- Essa demora é normal? – Micael perguntou agoniado. Estavam no consultório da obstetra que atendeu Sophia na ultima gravidez. O moreno olhava para os lados a todo tempo reparando naquele monte de mulher barriguda que esperavam ali junto com os dois. – Pensei que horário marcado significasse que não teríamos que esperar.
- Ei, se acalma. – Ela sorriu. –
Deve ter acontecido alguma coisa com a Eliane. – Deu de ombros. – Ai se atrasa
uma, atrasa todas. Relaxa que logo é a nossa vez.
- É que eu estou ansioso.
- E eu não sei? – Fez carinho no
rosto do marido. – Olha só, as mulheres estão todas sozinhas, só tu que tá
aqui.
- A culpa não é minha se elas
fizeram filhos com pais desnaturados. – Deu de ombros e arrancou mais um
sorriso da esposa. – Você deu sorte, querida.
- Eu sei. – Lhe deu um selinho e
logo depois ouviram o nome dela ser chamado. Caminharam os dois de mãos dadas
pra sala da médica. – Olá, Eliane.
- Ei, Sophia. – Deu beijinhos no
rosto dos dois. – Como estão, papais?
- Ansiosos. – Micael respondeu
mais rápido do que Sophia.
- Ah, eu imagino que sim! – Deu um
sorriso. – Soph, coloque esse roupão e deita naquela maca. – Apontou e Sophia
assentiu. – Vamos fazer a transvaginal pra descobrir como está o seu bebê, já
que o obstétrico via abdominal é mais indicado a partir da décima segunda
semana, se lembra?
- Sim, eu lembro! – Gritou por
detrás do biombo. – E sei também que pode ser que não detecte nada se eu
estiver com menos de cinco semanas.
- Isso! – Eliane sorriu novamente.
– Vamos descobrir tudo o que há pra descobrir agora! – Sophia se deitou na maca
e apoiou os pés no aparelho que a deixava completamente exposta. Micael estava
junto a cabeça dela e segurava sua mão. Não demorou a medica enfiar o aparelho
e receber imagens. Eliane tinha uma expressão de surpresa no rosto.
- O que foi? – Sophia perguntou
preocupada. – Pelo amor de Deus, Eliane.
- Se acalma. – Soltou uma
risadinha. – Olha pra tela. – Apontou pra imagem. – Esse aqui já é o saco
gestacional do seu bebê. Também é possível identificar o embrião. – Mostrou onde
estava. – Você está gravida de mais de sete semanas. Não são gêmeos e graças a
Deus o bebê está no útero.
- Onde mais estaria? – Micael
perguntou confuso, Sophia e a medica riram. – Foi uma pergunta séria.
- Nunca ouviu falar de gravidez
nas trompas? – Eliane respondeu gentilmente. – Causa sérias complicações, mas
graças a Deus não é o caso. Agora escutem só. – Fez silêncio e logo o som do
coração acelerado de Mirella invadiu o local. Micael estava a ponto de chorar e
Sophia achava fofo a reação do marido.
- Eu não esperava que desse pra
ouvir o coraçãozinho dela já hoje. – Sophia falou com a médica. – Eu estou com
mais de sete semanas e com certeza venho fazendo testes de farmácia esse tempo
todo e todos deram negativos.
- Às vezes acontece. – Eliane
tirou o aparelho de Sophia. – Pode se trocar. – Entregou a ela lenços de papel
para que se limpasse e logo a loira voltou e sentou-se na cadeira a frente da
mesa, junto com Micael. – Sô, a sua data provável pra parto, que a gente chama
de DPP, é no dia cinco de setembro. Uma data limite, segundo as contas do
próprio ultrassom, já que você ainda segue menstruando normal então não
conseguiremos calcular o DUM. Eu vou passar a você uma série de exames de
sangue, precisamos verificar como anda a sua saúde. – A medica ida falando e
anotando x em quase todos os exames da guia. Por enquanto, nossa consulta fica
por aqui, quando você tiver o resultado desses exames você marca outra. Tudo
bem?
- Sim, farei o mais rápido
possível! – Balançou a cabeça e ficou de pé. Antes de saírem, ouviram batidas
na porta e uma enfermeira entrou após ter permissão. Ela tinha um envelope
branco com a logo da clínica, entregou a Eliane e logo em seguida saiu de novo.
- Aqui estão as imagens do
ultrassom para que o papai babão possa namorar o bebê em casa. – Brincou com
Micael. – Vou aguardar vocês. – Se despediram e saíram do consultório.
Micael obrigou Sophia a fazer de
uma vez o exame de sangue, já que estava ali e em jejum desde cedo. Não demorou
muito e eles já estavam de volta a casa, Sophia se jogou no sofá, exausta,
Micael achou graça.
- Parece até que correu uma
maratona. – Sorriu ao se sentar numa das poltronas. – Imagina quando tiver com
um barrigão?!
- Para de me assustar com
antecedência. – Ela pediu e fechou os olhos. – Eu estou morrendo de fome,
sabia? Quase quatro horas da tarde e não pude comer nada.
- Ué, não é você que adora ficar
sem comer? – Brincou. – Está realizada.
- Tu deixa de ser palhaço. –
Arremessou uma almofada. – Falou que me queria em casa pra cuidar de mim e eu
não tô vendo nada disso hein.
- Ah, filha da puta. – Jogou a
almofada de volta. – Eu sou seu escravo? – Disse prendendo o riso. Sophia se
sentou, depois de abrir os olhos.
- Você me engravidou, agora me
alimenta. – Deu de ombros. – Você que lute.
- Como se eu não te alimentasse
antes de te engravidar. – Achou graça e saiu de da sala indo pra cozinha. –
Deixa eu ver o que tem pronto pra adiantar.
- Ainda vai me dar comida velha?
- Ué, pretende jogar fora a comida
que está na geladeira.
- Não, mas eu já comi ontem.
- Mas a gente tem que acabar com
ela. – Deu de ombros. – Vou dar uma improvisada que vai parecer outra. –
Piscou. – E ai a noite a gente sai pra jantar.
- Restaurante do seu pai? – Ergueu
a sobrancelha.
- Pelo amor de Deus! – Bufou. –
Nem que ele me pagasse pra comer lá.
- Ué gente, você adora comer lá,
ainda mais que é de graça.
- Meu pai tira a minha paz de
espirito. – Sophia balançou a cabeça, mas não discutiu. Ligou a televisão e
ficou ali até que Micael a chamasse pra comer.
aaaaa vem mirella ❤️
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