- Eu não estou terminando com você. – Suspirou. – Pedindo um
tempo, talvez...
- A gente sabe que essa história de tempo nunca dá certo. – Apertou
as mãos dela. – Sempre acaba com tudo.
- Seja racional, não é possível que está bom pra você do
jeito que está. – Fungou, as lagrimas já começando a aparecer. – Não está bom
pra ninguém.
- Não é justo você fazer isso com a gente. – Se afastou um
pouco. – Nem um pouco justo.
- Micael, eu estou indo passar uns dias na casa da minha
mãe, só isso. – Deu de ombros. – Quando eu voltar a gente conversa de novo e se
resolve de vez.
- Quantos dias? – Resmungou. – Você tem alguma ideia? –
Olhou a mala da mulher. – Porque está levando roupa pra passar o resto da vida
lá.
- Você sabe muito bem que eu tenho muito mais roupa e coisas
do que isso ai. – Rolou os olhos. – Mas eu não sei, uma semana, duas...
- Sophia, você não vai ficar com ninguém, vai?
- Ai, meu Deus do céu. – Rangeu os dentes. – Micael, me
deixa sozinha!
- Sophia...
- Não, chega dessa conversa, eu falo, falo, falo e parece
que você não escuta! – Ele tinha conseguido irritar a mulher. – Eu não estou
indo pra lá ficar com ninguém, mas que inferno! Me deixa sozinha. – Se levantou
da cama e abriu a porta. – Agora, Micael.
- Tudo bem, eu só acho que... – Foi interrompido pela loira.
- Você não acha nada. – Apontou pro lado de fora. – Quando
eu voltar a gente conversa e faz favor de não queimar as minhas coisas igual da
outra vez.
- Eu não faria isso...
- Tchau. – Fechou a porta sem responder mais nada,
definitivamente precisava de um tempo sozinha.
Micael passou pelos pais tão rápido que os dois não tiveram
tempo de perguntar o que aconteceu. Ele saiu rumo a sua casa, não queria mais
ficar ali, precisava de sossego e seus pais falariam demais na sua cabeça.
Antônia e Jorge jantaram sozinhos e conversaram um pouco
sobre a atual situação do filho e da nora. O restante da comida que foi feita
pra quatro pessoas, foi para geladeira. Logo os dois se despediram e cada um
foi para seu quarto.
Na manhã seguinte quando Jorge se levantou para tomar banho,
Sophia já estava pronta, sentada na cama, antes das cinco. Pegou a mala e foi
se sentar na sala, para o que sogro não tivesse que chama-la no quarto.
Ele ficou surpreso quando a viu, mas logo abriu um sorriso e
foi lhe cumprimentar com um beijo no rosto.
- Ei, você levantou cedo hein. – Brincou com ela que lhe deu
um sorriso forçado.
- Pois é, estou um pouco ansiosa pra ver a minha mãe. – Ele
assentiu.
- Bom, nós já vamos sair. – Avisou e a mulher balançou a
cabeça. – Eu vou buscar a minha mala no quarto e a gente vai. – Saiu da sala,
mas logo voltou e os dois seguiram para o aeroporto de táxi.
O vôo que estava marcado para as seis atrasou alguns
minutos, mas nada preocupante, logo eles estavam sentados com destino a São
Paulo. Chegaram antes das oito no aeroporto e tomaram outro taxi até o
restaurante.
- Eu vou para um hotel, você quer que eu pegue um quarto pra
você também? – Jorge ofereceu quando desceram do taxi, já no estacionamento do
restaurante que permanecia fechado.
- Não, não, eu vou pra casa dos meus pais. – Sorriu. – Você
também pode ficar lá se quiser, temos quarto de hospedes!
- Sério? - Sorriu. –
Bom, eu não conheço seus pais, acha que não vão se importar?
- Claro que não, você será muito bem vindo lá em casa! – Eu
vou só confirmar primeiro se não tem ninguém lá, ai eu te ligo e passo o
endereço.
- Está combinado então. – Ele balançou a cabeça. – Você quer
que eu chame um taxi pra você? – Disso ao olhar em volta e perceber que o que
vieram do aeroporto já tinha sumido.
- Eu chamei um Uber, chego lá rapidinho. – Sorriu. –
Obrigada por tudo Jorge, até mais tarde!
- Tchau, Soph. – Deu um beijo na testa da nora quando o carro
apareceu para leva-la embora.
A mãe de Sophia já aguardava ansiosa na porta desde que ela
tinha avisado que estava no aeroporto, tinha acordado super cedo pra receber a
filha. Quase correu para ajudar a loira a tirar a mala do carro. Sophia deu um
abraço bem apertado na mãe, precisava de colo naquele momento confuso.
- Eu estou tão feliz que você veio! – Disse já dentro de
casa. – Tem tanto tempo que você não vinha passar um tempo comigo, você some,
não manda uma mensagem, não dá uma satisfação! – Deu uma bronca mal disfarçada
e Sophia deu de ombros, tinha esquecido como sua mãe tinha mania de trata-la
como criança.
- Eu estou bem, você não precisa se preocupar tanto. –
Forçou um sorriso. – Vim passar uns dias com você, mas não precisa agir como se
eu tivesse quatro anos tá, mãe?
- Eu não faço isso! – Fez careta. – Você comeu? – Sophia
começou a rir, era mais forte que a mãe. – Eu fiz um café da manhã especial.
- Eu imagino que tenha feito. – Branca arrastou a filha até
a cozinha. – Tem tudo que você gosta.
- Cadê meu pai? – Vasculhou ao redor da cozinha com o olhar.
- Está no banho ainda. – Deu de ombros. – Daqui a pouco ele
desce.
- Hum, entendi. – Sophia lavou as mãos na pia e se sentou à
mesa junto com a mãe. – Eu ofereci o quarto de hospedes para o pai do Micael. –
Branca se surpreendeu. – Tudo bem?
- Tudo sim! – Sorriu. – Você sempre falou muito bem dele,
então com certeza será bem-vindo na nossa casa.
- Sempre falei muito bem do Micael e ele nunca foi bem vindo
na nossa casa. – Ela riu com a careta da mãe.
- É claro que foi, eu só peguei raiva dele depois que ele te
levou pra longe. – Sophia rolou os olhos. – E aliás, o fato de você estar aqui
significa que nada está bem com ele né?
- A gente está morando junto. – Tinha certeza que já tinha
comentado sobre aquilo com a mãe. – Só que o Micael tem um acessos de ciúme que
estão me esgotando.
- E não é normal? – Pegou uma torrada e começou a passar
patê. – Ele está inseguro.
Continuaaaaa
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