Futuro Planejado - Capítulo 50

- Ainda não posso crer que é você mesmo! sabe o quanto eu esperei por isso? - Eu dizia enquanto estávamos parados em um sinal.

Vi ele abaixar os olhos como se quisesse me dizer alguma coisa, mas não quisesse brigar. - O que foi?
- Deixa pra lá. - Ele disse calmo.
- Diz de uma vez Micael. - Eu disse um pouco nervosa.
- Amor, você ficou com esse babaca alguma vez? - Ele perguntou meio sem graça.
- Lógico que não Micael, eu sempre desconfiei dele. Sempre. Eu assumi a empresa pra ele não... - Mas ele me  interrompeu com os olhos arregalados.
- VOCÊ O QUE? - Perguntou em um tom meio alto.

Eu olhei pra frente e segui o caminho pelo sinal verde. Estava perto de casa já.

- Eu assumi a presidência da empresa. Ou você acha que eu ia deixar aquele idiota ficar com isso sabendo do que ele fez? - Ele sorriu com veneração no olhar.
- Você é a mulher mais fantástica que eu conheço! E como foi isso? - Perguntou curioso.

Eu fui lhe contando como assumi a empresa pelo restante do caminho e logo estávamos em casa. Eu estacionei em nossa garagem. Eu sabia que Lua estava lá dentro, e que provavelmente tinha chamado Arthur e ChaMel pra lhe fazer companhia.

- Finalmente em casa. - Ele disse enquanto nos aproximavamos da porta. Ouvimos ao mesmo tempo um choro fino de neném vir de dentro da casa, ele me olhou assustado. - Isso é um neném?
- Vamos amor. - O puxei pela mão e entramos em casa, como eu já imaginava LuAr e ChaMel estavam sentados na sala. Clarinha estava chorando no colo de Lua impaciente.

Quando entramos foi um impacto para meus amigos ao ver Micael ali, e para Micael ao ver a Ana Clara. Minha filha me viu e esticou os bracinhos me chamando. Fui até lá e a peguei no colo. Micael não falava uma palavra. Chay se levantou e falou comigo.

- Tu foi no julgamento do homem e voltou com ele? Tu é bruxa ou feiticeira? - Ele perguntava com olhos esbugalhados. - Já sei, foi em algum tipo de mãe que trás o amor de volta em 3 dias?
- Não seu louco, eu tinha dito a vocês que ele tava vivo, mas ninguém acreditou.
- Menina, que babado - Dizia Lua do chão.
- Sophia, você foi mãe nesse tempo? - Senti uma mão em meu ombro e me virei.
- Ér, pessoal acho melhor nós deixarmos eles conversarem.
- Concordo, vamos nessa. Precisando só chamar loira. - Mel me deu um beijo no rosto e deu um beijo na testa da afilhada. Todos os outros se despediram de nós e se foram.

- Fui, Micael essa é a Ana Clara. - Eu disse sorrindo, até perceber que ele estava achando que era filha de outro homem.
- Como você pôde? E você deve ter sido rápida heim meu amor. - Ele disse ironizando.
- Micael, você pirou? Ela é  nossa filha, nossa bebê. Descobrir estar grávida no dia do seu enterro quando eu desmaiei.
- Minha filha, eu sou... Pai... - E ele então abriu um sorriso imenso. - EU SOU PAI! - Ele Gritou e assustou a Clarinha. Eu levei um dedo a boca e fiz que shh pra ele que parou de gritar. - Deixa eu pegar ela?
- Claro meu amor. Ela é sua também! - Inclinei ela pra que ele pudesse a pegar. Ele tinha um sorriso bobo nos labios e ficava chacoalhando a menina acho que era uma tentativa de acalmar ela.
- Ela gostou de você amor, geralmente essa é a hora em que ela da o seu show. - Eu disse rindo e ele olhou pra mim.
- Show? - Perguntou curioso.
- É do tipo gritar e chorar pra vir pro colo da mamãe - Disse e cheguei perto beijando a bochecha dela que riu sapeca.
- Mas eu sou o pai dela! - Ele ouviu o que disse e então sorriu de novo - Cara eu sou Pai! Isso é fantástico!

Ele abraçou a Clarinha e deu um beijo em sua bochecha a fazendo rir. Ela colocou as mãozinhas no rosto dele e deu leves tapinhas como se gostasse do que ele tinha feito.

- Amor você não ia tomar banho? - Eu perguntei enquanto ele olhava embasbacado pra filha no colo.
- Eu já tinha esquecido. - Ele olhou mais uma vez a bebê - Filha eu já volto - Fez o movimento pra eu pegar ela e subiu correndo as escadas gritando - EU SOU PAI GENTE, EU SOU PAI!

Subi as escadas logo atrás dele em direção ao quarto. Ele parou ao abrir o guarda roupa.

- Nossa, quantas roupas pretas. - Ele disse abismado.
- Eu te disse que não tinha tirado o luto um dia sequer!