- Você agora é fiscal de trabalho? – Arthur perguntou rindo. – Eu estou tirando férias, a última que tirei foi na época que você ia casar, querida, eu mereço um descanso.
- Justo. – Ela deu de ombros. – E vocês? – Se virou pra Douglas e Mel. – Não tem um enxoval pra preparar não?
- Tá querendo que a gente vá
embora é só falar, sabia? – Douglas alfinetou. – A gente não tem cerimônia não.
A Lua contou pra gente as coisas que a Beth falou e a gente veio aqui te dar
uma força, sabemos o quanto é importante pra você.
- Pois é. – Suspirou. – Eu não esperava
aquela reação. – Se sentou na poltrona de Micael. – Fiquei muito surpresa.
- Ela deve estar sem modelo pra
pegar ela, ai está recalcada. – Mel bufou. – Eu nunca suportei aquela mulher.
- E alguém suporta ela, Mel? – Lua
debochou. – Só a Sophia que ficava numa falsidade que só.
- Douglas suportou por bastante
meses. – A loira soltou e reparou bem na careta de Mel. – E eu tenho certeza de
que ele adorava suportar, não é mesmo?
- Ela não era chata comigo. – Ele deu
de ombros. – Nunca foi.
- Claro que não, ela chupava seu
pau. – Mel disse mal humorada e arrancou risada de Douglas.
- Meu filho está na sala. – Lua repreendeu.
– Vamos maneirar no palavreado. – Mel balançou a cabeça concordando. Olhou pra
mão de Sophia e a viu segurando um papel. – Que isso ai?
- Ah! – Ela sorriu. – É o teste de
DNA. – Entregou o papel a Lua. – Eu entrei no quarto do bebê e tinha umas
caixas lá, um monte de coisa velha, mas tinha isso ai dentro de uma pasta.
- O Micael guardou o resultado do
exame. – Lua achou graça. – Que bonitinho!
- Também achei. – Sophia riu
também. – Só que ele nunca me falou que guardou, achei que já estava no lixo
faz tempo.
- Todo amassado do jeito que tá,
devia estar né. – Arthur riu. – Fernanda deu chilique e o coitado do papel que
sofreu.
- Eu estava lembrando daquele dia
e da raiva que eu estava sentindo por fazer esse teste. – Sophia comentou com
os amigos. – Mas foi tão satisfatório ver a cara daquela mocreia.
- Só eu que não estava lá mesmo? –
Mel comentou olhando os amigos.
- Pois é, você devia estar em cárcere
privado com o Chay. – Lua implicou e recebeu uma almofadada no rosto. – Ué,
agora é errado falar a verdade?
- Eu não estava nada presa, tá
legal? – Cruzou os braços por cima da barriga, vocês são muito implicantes.
- Claro que estava. – Sophia
implicou. – As maiores tretas que aconteceram na época você não presenciou.
- Me conta Mel. – Douglas começou
a falar calmo e Mel achou que era sério. – Ele te amarrava no pé da cama? – Ele
explodiu em risadas junto com os amigos.
- Larga de ser ridículo. – Deu tapinhas
nele. – Vocês estão muito engraçadinhos mesmo. A chacota do dia hoje sou eu.
- Foi você que disse que não estava
lá. – Lua continuava a rir. – E todos nós estávamos lá. Agora, se você perdeu o
evento maravilhoso que foi a descoberta do pai do filho da Sophia, a culpa não é
minha.
- “Descoberta do pai do filho da
Sophia” – A loira repetiu fazendo aspas com os dedos. – Olha as coisas que ela
fala. – Achou graça.
- E não era não? – Arthur concordou
com a esposa. – Todo mundo na expectativa pra saber o que tinha dado no
resultado. Até você, confessa pra gente!
- Eu nunca tive dúvida. – Os amigos
a encararam sem acreditar. – Eu estou falando muito sério. Em nenhum momento
passou pela minha cabeça que o Micael não fosse o pai do meu bebê e eu deixei
isso bem claro pra todo mundo. Eu fiz esse teste ai na força do ódio pra deixar
ele e aquela bruaca no chinelo.
