- Como você está, de verdade? – Ele perguntou preocupado
depois que se afastou da mãe. – Não é maligno é?
- Não. – Forçou um sorriso. – É benigno, mas ainda tenho
muito tratamento pela frente. Essa doença só fez eu parar de perder tempo e
correr atrás do que eu queria.
- Que nesse casa era voltar pro Brasil? – Ele tinha um
sorriso, já estava aliviado após a mãe dizer que não era maligno.
- Não né. – Sorriu de volta. – Era ter coragem pra falar com
você de novo, pra pedir perdão por tudo que eu te fiz sofrer.
- Sabe que não é fácil esquecer todos esses anos né? –
Ergueu uma sobrancelha. – Eu cultivei raiva suficiente de você pra ver deixar
ir embora assim...
- Não tem problema, meu amor. – Ergueu uma mão e colocou no
rosto de Micael. – Eu já ganhei um abraço seu hoje, eu aguardo o seu tempo. –
Sophia e Jorge entraram na cozinha.
- Atrapalhamos? – Ela disse sorridente ao ver Micael tão
perto da mãe. Ele se afastou um pouco e secou o rosto que tinha ficado molhado
devido a doença de Antônia.
- Estávamos só conversando. – Foi pra perto da namorada e
lhe deu um beijo na cabeça. – Cansou da companhia do meu pai? Não julgo. –
Brincou e fez os presentes rirem.
- Hum, bem humorado, que milagre. – Jorge bufou e se sentou
em uma cadeira que tinha ali perto. – Vocês dois vão ficar conversando ou vão
cozinhar?
- Pra início de conversa, eu sou visita. – Brincou. – Não estou
cozinhando nada!
- Hum, só está atrapalhando né?! Entendi muito bem. – Jorge revidou.
- Meu filho não me atrapalha. – Antônia respondeu e o ex
marido mandou língua pra ela.
- Puxa saco demais. – Bufou. – Fica dando muita confiança
pro Micael não que ele é muito estressadinho.
- Eu concordo, não pode puxar muito o saco. – Sophia entrou
na brincadeira. – Ele fica metido.
- Até você, amor? – Ele riu. – Eu sou é muito injustiçado.
- Coitadinho. – Antônia falou, mas antes que respondesse
ouviram o toque de celular ecoar. Jorge tirou do bolso e atendeu ainda rindo da
brincadeira com o Filho.
- Fala, Roberto. – Micael ergueu uma sobrancelha, sabia que
Roberto era o metre do restaurante de São Paulo, homem de confiança de Jorge. –
O que foi que aconteceu agora?
- Oi, Jorge. – Ele tinha o tom de voz preocupado. – Desculpe
te ligar a essa hora, mas é que tivemos um problema no restaurante e acabamos
de fechar.
- O que foi que aconteceu ai? – Já ficou preocupado.
- Estourou um cano na cozinha, a gente não sabe como, mas
vazou água pra todo lado a cozinha esta completamente alagada. Fechamos o registro,
estamos aguardando os clientes que estavam jantando saírem pra fechar
completamente.
- Puta que pariu! – Exclamou e o pessoal na cozinha
arregalou os olhos. – Fecha que eu vou ver o que faço amanhã. Obrigada por
ligar. – Bateu o telefone na mesa com raiva.
- Fechou o restaurante de São Paulo? O que aconteceu? –
Micael perguntou um tanto quanto curioso.
- Problemas, é só o que me acontece. – Ele bufou e saiu da
cozinha para o seu quarto, precisava comprar uma passagem de avião pra São
Paulo o mais rápido possível.
- Eita, pelo visto foi sério. – Sophia falou baixinho. –
Nunca vi ele tão alterado assim sem o motivo ser você. – Micael sorriu. –
Pensei que só você tinha esse talento.
- Mas você está bem engraçadinha hein! – Micael riu e
observou Jorge voltar com o notebook na mão. – Vai fazer o quê?
- Comprar uma passagem pra São Paulo o mais rápido possível.
Aparentemente estourou um cano na cozinha, restaurante tá fechado e eu preciso
resolver isso o mais rápido que eu conseguir.
- Minha cozinha. – Fez uma careta. – Que droga!
- Pois é, sua cozinha está alagada uma hora dessa. – Jorge se
concentrava no computador. – Eu vou amanhã e não sei quantos dias vou ficar lá,
então, Micael por favor, não se atrase para o trabalho. Só me falta eu ter
problema nos dois restaurantes ao mesmo tempo.
- O de Alagoas está sem problema. – Micael debochou. –
Imagina se fosse nos três. – Jorge fez uma careta.
- Muito engraçadinho. – Rolou os olhos.
- Gente! – Antônia chamou atenção dos dois estalando os
dedos. – A gente estava num clima ótimo agora há pouco, e vocês estão ai quase
brigando por nada, vamos parar?!
- É porque você não viu as brigas de verdade. – Sophia sussurrou,
mas Antônia ouviu.
- E nem quero ver. – Ela respondeu alto. – Vamos encerrar
por aqui. Vamos lá, se entendendo os dois. – Bateu palminhas apressando e Jorge
suspirou.
- Tá certo, desculpa pai. – Surpreendeu Sophia. – Vai
tranquilo que eu vou cuidar do restaurante daqui.
- Meu Deus do céu! – Sophia exclamou ainda surpresa. –
Antônia, tudo que eles precisavam era de você mesmo!
- Larga de ser besta, Sophia. – Micael implicou.
- Ainda me ofende. – Olhou para o sogro. – Será que eu posso
ir com você pra São Paulo?
- Está doida? – Micael arregalou os olhos, falou alto e
assustou Sophia e a mãe. – O que você tem pra fazer lá?
- Meu filho, pra que tudo isso? – Antônia falou depois que
se recuperou do susto.
- Meus pais moram lá Micael. – Rolou os olhos. – E a Liz.
- Tem anos que você nem fala com a Liz. – Cruzou os braços.
- Você não vai fazer uma cena comigo aqui na frente dos seus
pais, vai? – Ele olhou pra cara de Antônia e Jorge e soltou um suspiro. – Muito
melhor assim.
- A gente ainda vai conversar sobre isso. – Ele falou mais
controlado.
- Não há tempo pra conversar, estou comprando a passagem
agora. – Jorge avisou e fez o casal olhar pra ele. – Uma ou duas? – Encarou Micael
e Sophia.
- Duas. – Ele respondeu baixo e viu o sorriso nascer no
rosto de Sophia. – Eu sou um pau mandado mesmo. – Se sentou na mesa com a cara
emburrada.
- Então, senhor pau mandado, eu sugiro que você leve a sua
namorada em casa pra ela fazer uma malinha e vocês dois ficarem aqui, porque eu
vou comprar a passagem para as seis da manhã. – Micael bufou. – Como a janta
parece que ainda vai demorar uma eternidade pra ficar pronta, acho que dá
tempo.
- Mas está muito implicante. – Antônia respondeu rindo.
- Realidade. – Jorge riu e voltou a se concentrar na tela do
note. – Vão logo, assim você podem conversar sem nenhuma testemunha. –
Continuou rindo e Micael se levantou da cadeira.
- Vamos. – Saiu da casa dos pais de mão dada com Sophia.
Aeeeeee achei que vc tinha desistido caah
ResponderExcluirMas foi só um dia kkkk
ExcluirKkkkkkkkk
ExcluirMesmo assim, um dia é muito Tempo kkkkkkk
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