Sem mais pensamentos eu acabo pegando no sono novamente.
Ao acordar já nem sei quanto tempo se passou. Talvez algumas
horas, ou minutos... quem sabe ate um dia. Meu quarto estava vazio. Eu me
sentia vazio. Uma onda triste veio ao meu encontro. A minha realidade.
Pela parte de vidro da porta eu vi cabelos loiros. Já sabia
quem era. Sophia entrou com uma expressão não muito boa.
- Olá?! – Ela disse sem tirar os olhos dos meus.
- Oi Sophia, em que posso ajudá-la? – Curioso ela estar ali
sem o Felipe.
- Em nada, só vim ver se você está bem! Está?
Arregalei os olhos, o que deu nessa mulher, ela nunca foi
minha amiga, nem ao menos colega e agora sai da sua casa pra vir saber se estou
bem?
- Sim estou melhor, parece que dormi por dias. – Reviro os
olhos com o pensamento.
- Sim, você dormiu por dias.
- O que? – Pergunto mais uma vez arregalando os olhos.
- Seu pai achou que você estava muito atordoado, e sentindo
dores... ele pediu aos médicos que o mantivesse sedado o dia de ontem, agora
são apenas nove da manhã.
Eu estava boquiaberto, como meu pai pôde? Eram quase dois
dias, bufei e me doeu a cabeça.
- Queria te fazer um pedido... –Ela disse ficando vermelha,
e me distraindo do meu drama.
- Diga...
- Quando você tiver alta, vai lá pra casa...?! - Ela sorriu simpática.
- Sophia, eu tenho condições de me virar. – Falei um pouco
mais baixo – eu acho.
- Você tem uma perna quebrada, está com o tórax enfaixado
porque quebrou algumas costelas, e ainda tem a cara de pau de dizer que
consegue se virar? – Ela me olha com desdém.
- Tá talvez eu vá precisar de ajuda. – Não a encarei, era
humilhante – Mas tem meu pai e o meu irmão pra me ajudar.
- Ah claro, três homens e um bebê... – Ela estava
debochando. – Deixa de ser cabeça dura.
Ah entendi, todo esse pedido era por causa de Felipe, mas é
claro não podia ser apenas por causa de mim, afinal ela nem gostava de mim.
- Não é só por causa do Felipe – Ela respondeu a minha
pergunta muda. – Nós nos preocupamos com você, e queremos cuidar de você, você
faz parte da nossa família.
- Você nunca me aceitou como parte da sua família. – Eu a
acusei.
- Eu sei Micael, deveria ter aceito a mais tempo, teria
deixado minha irmã contente, e eu sei que é tarde, mas eu quero que de onde ela
esteja, veja que nós não abandonamos vocês...
Ela já estava com os olhos cheios de lagrimas novamente. Era
comovente, eu tinha vontade de protegê-la do que quer que a tenha feito mal,
mas o que a está fazendo mal, também esta me matando por dentro.
- Olha, eu vou pensar eu juro. Você sabe quando eu ganho alta?
- Talvez, hoje a noite ou amanhã de manhã. – Suspirei com
alivio á resposta dela.
- Pensa com carinho, essa proposta não vem só de mim, foi
ideia dos meus pais também.
Eu sorri, não poderia achar sogros melhores.
- Tá, bom. Mas não acho que seja uma boa idéia, afinal na
sua casa tem escadas, e eu com certeza não poderei subi-las. – Levanto uma
sobrancelha e ela sorri. Igual a irmã, me fez parar de respirar. Cadê o ar?!
- Nós damos um jeito. Agora eu tenho que ir, minha mãe pediu
para não demorar.
- Ta bom, obrigado pela visita Sophia.
- De nada Mica, fica bem.
Pooosta
ResponderExcluirContinuaaa
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