluirEu estava morrendo de saudades já. Posta um bônus, por favor. Esse momento é importante demais!
finalmente ela vai nascer 🙌🏻 continua ❤️
ResponderExcluirPoxinha, achei que acompanharíamos mais a gravidez tão esperada da Sophia.
ResponderExcluirMas continua, estamos ansiosos.
Posta mais
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