- Você devia falar com ele. – Apontou para a porta. – Não deve estar muito bem. – Sophia assentiu e saiu rumo a casa de Micael e esperava que o moreno estivesse lá. Caminhou bem depressa e quando chegou ao apartamento, bateu muitas vezes na porta e nada dele abrir. Mas ela não desistiu e ele finalmente se deu por vencido.
- O que custa abrir essa porta? – Bufou quando olhou na cara
de Micael. – Minha mão está doendo de tanto bater.
- Sophia, eu não acho que é um bom momento pra gente
conversar não. – Ele saiu da sala e voltou pro quarto a passos longos. Sophia o
seguiu e viu que ele fazia as malas. – Eu não fiz nada, se é o que quer saber.
- Por que está fazendo as malas? – Ergueu uma sobrancelha
mesmo que o noivo estivesse de costas. – Que fim teve a conversa com seu pai?
- Eu me demiti. – Deu de ombros sem se virar. – Eu estou
extremamente cansado de aturar meu pai, não aguento mais. Pra ele nada nunca
está bom, eu posso estar me matando de trabalhar, e nunca vai ser suficiente.
Chega dessa porra!
- Ei, não precisa ser tão radical assim, como você vai se
demitir do negócio da sua família? – Ela colocou as mãos na cintura. – Seu pai
pode ser um pouco duro, mas...
- Sophia, já deu de defender meu pai. – Se virou pra ela. –
Toda vez que acontece alguma coisa você fica do lado dele. Se for pra ficar
dessa vez, volta pro restaurante, entra na sala dele e fica lá conversando
dizendo o quão certo ele está. Pra mim não.
- Ei, você está sendo ignorante comigo! – Fez uma cara de
brava.
- Claro que estou, você está vendo como eu estou e vem aqui
defender o meu pai. – Bufou. – Parece até que ele é um santo. Ele pode ser um
sogro maravilhoso e te tratar muito bem, mas ele não é um pai maravilhoso e
você tem plena consciência disso, então faz favor de parar de passar pano pra
ele.
- Eu nem sei o que aconteceu naquela sala. – Suspirou. – Eu
nem sei o que acontece na sua vida, você não me conta as coisas, Micael. Como
que eu vou te entender se você não fala?
- Sophia, eu não quero brigar com você também. – Respirou
fundo e se virou.
- Eu só quero que você confie em mim, hoje eu descobri mais
coisas sobre você pela Aline. – Se virou novamente interessado. – Porque você
não me fala merda nenhuma. Eu não sabia que você estava trabalhando até tarde e
que estava com dificuldade pra cumprir esse seu trabalho, eu não sabia que era
por isso que você estava enviando as planilhas atrasadas pro seu pai, eu não
sabia que a sua melhor amiga Aline é sua ex namorada.
- Ah, pronto. – Cruzou os braços. – Chegou onde queria. Vai
surtar agora mesmo? Você vai brigar comigo no momento que eu estou por aqui. –
Gesticulou com as mãos na testa e depois voltou a cruzar os braços. – É só o
que falta mesmo, aturar ceninha de ciúme por causa de besteira.
- Que ceninha de ciúme o que, eu estou reclamando que você
não me conta as coisas. E nem estou brigando com você, estou tentando
conversar.
- Sophia, eu namorei essa menina quando eu era adolescente, terminamos
porque eu preferi ir pra França do que ficar com ela. Nunca mais eu a vi,
quando a reencontrei aqui no dia do teste. Satisfeita.
- Eu já sei de tudo isso, porque ela me contou. – Fez uma
careta. – Eu só estou dizendo que você não precisava ter escondido essa
informação de mim. A gente está construindo confiança pra não ter briga idiota,
você não está colaborando escondendo isso.
- Eu só não achei importante contar. – Deu de ombros. – Você
com certeza ia ficar cismada com ela e só ia trazer dor de cabeça pra nós dois.
- Não, deixa de ser idiota. – Bufou. – Eu só quero que
fiquemos bem, só quero que tudo dê certo pra gente. Assim como você aceitou a
minha amizade com Douglas, eu aceitaria se você me dissesse que essa menina foi
sua namorada há trinta anos atrás. Entenda, só não quero mais segredos.
- Trinta anos? Quantos anos acha que eu tenho? – Resmungou.
- Eu vou apoiar a decisão que você quiser tomar. – Deu um
passo e se aproximou do noivo. – Seja continuar com seu pai ou realmente se
demitir e tentar algo novo. Me desculpa por defendê-lo.
- Me desculpa por ter sido ignorante. – Suspirou e puxou a
namorada pela mão. – Eu só não estou num bom dia.
- Tudo bem, eu entendo você. – Depositou um beijo casto nos
lábios do moreno. – Eu vim aqui porque eu estava morrendo de saudades de você,
eu não vim aqui pra brigar.
- Pois é, diante de toda a confusão, você nem me respondeu o
que veio fazer aqui do nada, sem nem avisar. – Riu, ainda abraçado a mulher.
- Seu pai me convidou. – Deu de ombros. – E eu aceitei na
hora, a gente veio pra ficar um dia e ir embora amanhã de manhã, agora eu estou
confusa do que vai acontecer.
- A gente volta pro Rio, casa e vive feliz. – Deu um monte
de selinhos nela. – Não é o que você queria? Deixa que meu pai fica aqui até
ele arrumar alguém pra colocar no meu lugar.
- Não sei se é uma boa ideia. – Suspirou e se afastou de
Micael.
- Você não quer que eu volte? – Ergueu uma sobrancelha. – O
que foi?
- Sua mãe, quem vai cuidar da sua mãe enquanto ele estiver
aqui? – Ele a encarou curioso. – Ela está doente ainda, se lembra? Esse
tratamento é terrível, ela fica esgotada. Seu pai, querendo ou não, cuida dela
com todo amor e carinho, duvido que ele vai querer deixar ela lá.
- Até onde eu sei, minha mãe estava melhor. – Continuava com
a mesma expressão.
- Não sei bem o que aconteceu, mas seu pai hoje chegou com
uma cara péssima no aeroporto, quando perguntei o motivo, ele disse que tinha
passado a noite em claro com a sua mãe que não estava se sentindo bem.
- Eu não acredito que você está a ponto de fazer a minha
cabeça pra eu cair no papo do meu pai de novo. – Rangeu os dentes. – O que você
tem Sophia? Não é possível.
- Eu só estou expondo um ponto de vista. – Suspirou. – Ele
cuida da sua mãe com todo amor e carinho do mundo, não tem como trazer ela pra
cá por conta de que todos os médicos e o tratamento dela estão lá. É justo você
fazer isso com a sua mãe?
- Como eu te odeio, Sophia. – Se deu por vencido.
micael e o pai dele nunca mudam kkkkkkkk
ResponderExcluirTão nessa desde o primeiro capítulo 🤣🤣🤣🤣🤣
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