Futuro Planejado - Capitulo 12

Nós estávamos no carro, eu estava dirigindo por que ele estava muito nervoso pra isso. Não pensava que ele se preocupava tanto assim com a mãe. Ainda em silêncio dentro do carro por alguns minutos eu percebi que ele rezava.

- Tenta ir mais rápido por favor Sophia.
- Estou no limite, exatamente por isso eu estou dirigindo e não você. Fica calmo, sua mãe vai sair dessa.
- Não sei, não acredito.
- Vai sim, ela deve ser uma mulher forte.
Ele ficou mais uma vez em silêncio. Chegamos ao hospital e antes mesmo de eu estacionar ele já tinha saído do carro. Ele tava me surpreendendo.
Terminei e fui para entrada do hospital, não demorei até ver ele, o pai e os irmãos parados em um sofá para acompanhantes.
Fui até ele e falei baixinho.
- E ai?
- Nenhum deles tem notícias. Tô muito preocupado.
- Vai dar tudo certo.
- Deus te ouça.
Meu sogro me olhou por um momento até finalmente falar.
- Oi Sophia.
- Oi Jorge, Como o senhor está?
- Na medida do possível.
- Como já disse ao Micael, vai dar tudo certo.
- Já deu!
Ele sorriu pra mim. Os outros irmãos nem falaram nada comigo então eu sentei ao lado de Micael e segurei sua mão. Ele olhou pra mim e sorriu.
- Não esperava que você viesse.
- Não ia deixar você sozinho nessas horas.
- Você não gosta de mim.
- Não vamos debater sobre isso. Estamos aqui e só vamos sair quando tivermos alguma noticia da sua mãe.
- Obrigada meu amor!
Ele falou e disfarçou em seguida como se tivesse dito algo que não queria dizer.
- Amor?
- Foi sem querer, me desculpa.
- Entendi. Mas tá tudo bem então.
Ficamos em silêncio, todos ali na sala por muito tempo. Estava a noite então eu acabei cochilando e quando acordei estava no colo de Micael. Eu não abri os olhos, só ouvi a conversa que ele estava tendo com Marcelo, seu irmão mais velho.
- Olhando vocês assim, parecem um casal muito feliz.
- Só parecemos mano, quem dera fossemos.
- Por que você não tenta.
- Ela deixa claro que não quer nenhum tipo de aproximação comigo, ela simplesmente me odeia.
- Odeia? Se ela te odiasse não estaria aqui no hospital. Micael, essa menina gosta de você.
- Celo, não parece. Em casa nós nem nos falamos, parecemos estranhos. Antes eu tivesse batido o pé pra não casar.
- Claro, e ser deserdado né.
- Ela ama aquele Leonardo. Aquele mané filho dos outro sócios do papai
- E você do jeito que seus olhos brilham, ama ela.
Ele não respondeu essa pergunta, eu queria muito ouvir. Ele fazia cafuné em meu cabelo enquanto acha que eu estava dormindo. A conversa recomeçou.
- Eu acho que sim.
- Acha?
- Mano, eu nunca acreditei em amor. Nunca. O que eu sinto por ela é diferente.
- Olha, será que desse casamento maluco não vai sair uma paixão?
- Não acho, só eu sinto isso.
- Talvez seja por que ela simplesmente não acredita em você, pede a ela um jeito pra você provar seu amor.
- Depois eu vejo isso, não sei se estou preparado pra entrar nesse assunto.
- Tudo bem então, fica aqui com a sua esposa vou ali falar com meu pai.
Mas alguns minutos de cafuné e eu novamente peguei no sono.

-x-

Acordei sentada no banco do carona do carro.

- Nossa, o que aconteceu?

- Já estamos indo pra casa.

- E sua mãe?

- Já está melhor, mas o medico disse que mais alguns minutos sem socorro seriam fatais.

- Não pensa nisso, ela já está bem! Desculpe, eu fui uma péssima companhia né?

- Que nada, eu fiquei conversando com meu irmão. 

- Você disse que tava cansado quando chegou em casa, já está tarde e você ainda não dormiu.

- Pois é, eu sei disso. Amanhã vou estar moído. 

- Que pena, pelo menos já estamos chegando.

- É verdade.

Nosso dialogo terminou ali. Felizmente chegamos em dez minutos. Fomos direto até a cama.

- Vou dormir, não aguento nem levantar pra tomar banho.

Ele disse e se jogou com sapatos e tudo na cama. Eu dei uma risadinha e tirei os sapatos dele.

- Tá bom porquinho que não toma banho pra dormir.

- Só hoje né linda, to muito cansado.

- Tudo bem. Dorme.

Peguei o edredom e joguei por cima dele. 

- Vem deita aqui.

- Preciso tomar banho.

- Já está tarde, amanhã pela manhã você toma.

- Sabe que isso não pode né.

- Um dia não mata ninguém! Vem?

- Ok, eu vou. Só por que nós precisamos dormir.

Me deitei ao seu lado e ele me abraçou como sempre fazia antes de dormir.

- Boa noite.

- Boa!

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Amores meus mais de 60 comentários foi record, obrigada amores!