- Será que agora que você está mais calmo, a gente pode matar a saudade? – Ele sorriu pra careta que Sophia fez. – Não ri de mim, eu viajei horas pra poder te ver e até o momento não ganhei nem um beijinho.
- Claro que ganhou. – Seguiu rindo. – Agora há pouco.
- Aquilo nem conta, já ia completar três semanas e aquilo é
o que eu mereço? – Cruzou os braços. – Noivo desnaturado. – Ele seguiu sorrindo
e puxou Sophia já lhe dando um beijo. – Bem melhor. – Disse quando se
afastaram.
- Você com certeza é a melhor coisa que me aconteceu na
vida.
- Será que a gente pode parar de conversar. – Sorriu entre o
beijo. – Eu quero você. – Micael empurrou a mala para o chão e logo começaram a
se amar.
- Isso está com um cheiro ótimo. – Micael chegou na cozinha
de bermuda e olhou o que Sophia estava fazendo. – Posso saber o que é?
- Para de mentir, isso aqui é macarrão com salsicha, não tem
como estar com um cheiro ótimo. – Ela comentou enquanto virava todo o macarrão dentro
do molho. – Tu para de ser debochado homem.
- Nem sou. – Riu. – Estava louco pra provar do seu tempero,
já que a gente tá junto há quase quatro anos e você nunca teve coragem de
cozinhar!
- Deve ser porque você é chato quando o assunto é comida. –
Fez uma careta. – Não dá pra te aguentar dando pitaco.
- Claro que dá. – Sentou-se à mesa. – Eu nem dei pitaco ai
na sua comida.
- Porque você foi proibido de vir aqui. – Bufou. – Pega o
prato ai, porque já passou do meio dia e eu estou morrendo de fome. – Se levantou
pra pegar dois pratos e logo Sophia colocou comida no prato.
- Até que ficou realmente bom, talvez você leve jeito pra
coisa hein. – Brincou.
- Eu levo jeito pra fazer o que eu quiser, o problema é que
eu não quero mesmo. – Ele ergueu uma sobrancelha. – Estilo dirigir.
- Não mesmo, você não leva o menor jeito. – Riu na cara da
mulher. – Não vem querer meter essa pra mim.
- Eu não fiz aulas, se tivesse feito, seria tão boa quanto
você. – Bufou e seguiu comendo seu macarrão.
- Tá, vamos mudar de assunto. – Balançou a cabeça, segurando
o riso. – Me conta o que achou da Aline, já que pelo visto você teve tempo pra
conversar com ela.
- Simpática. – Sorriu. – Me surpreendeu.
- Te surpreendeu? – Ergueu uma sobrancelha. – Eu sempre te
falei que ela é legal, não tem motivo pra ficar surpresa ao perceber que ela é
mesmo.
- Bom, devido a cena que eu presenciei quando cheguei, eu não
estava com o coração muito aberto pra ela. – Micael debochou com uma careta. –
Ué, eu vou mentir pra quê?!
- Para de besteira. – Seguiu comendo. – Você sabe que eu
jamais ia atrás de outra mulher. – Rolou os olhos. – E eu já tinha dito que ela
e casada, tem uma filha e tudo.
- Eu sei, eu sei. – Bufou. – Mas que foi estranho, foi. –
Encarou o noivo. – Caso contrário você não teria vindo pra mim tentar se
explicar, não é mesmo?
- Eu fui me explicar porque vi a sua cara. – Continuou a
comer. – Estava pálida.
- Vamos mudar de assunto de novo. – Bufou. – Eu comprei meu
vestido.
- Seu vestido de noiva? – Arregalou os olhos. – Sério? E
como ele é? Você deve ter ficado uma gata hein.
- Oxe, eu não vou te contar como ele é. – Riu. – Eu comprei
ontem, na verdade encomendei, paguei a entrada, mas estou tão empolgada.
- Besta, podia me contar. – Mandou língua.
- Eu quero saber quando é que a gente vai escolher a data. –
Micael colocou o garfo no prato vazio. – Lua está me perturbando.
- Bom, a gente precisa saber se eu vou ou não me resolver
com o meu pai e continuar aqui.
- Isso se vocês conseguirem ter uma conversa decente, sem
gritos e sem ignorância. – Sophia se levantou e tirou os pratos. – Parece impossível.
- Ele vem ser ignorante comigo, eu vou ser ignorante com
ele. – Deu de ombros. – Vou ficar ouvindo asneira?
- Micael, não exagera. – Suspirou. – Você me obriga a
defender o seu pai. – Colocou uma mão na cintura. – Ele acha que você enrola
ele, se você não chegar e falar “pai, eu tenho dificuldade com esse trabalho”
vai ficar impossível dele saber. Entende? Ele veio falando comigo que você
tinha preguiça de trabalhar. – Prendeu o riso. – Você tem que falar as coisas.
- Não quero falar é nada. – Bufou. – Meu pai é insuportável.
- Eu desisto, não dá. – Começou a lavar os pratos. – Eu já
fiquei muito no meio de vocês.
- Você fala isso, mas no segundo em que ver a gente brigando
vai se meter. – Micael escorou no balcão. – Nem adianta fingir que não é isso
que vai acontecer, tem uma força maior em você que impede de se abster. –
Caminhou por trás da noiva e a abraçou.
- Mas eu deveria conseguir, vocês dois só dão dor de cabeça.
– Bufou. – Aline me disse que desde que conhece você isso acontece. – Se virou
e viu Micael rindo.
- Desde antes dela também. – Seguiu rindo. – Eu brigo com
meu pai desde que aprendi a falar.
- Isso não é engraçado. – Beliscou Micael. – Vocês deviam
ser mais amigos, viveram a vida toda juntos.
- Por que você acha que eu fiz questão de sair de casa logo?
- Porque foi pra França.
- Porque eu queria fugir do meu pai. – Rolou os olhos. – Não
é atoa que quando eu voltei pro Rio eu comprei uma casa longe da dele. Deus é
mais.
- Micael...
- Sophia, eu vou falar com ele quando aparecer aqui, tá
legal. – Se afastou da loira. – Mas eu também não vou me humilhar pra ele não.
Se quiser bem, se não quiser amém.
- Vai falar com essa marra toda ai? – Ergueu uma
sobrancelha. – Tenta ser mais simpático.
- Meu pai deve estar espumando de ódio de mim uma hora
dessa. – Voltou a rir. – Eu sai de lá dizendo que quando ele morresse eu ia
vender todos os restaurantes.
- É o quê? – Arregalou os olhos. – Micael, o que te faltou
foi surra quando era criança.
- Eu não vou fazer isso, tá legal? – Explicou com a habitual
careta. – Mas ele mereceu ouvir, ninguém manda ficar enchendo o meu saco.
- Você é intolerante demais, não sei como eu aguento. – Se virou
de volta pra pia e voltou a lavar o restante da louca.
- Vamos parar de falar do meu pai? – Agarrou Sophia
novamente. – Vamos deixar a conversa com o seu Jorge, pra hora da conversa com
o seu Jorge.
nao vejo a hora do casamento deles ❤️
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