- Preciso concordar com ele. – Mel falou após ficar sozinha
com os dois. – Conversem. – Deu um beijo no rosto de cada um. – Meu carro
chegou, juízo. – Deixou Sophia sozinha com Micael ao entrar no carro e ir
embora. Micael estendeu a mão pra pegar a mala da mulher, que agora sem muita
alternativa entregou.
Os dois entraram no carro e ficaram em silêncio, um silêncio
insuportável. Micael tinha as duas mãos firmes no volante, apertava com força,
com certeza estava com raiva por ter visto a namorada junto com Douglas. Pelo
menos era isso que passava na cabeça da loira.
- Você vai pra onde? – Ele perguntou num semáforo. Tinha que
saber pra pegar a direção correta. – Minha
casa ou a sua casa. – Debochou. – Preciso saber pra que lado virar.
- Você vai brigar comigo? – Tinha o olhar fixo na janela. –
Eu só quero descansar.
- Não. – Foi apenas o que respondeu. Antes que a loira
respondesse ele virou rumo a casa dos dois. Não demorou muito a chegar e quando
finalmente chegou, não entrou pra garagem.
- Não vai estacionar? – Ela perguntou ao sair do carro. O
moreno foi retirar a mala dela e a entregou.
- Vou à casa do meu pai. – Deu de ombros. – É bom que você
consegue descansar. – Ela assentiu algumas vezes e o rapaz entrou no carro de
novo, em seguida partiu. – Sophia ficou olhando por um tempo, soltou um longo
suspiro e entrou em casa. Não desfez a mala, apenas tomou banho e deitou na
cama. Precisava de um cochilo.
Acordou horas mais tarde achando que ainda estava sozinha em
casa. Se levantou pra fazer um lanche e reparou em Micael sentado no sofá com
fones de ouvido, comendo um sanduíche mexendo no celular. Ele a olhou, mas não
falou nada.
A loira abriu a geladeira pra pegar geleia, mas encontrou
patê, que provavelmente era o que Micael tinha passado no pão. Pegou o pote e
logo começou a montar seu sanduíche. Queria evitar ao máximo aquela conversa
que seria a definitiva com Micael, e ela tinha a impressão que ele também
queria evitar.
Terminou de comer na cozinha mesmo e voltou para o quarto,
Micael a acompanhou com os olhos, mas novamente não disse nada. Cerca de vinte
minutos depois ele tirou os fones e largou o celular ali, precisava conversar
com ela, não aguentaria mais aquela situação.
- Vamos ficar assim até quando? – Ele perguntou escorado na
porta.
- Não estamos de jeito nenhum. – Desviou o olhar da mensagem
que enviava a Lua.
- Você fez uma mala e foi embora pra São Paulo brigada
comigo, voltou sem avisar e pelo que me parece você não estava pretendendo
avisar. Ai agora não fala comigo...
- A gente está vivendo um momento complicado. – Suspirou. –
E está bem difícil de lidar.
- Eu morri de saudades de você. – Tinha ternura no olhar. –
Tudo que eu quero é abraçar você, te dar um beijo e dizer que te amo, mas está
mais difícil do que quando estávamos separados. – Ela suavizou a expressão.
Sabia que Micael ia acabar com todas as suas defesas se começasse a ser fofo. –
Foi a semana mais longa da minha vida.
- Por que ficou imaginando com quantas pessoas eu fiquei? –
Ela debochou. – Imagino que deva ter sido difícil.
- Dá pra facilitar? – Ergueu a sobrancelha. – Foi difícil longa
porque eu queria falar com você, queria te ver... Dormir aqui sozinho é péssimo.
– Ela sorriu. – Eu sei que exagerei, eu sei que não devia ter feito metade do escândalo
que eu fiz, eu não quero me tornar um controlador obsessivo, mas é tão difícil.
– A voz dele era baixa, no fundo a mulher estava feliz, esperava que tivessem
uma briga quando voltasse. – Eu não quero perder você novamente.
- “Não quero me tornar” – Repetiu um pedaço da frase dele. –
Eu sinto informar que você já é.
- Você não está facilitando. – Rolou os olhos.
- Você também não facilitou pra mim nas últimas semanas,
sempre brigando comigo, desconfiando de cada passo que eu dou.
- Eu estava inseguro. – Abaixou a cabeça. – Eu estava com
medo.
- Micael, com as suas atitudes você menospreza todo o amor
que eu tenho por você. – Ela se ajeitou na cama. – Não estou dizendo que não
entendo você, porque eu entendo. Eu também tenho os meus medos e inseguranças,
mas não dá pra deixar tudo isso tomar conta das nossas ações, vai acabar
ficando insuportável e ninguém vai aguentar, nem você e muito menos eu.
- Você não pode terminar comigo depois de tudo que passamos,
fizemos tanto esforço pra fazer nosso amor resistir a tudo o que passou, nós
perdoamos tantas coisas. A gente merece essa segunda chance.
- Você não me perdoou.
- Claro que já. – Balançou a cabeça. – Eu não moraria com
você se não tivesse perdoado. Eu amo você Sophia, isso não é algo tão difícil de
entender, é?
- Não, não é. – Fechou os olhos. – Eu só queria que as
coisas fossem mais fáceis.
- Você não sentiu saudades de mim essa semana? – Se aproximou
com passos lentos da cama. – Nem um pouquinho?
- É claro que eu senti. – Os dois sorriram. – Tudo naquela
cidade me lembra você.
- Eu prometo tentar controlar o meu ciúme. – Esticou a mão
na direção dela. – Você me dá uma segunda chance? – A loira fingiu pensar antes
de esticar a mão e segurar a de Micael. Ela a puxou e segurou pela cintura. –
Eu amo você.
- Eu também amo você. – Ele deu um monte de beijinhos no
rosto da mulher. A saudade de estar bem com ela era indescritível.
- Você voltou hoje por quê? – Perguntou já deitado na cama
ao lado da mulher. – Eu pensei que fosse ficar mais uns dias lá.
- Mel me ligou pra um teste. – Contou empolgada. – Tive que
voltar correndo, por isso que eu estava com a mala lá no ponto.
- E como foi? – Sophia estava realmente surpresa com o fato
de Micael não ter tocado no nome de Douglas ainda. – Ficou muito nervosa?
- Minhas mãos suavam frio. – Sorriu com a lembrança. – Eu pensei
que ia gaguejar quando tivesse que falar o slogan, mas deu tudo certo. O
pessoal disse que eu arrasei.
- Eu tenho certeza que sim! – Deu um selinho na mulher. –
Sobre o que é a campanha? Dia dos namorados como falamos outro dia?
- Uhum. – Riu. – É de batom. Vai ter o comercial e a parte
das fotos né, pra colocar em outdoor, ponto de ônibus essas coisas. Ai serão
selecionados dois casais, mas eu tenho certeza que a Mel pegou o da TV, Chay vai
morrer do coração quando ver. – Micael acompanhou a risada.
- Com certeza vai! – Apertou ainda mais a loira em seus
braços. Ela tinha certeza que ele queria perguntar mais coisas, mas tinha medo
de gerar mais briga.
- O teste foi em dupla. – Fechou o sorriso ao contar, queria
muito que ele não surtasse e começasse a falar coisas desagradáveis pra ela. –
E teve...
Continuaa
ResponderExcluirespero q ele nao surte
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