- Eu sei, mas é que eu não
posso mais me estressar, e uma outra discussão com o Micael a essa altura não
seria muito bom. – Rangeu os dentes.
- E quem você vai chamar
pra ficar na sua casa com você? – Ela tinha as mãos na cintura. – Não me diga
que vai ser o Douglas, eu não tenho mais nada contra ele, mas se o bebê é do
Micael...
- Vou ver se falo com a
minha mãe. – Os três fizeram uma careta. – A gente não se fala muito, mas é a
minha única opção. Eu vou deixar pra vocês a missão de contar ao Micael. –
Arthur assentiu. – Mas não deixa ele vir atrás de mim pra brigar, por favor.
- Eu falo com ele, pode
ficar tranquila. – Arthur falou com um sorriso.
- Ótimo, agora que já está
tudo resolvido. – Lua tinha mudado a expressão pra brava. – Que Ideia foi essa
de se matar? – Seu tom era agressivo. – Você tem noção do que eu passei? Eu
estou gravida também e você me fez passar um nervoso desesperador. Você não
pensa em mim? Amiga desnaturada, isso não foi nem um pouco justo!
- Desculpa, Lua. – Abaixou
o olhar. – Eu não estava pensando muito bem.
- Ah, você estava sim! –
Continuou brigando. – Você disse diversas vezes que se ele aparecesse namorando
você ia se matar, eu devia ter levado você a força pra tratar essa cabeça com
um profissional. – Sophia ainda não tinha coragem de encarar a amiga. – Você
tem noção de como eu fiquei?
- Calma, Lua. – Ela pediu.
– Eu estou bem, não é o que importa? – Forçou um sorriso.
- Não, sua maluca! – Quase
gritou, Arthur colocou as mãos no ombro dela, a lembrando de que estávamos no
hospital e ela respirou fundo antes de continuar a falar. – Não era pra você
ter feito uma coisa dessa, homem nenhum vale a sua vida! Seja o Micael ou quer
for. Você errou, você já se arrependeu, você não pode se matar porque ele não
quer saber de você.
- Vai rolar sermão mesmo? –
Dessa vez encarou Lua. – Eu já entendi que não era pra ter feito isso, olha
como eu estou.
- Eu quero fazer você ter
um pouco de amor próprio. – Se aproximou da cama e segurou a mão boa da amiga.
– Eu quero que você se ame, acima de qualquer coisa. Chega dessa situação,
chega dessa depressão. – Pousou a mão na barriga de Sophia. – Você agora vai
ser mãe, tem uma vidinha aqui dentro. E é ao redor dele que a sua vida tem que
girar, é pra ele que você tem que dar a sua vida, entendeu? – Lá estava
presente a Sophia chorona de novo.
- Eu já sabia disso. –
Fungou. – Se eu tivesse descoberto antes... Ai, Lua. – Ignorou um pouco a dor
nas costelas e se lançou pra frente pra abraçar a melhor amiga. – Obrigada por
me aturar.
- Eu sempre vou te aturar,
você é minha melhor amiga, mesmo não me ouvindo quando eu falo, eu amo você! –
Deu um beijo na cabeça enfaixada da mulher.
- Eu também amo você. – Lua
respondeu ainda sem sair daquele abraço.
- E o papai e o titio aqui
ama as duas também. – Arthur se aproximou e deu um beijo na cabeça de cada uma,
fazendo com que elas sorrissem.
- Ai gente, obrigada por
tudo! – Agradeceu de novo, não se cansava de agradecer. Mesmo que no começo Arthur
tivesse sido um pouco duro com ela, dava pra ver que já tinha passado a mágoa.
Douglas entrou no quarto e
encarou os três bem perto e as meninas chorando. Ele foi até o sofá e se
sentou, sem falar nada. Lua o olhou prendendo um sorriso. – Ei! – Falou com o
rapaz, os dias trabalhando juntos realmente fizeram com que eles se dessem bem.
– Fica com essa cara ai não.
- Não tem outra pra ficar!
– Arthur deu de ombros, falava com Douglas, mas não era amigo dele.
- Eu sei que você está
magoado, mas também não é pra tanto. – Sophia rolou os olhos. – Digo, um bebê é
motivo de alegria.
- Estou chateado é com a
certeza da Sophia. – Encarou a mulher. – Isso é tudo porque acha que ele vai
voltar com você se você tiver um bebê, mas ele não vai Sophia. Me dispensar não
vai mudar nada!
- Douglas, pelo amor de
Deus! – Sophia resmungou. – Não é bem isso, eu só estou sendo honesta. Você
pode até esperar o bebê nascer e fazer o teste, mas vai ser perda de tempo,
esse bebê não é seu.
- Tudo bem. – Se deu por
vencido e ficou de pé. – Vocês vão ficar ai? Preciso ir pra casa.
- Você vai sair de perto
dela? – Lua debochou. – Logo você que não fez isso um só momento desde ontem.
- Depois eu volto. –
Suspirou. – Eu acho. – Saiu do quarto e dessa vez por definitivo.
- Uau, ele está realmente
chateado. – Lua olhou Sophia revirar os olhos. – Não pensei que fosse possível.
- Eu não posso fazer nada,
não ia mentir dizer que o bebê é dele, quando na verdade não é e eu sei que não
é. – Ela deu de ombros por uns instante se esquecendo da dor, mas logo em
seguida se lembrou. – O problema dele foi misturar tudo, Lua. A gente tinha a
porra de um acordo.
- Como assim um acordo? –
Arthur perguntou encarando Sophia.
- Era sexo, só sexo e
duraria enquanto fosse bom pra nós dois. – Arthur fez uma careta. – Mas ele
misturou tudo com essa história de me amar, não era pra acontecer. Me ligando
toda hora, querendo me ver o tempo todo.
- Eu lembro disso. – Lua
falou pensativa. – Ele deu uma surtada legal né. – Sophia assentiu. – Até no
dia que o Micael descobriu ele tinha te agarrado né?!
- Sim! – Ela se lembrou. –
Ele me agarrou naquela sala idiota dele, antes ele tinha me obrigado a sair de
dentro do carro dele na frente do Micael. – Balançou a cabeça. – Estava fazendo
de tudo pro Micael descobrir a verdade e no final ele conseguiu.
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