- E nada supera a cara do Arthur
entrando no quarto depois. – Douglas começou a rir. – Impagável. – Sophia o
acompanhou.
- É muito estranho ver vocês dois
juntos. – Arthur se defendeu e fez uma careta. – Cena dos infernos, credo.
- Vocês dois juntos? – Mel perguntou,
estava perdida.
- No dia do resultado do exame. –
Lua ergueu o papel enquanto Arthur contava. – Sophia e Douglas estavam quase se
engolindo vivos. Chega fiquei preocupado.
- Mas é exagerado demais. – Soph balançou
a cabeça. – Não é pra tanto, você que nunca tinha visto a gente junto, por isso
ficou em choque.
- E alguém já tinha visto? – Mel alternou
olhares. – Eu com certeza não.
- Infelizmente, esse desprazer eu
tive. – Ela entregou o papel amassado de volta a Sophia. – Mas eu também fiquei
em choque, não julgo o Arthur.
- Vocês são dramáticos demais. –
Sophia bufou. – Único que tinha que ficar em choque se visse era Micael, mas
ele nem viu nada.
- E o dia que o Douglas te agarrou
na frente dele não conta? – Lua cruzou os braços. – Ou a bonita esqueceu?
- Ih, é verdade. – Botou a mão na
cabeça. – Tinha esquecido dessa ousadia. E ainda disse na cara dele que eu o
chamei de frouxo.
- Quê? – Mel mais uma vez estava
perdida. – Eu não quero mais conversar com vocês não.
- A gente não tem culpa, meu amor.
– Ele colocou os braços sobre os ombros da esposa. – Você perdeu as emoções,
agora é só ficar de espectadora nas conversas mesmo.
- Naquele dia eu achei muito que o
Micael ia te bater. – Soph balançou a cabeça. – Quase que perdi meu filho pela
boca, com aquele teu deboche.
- Foi bom né? – Dizia orgulhoso de
si. – Aposto que ele não estava esperando por aquilo.
- Ninguém estava né? – Lua disse
rindo. – Foi um choque pra todo mundo. – Ela olhou o filho que dormia no sofá.
Todos ouviram o barulho da porta se abrindo e olharam espantados. – Já? – Ela disse
quando viu Micael passar pela porta. – Ou você chegou cedo, ou nós estamos há
muitas horas falando sobre o mesmo assunto.
- Um pouco dos dois. – Respondeu com
um sorriso. – São dez da noite, cheguei cedo e provavelmente vocês estão
falando muito tempo da mesma coisa, visto como Matheus está no décimo quinto
sono.
- Putz, a gente se empolgou real. –
Mel balançou a cabeça.
- Qual era o assunto? – Se sentou
no chão e jogou a mochila para o lado. – Espero que não tenha sido eu.
- Acertô mizeravi. – Douglas brincou.
- Achei no quarto vazio. – Esticou
o papel. – Estávamos conversando sobre esse dia.
- Ué, foi fazer o que lá, não
lembro de você ter entrado lá desde que mudamos. – Micael sorriu para o papel. –
Ainda futucou as minhas coisas.
- Fiquei foi surpresa de você ter
guardado isso ai. – Deu de ombros. – Muito surpresa na verdade, achei que esse
papel já tinha sido reciclado faz tempo.
- Sai fora. – Abriu o papel e riu.
– Era meu filho, eu não ia jogar fora.
- Um exame de DNA é mesmo uma
super lembrança pra se guardar. – Ela rolou os olhos. – Parece até uma
lembrança feliz.
- É alguma coisa né?! – Deu de
ombros. – Infelizmente, foi necessário na época.
- Não foi necessário na época. –
Ela fez uma careta. – Você que foi um teimoso.
- Não era necessário? – Arregalou os
olhos e depois riu. – Com certeza não era Sophia. – Se levantou, pegou a
mochila. – Vou tomar um banho.
Continua, por favor!!
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