- Você consegue perceber o
quão cedo é pra falar disso? – Se sentia um idiota por chorar na frente dela. –
Eu não vou mentir pra você, Fê. – Suspirou. – Eu amei a Sophia como talvez eu
nunca vou amar nenhuma outra mulher, eu nunca vou entregar daquela forma,
porque eu sei que a dor da perda é quase insuportável.
- Me desculpa. – Limpou a
garganta antes de falar. – Eu não queria te obrigar a relembrar tudo o que
sofreu, é só que essa situação toda é uma droga. A gente namora a tão pouco
tempo e tem tanta coisa pra lidar.
- A Sophia não é um
problema, eu não quero vê-la. – Sua voz era monótona, não tinha nenhuma
intensidade.
- Promete pra mim? – Sabia
que era idiota pedir aquilo, mas diante de tudo o que lhe contara, queria que o
namorado ficasse o mais longe possível de Sophia, não queria correr o risco de
perdê-lo. – Promete pra mim que vai ficar o mais longe dessa menina?
- Eu pensei que vocês eram
amiguinhas. – Ele sorriu, mas se aproximou da mulher para lhe dar um abraço.
- Eu só fui compreensiva,
ela parecia estar sofrendo. – Franziu a testa. – Mas até então eu não sabia que
ela merecia estar sofrendo. – Manteve o sorriso. – Me desculpa por ter brigado
com você pela falta de preocupação.
- Então está tudo certo? –
Fez uma careta por cima da cabeça dela. Precisava disfarçar, não queria que ela
realmente soubesse o quanto ele se preocupava realmente com sua ex-namorada. A
mulher balançou a cabeça positivamente antes de ser afastada do peitoral de
Micael. – Ótimo. Então vamos conversar sobre aquele cara.
- Olha, eu sou bem
compreensiva sobre todo esse seu sofrimento ai, mas ele sempre foi meu amigo.
Eu não posso e também não quero me afastar dele. – Micael estava sério
novamente.
- E você acha que consegue
evitar de ficar de beijinhos e abraços com ele por ai? – Ergueu uma
sobrancelha. – Ele me irrita só de respirar, ainda não tive a chance de quebrar
a cara dele.
- E você não vai quebrar a
cara de ninguém, você não é de violência, então faz favor. – Voltou a abraça-lo.
– Eu prometo que vou moderar.
- Então estamos bem? –
Perguntou, mas não esperou a resposta da mulher, selou seus lábios com os
delas, e em seguida a derrubou no sofá. Precisavam oficializar a reconciliação.
Lua foi embora com os
amigos deixando apenas Douglas com Sophia. Ele passou a noite inteira acordado
velando o sono dela, não conseguia dormir tranquilamente, tinha medo de que
algo acontecesse durante a noite e ele não pudesse avisar para ajudá-la.
A mulher felizmente teve
uma noite bem tranquila, Douglas saiu do quarto duas vezes para buscar café,
mas ela ficou bem. Já pela manhã, ele ainda tinha os olhos grudados nela, e
ficou feliz de ver os olhos azuis da amada se abrindo novamente. Ela piscou
algumas vezes até se acostumar com a claridade do quarto. Ele prontamente
levantou e ficou ao lado da cama, tinha um sorriso, estava feliz.
- Ei, bom dia. – Sophia fez
uma careta antes de responder. Tentou se ajeitar na cama, mas todo seu corpo
doía.
- Bom dia só se for pra
você. – Disse mal humorada e fez o sorriso dele se alargar ainda mais. – Minha
cabeça dói tanto que parece que vai explodir.
- Deve ser porque você se
jogou na frente de um carro. – Seu sorriso se fechou. – Que inferno você estava
pensando?
- Eu só queria me livrar
daquela sensação. – A mulher fez uma careta. – Daquele sentimento horrível. Eu
queria que tudo sumisse. – Desviou o olhar dele, se lembrando da dolorosa briga
com Micael. – O que aconteceu comigo?
- Quebrou três costelas,
teve uma concussão e fraturou o braço direito. Tem alguns hematomas também, mas
esse não é o pior dos problemas.
- Você passou a noite aqui?
– Ela o olhou novamente e ele assentiu. – Obrigada por ficar comigo.
- Eu não deixaria você
sozinha, Soph. – Foi a vez dela sorrir, gostava de como ele cuidava dela, mesmo
sabendo que sempre amaria outro homem. – Seus amigos estavam aqui ontem, mas
tiveram que ir embora.
- Lua deve estar uma fera.
– Sua careta voltou. – Eu acabei com a festa dela.
- Ela estava muito
preocupada, mas acredito que assim que ela te ver acordada, vai terminar de te
matar. – Ele riu. – Fernanda passou por aqui também. – Sophia o encarou
curiosa. – Eu larguei meu carro lá na frente do salão e entrei na ambulância
com você. Lua ficou com a chave pra trazer pra mim, ao que parece Arthur não a
deixou dirigir porque estava muito nervosa, então Fernanda trouxe.
- A Fernanda trouxe teu
carro? – Sophia deixou escapar um sorriso no canto da boca. – Micael deve ter
surtado com isso.
- Lua contou que ela
comprou uma briga com ele por causa disso. – Ele também riu, mas soltou um
suspiro antes de continuar pra parte que Sophia com certeza queria saber. – Ele
apareceu aqui depois.
- Ele veio buscar ela? –
Tinha os olhos tristes. – Isso é de se imaginar, ele é gentil.
- Ele disse que veio buscar
ela, mas na real mesmo ele queria era uma desculpa pra ver você. – Cruzou os
braços, completamente mal humorado. – E a Lua sabe disso, porque assim que ele
chegou, a bonitinha expulsou eu e a Fê do quarto e ficaram só os cinco. Não sei
qual foi a conversa.
- E nem eu. – Ia suspirar
novamente, mas a dor em suas costelas a impediu. – Obrigada de novo. É bom
poder contar com você. – Ergueu a mão boa pra segurar a dele. – Por mais que eu
ache que isso é com segundas intenções.
- Não é segredo nenhum que
eu amo você. – Ele deu de ombros. – Todo mundo sabe disso, Sophia.
- Mas você sabe muito bem
que eu não te amo, o nosso caso foi sexo, Douglas. Pura atração, sempre foi
assim, misturar os dois não é uma coisa boa.
- Ele não vai te perdoar,
ele está namorando com a Fê, eu não sei porque você insiste nisso. – Cruzou os
braços com uma careta. – Ele só te maltrata, Sophia. Eu estou aqui pronto pra
cuidar de você!
- Eu não tenho mais
esperança de ser perdoada por ele. – Desviou o olhar do rapaz. – Eu só não
quero me envolver com você e te machucar ainda mais, eu estou sendo honesta com
isso, eu não amo você. – Ele não respondeu, o médico de plantão entrou no
quarto de Sophia com uma prancheta na mão e um estetoscópio no pescoço.
Mas essa soph é uma trouxa msm né. N julgo
ResponderExcluirQuem nunca?!!
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