Depois do Para Sempre - Capitulo 48

 - Então para e pensa. – Sophia deu a dica. – Infelizmente meu amigo, não podemos resolver as coisas por vocês.

- Muito obrigada, Sophia. Conselho melhor acho que não receberia de ninguém. – Debochou. – Sua amiga está louca de ciúme de qualquer mulher que chegue perto de mim e adivinha só, eu sou modelo, o que mais tem é mulher ao meu redor.

- E ela nunca ligou pra isso. – Sophia estava pensativa. – Se bem que ela nunca ligou nem pra mim, não entendo.

- Pois é, nem eu. – Rolou os olhos. – Será que ela quer o divórcio?

- Uma pessoa que está com ciúme não quer o divórcio. – Arthur deu sua opinião. – Ela está insegura em relação a alguma coisa.

- Eu vou ter que esperar ela falar.

- Isso, meu bem. Se acomoda mesmo. – Sophia disse rindo, mas o assunto foi encerrado porque Mel voltou pra sala acompanhada de Lua.

- Acabou a graça só porque eu cheguei? – A morena ergueu uma sobrancelha pra Sophia e Douglas.

- Não tem nada a ver, amor. – Deu tapinhas no sofá para que ela fosse se sentar ao seu lado. – Só estávamos conversando, nada demais.

- Ah, claro. – Se sentou no sofá oposto, ao lado de Sophia.

- Puta climão. – Arthur disse rindo. – Somos com certeza os seis amigos que mais brigam na história.

- Sempre tem um clima pesado entre a gente mesmo. – Lua concordou com o marido. – Raros os momentos em que tudo está bem. A gente tem uma listinha, Sophia e Micael lideram com mais brigas.

- Lua você é tão ridícula as vezes. – Jogou uma almofada na amiga. A campainha tocou e a empregada logo apareceu pra abrir a porta. – Chay? – Perguntou surpresa ao olhar o amigo se aproximar devagar.

- Eu não sabia que tinha visitas. – Disse sem graça, olhando pra Lua. – Vim pra falar com Arthur.

- Visitas? – Arthur perguntou com ironia. – Esse povo mora aqui em casa. Senta ai. – Apontou para uma poltrona.

- Acho que volto outra hora.

- Meu amor, o clima já está pesadíssimo. – Lua puxou Chay pelo braço. – Você aqui vai deixar tudo mais divertido.

- Lua, você passa de todos os limites as vezes. – Sophia deu risada. – Tenha modos.

- O quê? Percebe-se de longe que algo está errado.

- Não tem nada de errado aqui. – Douglas se manifestou.

- Com certeza não. – Mel concordou. – Como você está, Chay?

- Ah, eu tô bem, levando a vida, sabe?! – Deu de ombros sem se importar. – Trabalho, casa, casa, trabalho.

- Não vem visitar a gente porque não quer. – Ele deu uma risada sem graça. – Ninguém mandou ser babaca.

- Eu não sou babaca, eu tenho surtos de raiva as vezes. – Deram risada na sala. – Mas babaca acho um termo forte.

- Já eu acho que combina perfeitamente. – Os dois conversavam como se só tivessem eles ali e Mel finalmente conseguiu tirar Douglas do sério, que saiu da casa sem dizer nada. – Ele foi embora e deixou eu e o filho dele pra trás, é isso mesmo?

- Eu não preciso nem dizer o porquê, né? – Sophia sempre ao lado de Douglas. – Está sendo ridícula, Mel.

- Então por que não vai atrás dele? – Franziu a testa. – Deve estar louca pra consolar ele.

- Meu Deus, vai se tratar, Mel. – Sophia levantou do sofá. – Passa o olho na Mirella pra mim, já já eu voltou pra pegar ela. – Lua assentiu e ela saiu da casa.

- Não achei legal toda essa ceninha.

- Eu estou é sem entender nada. – Chay falou alternando olhares entre eles. – O que rolou aqui?

- A Mel dando confiança pra você na frente do marido dela.

- Ei, eu não dei confiança pra ninguém. – Cruzou os braços.

- Gente, não falamos nada demais. – Chay franziu a testa. – Uma conversa aberta, todo mundo podia participar. Cara doido.

- Ah, Chay. – Arthur achou graça. – Você já surtou por muito menos. Não era você que mantinha a Mel amarrada no pé da cama pra ela não fugir?

- Nossa, Arthur. – O amigo riu. – Você pega pesado, não lembro de ter amarrado na cama não, agora colocado uma mordaça pra não falar com estranhos na rua com certeza. – Brincou.

- Larga de ser idiota. – Mel jogou a primeira coisa que estava em sua frente nele. No caso, o celular.

- Ai, Mel, isso podia machucar.

- Não mexe com ela, que ela deve estar no momento surto porque a Sophia foi atrás do Douglas. – Lua debochou e Mel mandou língua. Chay fez chifrinhos com a mão e colocou na testa.

- Coitado do Micael de novo. – Disse rindo.

- E de mim. – Disse já com cara de bunda de novo.

- Ah, para de graça, Sophia está casada com Micael agora, os dois são amigos. Todos nós somos.

- Sophia também estava com Micael da outra vez e não impediu ela em nada. – Chay continuava zoando. Lamento por vocês dois. – Olhou pra Mel. – Pelo menos chifre eu nunca coloquei em você.

- Já deu de me zoar né? – Suspirou, estava muito pensativa. – Ele não vai colocar chifre nenhum em mim com a Sophia.

- Confiança surgiu do nada, estava agora há pouco toda desconfiada. – Lua não perdia uma oportunidade de alfinetar. – Queria saber qual o real problema.

- Insegurança. – Suspirou. – Ele lida com tantas mulheres incríveis no dia a dia. E eu aqui cada dia mais relaxada. – Confessou.

- Ele por um acaso falou algo pra você sobre esse assunto? – Arthur perguntou interessado. – Não parece que ele liga muito pras modelos que estão ao redor dele. Essa sua insegurança não pode ter surgido do nada.

- Gente, eu vou embora, por que não serei eu a ficar ouvindo problemas conjugais da Mel né? – Chay ficou de pé. – Acho que isso já é exigir demais de mim.

- Por que você age assim? – A morena o encarou interessada. – Se passaram anos, não é possível que você se importe tanto com isso.

- As coisas são complicadas, Mel. – Soltou um suspiro surpreendendo os presentes. – Você não tem noção do quanto.

- Você está me intrigando. – Pareceu interessada. – Terminamos há quanto tempo? Cinco, seis anos?

- E o que tem? Não dizem por ai que o primeiro amor a gente não esquece? – Ele deu de ombros e deixou Mel de boca aberta, assim como o casal que olhava atentamente.

- Você não está dizendo que...

- Nunca se perguntou porque nenhum dos meus relacionamentos posteriores a você deu certo? – Eles nem piscavam.

- Porque você é um péssimo namorado. – Deu um risinho. – Essa é fácil de responder.

- Muito engraçada. – Bufou. – Você me largou, namorou, casou, teve um filho e até hoje eu não superei você cem por cento. Talvez um dia. Vou continuar tentando até chegar lá. – Olhou pra Arthur e Lua. – Depois a gente se fala. – E foi embora.

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