- Eu claramente exagerei no vinho ontem. – Sophia resmungou na cama. Estava deitada sobre o peitoral de Micael e sabia que ele estava acordado, pois fazia carinho em seus cabelos. – Estou com dor de cabeça.
- Você bebeu o quê? Quatro taças?
Acho que nem isso tudo. – Deu uma risadinha. – Completamente fraca pra bebidas.
- Pelo menos sobre isso eu nunca
menti. – Bufou. – Mas pelo menos a noite foi boa.
- E a noite é ruim sem álcool?
- Você sabe que as coisas são bem
diferentes. – Sorriu de lado, ainda não tinha se mexido pra levantar. – Tudo
fica mais leve, eu sei que você gosta também.
- Você fica dez vezes mais safada,
eu gosto sim. – Sorriu.
- Viu só, outro sem vergonha. – Os
dois riram. – E qual o cronograma do dia de hoje? Não quero fazer nada, só
ficar deitada aqui com você.
- Até parece, daqui a pouco
Mirella aparece aqui com o José. – Balançou a cabeça, achava graça do nome que
a menina tinha dado ao unicórnio de pelúcia com que ela dormia.
- E a culpa é sua, você que quis
filhos. – Brincou. – Você que lute.
- Você disse ontem que devíamos ter
outro filho. – Ela levantou a cabeça e o encarou como se não lembrasse. – Não me
olha com essa cara, as palavras saíram da sua boca.
- Bêbada? Você não devia nem levar
em consideração. – Se sentou na cama. – Não lembro nem de ter dito isso.
- Você não parecia desmemoriada
agora pouco. – Cruzou os braços. – Ficou rapidinho né?!
- Nós vamos entrar em guerra de
novo por causa de algo que eu disse bêbada? – Seguia sustentando a expressão de
seriedade. – Você quis um filho e nós temos um filho, você não vai me obrigar a
ter outro, vai?
- Eu te obriguei? – Arregalou os
olhos. – Larga de ser cara de pau. Não te obriguei a nada.
- Chantagem emocional, você saiu
de casa, claramente me obrigou. – Micael estava realmente ficando irritado logo
cedo. – Ou vai me expulsar de novo?
- Para de falar besteira, a gente
ficou bem tem dois dias. – Respirou fundo e desfez a careta. – Eu não vou te
obrigar a nada, se é o que importa. Eu só comentei o que você disse.
- Eu disse e você ficou todo animadinho
né? – Deixou escapar um sorrisinho. – Deve até ter sonhado com isso.
- Deixa de ser besta. – Sorriu também.
– Eu nem dei ideia pra você quando disse isso, eu sabia que era mais o vinho do
que você falando.
- Sei... – Voltou a encarar o
marido. – Mas o que você pensa da ideia?
- Está realmente me perguntando
isso? – Debochou. – É melhor a gente deixar esse assunto pra lá, vamos acabar
brigando.
- Eu lembro muito bem de quando eu
disse. – Confessou e Micael se surpreendeu. – Não foi do nada, eu estive
pensando sobre o assunto.
- Esteve?
- A tarde brincando com a Mirella,
depois fiquei um tempo vendo ela dormir... Fiquei pensando que talvez fosse
legal ela ter um irmão.
- Sophia, para de palhaçada. –
Bufou. – Tem coisas que não é pra brincar.
- Não estou brincando. – Rolou os
olhos. – É tão surreal assim eu pensar em ter um filho?
- Claro que é. – Disse como se
fosse obvio. – Você odiou estar grávida, você odiou o parto, você odiou
amamentar... Não pode estar pensando em passar por isso tudo de novo por livre
e espontânea vontade. – Sophia deu risada.
- Tem razão, eu passei meses
reclamando de tudo, mas eu estava sentindo dor, poxa. – Fez um bico. – Eu estava
irritada por não querer estar grávida, não me abri pra oportunidade de curtir
as coisas.
- Você não curtiu nada, Sophia. –
Rolou os olhos. – Nem quando a bebê nasceu.
- Ok, eu estou concordando com
isso, eu não estava pronta pra isso, claramente fiz pra você não ir embora de
casa. – Micael deu risada e Sophia lhe deu tapinhas. – Não ri não, chantagista.
- Você mentiu pra mim na cara de
pau, ai eu fui embora e o errado sou eu? – Bateu palmas. – Você está de parabéns.
- Larga de ser idiota. – Riu. –
Vamos pensar sobre o assunto, quem sabe mais pra frente.
- Eu já me vejo com setenta anos
esperando esse seu mais pra frente. – Implicou. – Você me enrola fácil demais.
- A ideia foi minha, como que
estou te enrolando?
- Você deu a ideia, ai eu me
permito ficar animado, faço vários planos e você desiste. O golpe tai, cai quem
quer. Por que será que eu sempre escolho cair?
- Eu não vou nem te responder
mais. – Olhou pra porta. – Ela já devia estar aqui reclamando de fome, não é possível
que um macarrão instantâneo sustenta ela esse tempo todo. – Micael parou e
pensou um pouco naquela frase.
- Você está me zoando. – Rangeu os
dentes e Sophia novamente prendeu a risada. – Você não deu miojo pra minha
filha não.
- Ué, dei. – Seguia séria. –
Comprei quando estava voltando da casa de Lua, a menina tem que conhecer as coisas
boas da vida.
- Aquilo é sódio puro, não é bom
pra ninguém. Cheio de comida na geladeira e você fez um miojo, eu ainda sigo
sem acreditar nesse absurdo.
- Mas que drama. – Rolou os olhos.
– Ninguém morre por comer miojo uma vez na vida. Você devia abrir um pouco a
mente. Próximo passo é dar a ela lasanha pronta.
- Sophia, pelo amor de Deus. – Ela
se divertia. – Conservante puro. Melhor chamar a babá do que deixar ela com
você né.
- Ei, eu sou mãe dela, tenho tanta
autoridade quanto você. – Cruzou os braços.
- Quer ter outro filho pra dar
miojo de janta pra ele? – Ela até que ficou com uma pontada de raiva então parou
de brincar.
- Não gostei do tom. – O olhou
sério, agora de verdade. – Eu estava só implicando com você, não dei miojo a
ela e mesmo se tivesse dado, não precisava desse escândalo todo.
- Virou brincadeira do nada, não pareceu
brincadeira. – Um tinha o bico maior que o outro.
- Ela é uma criança. – Saiu da
cama. – Uma vez ou outra tem que ser feliz comendo uns doces, comendo umas
porcarias. Não vai impedir isso pra sempre. Vou escovar meus dentes. – Caminhou
até o banheiro que tinha ali mesmo no quarto e Micael ficou na cama, pensativo.
esses dois nao consegue ficar sem discutir um dia se quer KKKKKKKK
ResponderExcluirPelo menos dessa vez não foi nada sério kkkkkkkasjddjf
Excluirpois é kkkkkkkkkk
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