- Será que você consegue explicar o grito que deu comigo na
casa do seu pai? – Sophia estava brava quando passou pela porta. – Aquele surto
do nada!
- Você tinha mesmo que inventar essa viagem? – Cruzou os
braços. – A gente não estava bem demais?
- Surpreendentemente bem demais. – Concordou ainda irritada.
- Ai você tinha que arranjar algo pra fazer a gente brigar e
estragar! – Culpou a loira que arregalou os olhos indignada.
- Meu Deus, eu querer ver os meus pais é algo tão inaceitável
assim? – Jogou os braços pro alto com raiva. – Eu não posso mais ter saudade
deles? Eu tenho que ficar presa nessa casa pra você se sentir confortável e seguro,
é isso?
- Não é isso, você não tinha dito pra mim que estava com
saudade de nada. – Rangeu os dentes. – Surgiu do nada?
- Micael, você está sendo estupido comigo mais uma vez. –
Abaixou o tom de voz. – Seu pai falou da viagem e eu resolvi aproveitar já que
o restaurante é bem perto da casa dos meus pais e da Liz. Eu não estou
entendendo o motivo desse estresse todo.
- Só achei muito suspeita essa sua saudade repentina. –
Estava com um bico enorme. – Você podia ter conversado comigo antes, não falado
de cara lá.
- No caso você queria que eu tivesse pedido permissão a você
pra ir ver a minha mãe, não é? – Debochou.
- Não é bem isso. – Disse de novo e procurou argumentos pra
provar seu ponto de vista, mas não encontrou nenhum valido. – A gente mora
junto, você devia ter conversado comigo antes.
- Não tinha tempo, seu pai decidiu ir na hora e já até
comprou as passagens, não foi nada planejado eu só vi uma oportunidade e falei
que queria ir. – Tentou se justificar novamente. – Você está ficando
irracional, Micael.
- Eu não sou irracional coisa nenhuma.
- Mas está agindo como se fosse meu dono. – Rangeu de raiva.
– Eu sabia que essa história de morar junto era pra você vigiar cada passo meu,
mas você está passando de todos os limites aceitáveis. Está ficando muito
chato.
- Eu avisei a você que não ia ter confiança nenhuma no nosso
namoro quando a gente voltasse. – Se sentou no sofá sem encarar a menina. –
Você disse que sabia disso, que aceitava que eu fosse um ciumento, que ia
reconquistar a minha confiança.
- Só que você não pode achar que eu vou sair por ai sentando
no primeiro pau que aparecer o tempo todo. Isso está insuportável, a gente
acaba brigando toda hora, Micael. – Seus olhos encheram de lagrimas. – O tempo
todo a gente briga por causa de coisa idiota e isso já está acabando comigo,
não dá pra viver desse jeito.
- Ah, para. – Ele bufou. – A gente estava há um tempo sem
brigar já. – Rolou os olhos.
- Um ou dois dias? – Debochou de novo. – E só porque eu não
sai de casa, porque se tivesse saído, com toda certeza você ia ter feito um escândalo,
como sempre faz.
- Você está fazendo drama.
- Quem está fazendo drama aqui é você. – Voltou a falar
alto. – Eu não sei mais o que fazer pra tudo ficar bem, mas com certeza ficar
passando a mão na sua cabeça e alimentando toda essa insegurança não dá.
- Alimentando a minha insegurança? – Repetiu sem entender. –
O que você quer dizer com isso?
- A nossa relação não está nem um pouco saudável, você briga
comigo toda vez que eu saio e ai tenho que ficar provando que não fiz nada de
errado. Eu não vou provar é mais nada, pode me chamar de egoísta, mas essa
situação está me cansando. Você está o próprio Chay.
- Você me chifrou, caralho. – Ele gritou. – Eu não quero que
aconteça de novo.
- Eu sei o que eu fiz, você não precisa gritar na minha
cara. – Ela apenas sussurrou. – E também não precisa agir como um babaca.
- Eu estou sendo babaca? – Estava indignado. – Eu faço tudo
por você, Sophia. – A mulher ficou em silêncio. – Eu escuto tudo o que você
fala, você pede pra eu falar com meu pai, lá vou eu pedir desculpas, mesma
coisa com a minha mãe, você enche o meu saco o tempo todo quando eu brigo com
um deles e lá vou eu pedir desculpas novamente. Você quer sair, eu te levo, você
inventa de pintar a parede do meu quarto, a gente pinta. Droga, você tem a
droga da senha do meu cartão pra fazer o que quiser. Ai eu fico com ciúme de
uma viagem e você me chama de babaca?
- Pronto, começou a jogar na cara. – Saiu da sala e foi para
o quarto ainda resmungando. – Estava demorando demais pra jogar na cara que
paga as coisas pra mim.
- Não, eu não joguei isso na sua cara até porque eu não falei
só disso. – Ele foi atrás. – Eu falei da forma como eu ajo com você no geral.
Você sabe muito bem que eu nunca me importei com dinheiro.
- Eu estou cansada e essa discussão não vai levar a gente a
lugar nenhum. – Se deitou na cama.
- Nós viemos pra casa pra você arrumar a mala da sua viagem,
não pra você deitar na cama. – Relembrou. – Nós temos que voltar.
- Eu não estou a fim de voltar, vai sozinho se quiser. – Cobriu a cabeça.
- Para de palhaçada, Sophia. – Ele cruzou os braços no pé da
cama. – Meu pai já comprou a sua passagem e você sabe muito bem disso.
- Existe reembolso, não existe? – Falou com a cabeça ainda
coberta. – Agradeça a ele e a sua mãe por mim.
- Sophia, vamos logo. – Puxou a coberta e a mulher o encarou
ainda bravo.
- Eu não estou afim de voltar lá e ficar fingindo que está
tudo bem, porque não está. Vai você sozinho e aproveita o jantar, não se
preocupa que eu não vou sair escondida pra ir colocar mais chifre em você não,
pode ficar vigiando o GPS do meu celular se isso for te deixar mais seguro.
- Eu não vou falar mais nada. – Ergueu as mãos. – Quer ficar
ai, fica. – Saiu do quarto apressado e logo Sophia ouviu a porta da frente
bater. Levantou da cama, pegou um pijama e foi para o banheiro tomar um banho.
Logo em seguida foi até a cozinha fazer um lanche antes de voltar pra cama e
mandar mensagens pra Lua.
Posta mais pleaseeeee
ResponderExcluircontinua, quero so ver o que vai sair dessa discussão
ResponderExcluirMicael sabe bem de tudo que aconteceu, decidiu voltar mas segunda chance de fato não deu até agora
ResponderExcluirEtaaa q ta tenso agr
ResponderExcluirEssa insegurança toda do Micael, vai fazer ele perder a Sophia.
ResponderExcluirEla devia ir embora e quando ele voltasse, não encontrasse mais ela lá, só assim pra ele dar valor pra ela.
Posta maissssss, pleaseee!