Pronunciar aquela
palavra me doía na alma. Não dava pra acreditar que minha linda estava mor...
morta...
- Ele já foi, foi
tudo muito rápido. – Marlon disse.
- Já a enterraram e
eu não pude ir nem dar meu beijo de despedida? – Eu já estava ficando louco,
era muita noticia pra mim.
- Mano o velório
foi de caixão fechado, você não poderia ver ela. – Marlon disse com a
maior naturalidade.
- Foi tão horrível
assim?
Pelo que eu saiba,
cerimônia de caixão fechado são para casos extremos em que a vitima estava
muito deformada. Era tudo culpa minha.
- Foi culpa minha.
- Claro que não meu
filho, você foi outra vítima, assim como ela.
- É mano vocês só
deram a sorte que ela não teve, me parece que o carro que bateu em vocês bateu
justamente onde ela estava.
- Cara, eu não
acredito nisso ainda...
Eu não tinha mais o
que falar, preferi ficar em silencio sofrendo minha dor em paz.
Em meio a uma
cortina de lagrimas eu vi cabelos loiros se aproximarem da porta de meu quarto.
Quando ela entrou tinha Felipe no colo, ele chupava um pirulito e tinha um
bracinho com um gesso.
- Vejo que vocês já
contaram a ele... – Ela disse.
Aquela voz animada
e debochada de sempre sumira. Ela tinha os olhos vermelhos e a maquiagem
borrada, por mais que não gostasse de mim, ela amava muito a irmã.
- É me contaram...
deixa eu pegar ele um pouquinho por favor?!
Eu pedi e estendi
meus braços. Ela com cuidado o colocou na cama ao meu lado.
- Ei filho, agora
somos só nós dois para nos virar. Ainda não sei o que vou fazer, mas vou dar um
jeito, você pode confiar em mim... – Eu já tinha mais lagrimas nos olhos. Meu
pai e Marlon também estavam um tanto quanto emocionados.
Sophia caminhou
lentamente ate a minha cama e pegou uma das minhas mãos. Ela segurou forte e me
olhou nos olhos, já estava chorando novamente.
- Você nunca estará
sozinho Micael, sempre terá o nosso apoio.
- Não é a mesma
coisa Sophia. Ela não estará mais comigo quando ele acordar de madrugada,
quando ele tiver febre ou ate mesmo quando começar a falar.
- Eu sei que é difícil, mas agora é a hora de nos deixarmos
as diferenças e nos unirmos para o bem do Felipe.
- Obrigada Sophia. Obrigada mesmo, nós dois vamos precisar.
– Ela ainda tinha uma de minhas mãos presas a dela.
- Agora eu acho que você tem que descansar, você sofreu um
acidente, dorme, vai ser melhor. Posso pegar? – Ela largou a minha mão e
gesticulou para Felipe na cama.
- Vai levá-lo pra onde?
- Ele já recebeu alta, então vamos levar lá pra casa, minha
mãe acha melhor, até porquê você vai demorar alguns dias pra receber alta. Eu
respirei aliviado, era melhor ele lá que eu sabia que ele seria bem tratado
pela avó – Tudo bem, mas assim que eu sair vou lá buscar ele, não quer dar mais
trabalho para vocês!
Sophia revirou os olhos, um ato que me lembrava muito a
irmã.
- Você não vai nos dar trabalho. Nós amamos o Felipe, e de
certa forma você ainda será parte da nossa família. – Ela me deu um sorriso,
mas em seus olhos eu via a tristeza que ela tinha. Tanto quanto a minha, ela
era muito apegada a irmã.
- Mais uma vez obrigada. – Forcei um sorriso e ela se
retirou do meu quarto com meu filho.
- Eu sinceramente acho que você deveria descansar. – Eu ouvi
a voz do meu pai ao fundo dos meus pensamentos.
- Não vou conseguir dormir pai...
- Você não sabe, ainda não tentou – Ouvi Marlon argumentar,
com muito cuidado virei meu pescoço para eles.
- Eu apenas sei. – Virei meu rosto de volta, não queria mais
conversa. Acho que eles entenderam. Por que me deram alguma privacidade em meu
quarto de hospital.
Continua posta bónus por favor
ResponderExcluirAhhhh!Posta mais por favor
ResponderExcluirPostaa
ResponderExcluirContinuaaa
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