- Nossa conversa já está terminada, Sophia. – Ficou de pé rapidamente. – Você não tinha nada que ter vindo aqui.
- Me perdoa, por favor. – Sua voz era trêmula. – Eu sei e tenho plena consciência do quão egoísta eu fui esse tempo todo. Eu sei que errei demais com essa minha última mentira sobre o remédio, mas por favor, me perdoa.
- Não adianta nada eu perdoar
você. – Deu de ombros. – Nós vamos continuar nesse impasse e eu não vou ceder.
- Eu topo. – Ela fungou. – A gente
pode ter um filho.
- Você fala que topa ter um filho
com essa cara de enterro? – Cruzou os braços. – Você acha que isso é
suficiente?
- Eu faço o que tiver que fazer
por você, eu quero você feliz e quero manter o nosso casamento. Se um filho é o
que falta, eu paro com os remédios. – Secou o rosto com as costas das mãos. –
Fiz muito errado em ter mentido e enrolado esse tempo todo, me perdoa.
- Sophia, você está falando como
se eu estivesse te obrigando a ser mãe. Longe de mim fazer isso.
- Amor. – Ela caminhou para ficar
bem perto dele. – Eu não vou perder você por causa desses meus medos. – Colocou
as mãos no rosto do marido. – Se eu tiver você do meu lado, eu enfrento.
- Você não está me enrolando de
novo, está? – Sua expressão já era mais relaxada. – Se estiver...
- Não. – Colocou dois dedos nos
lábios dele. – Eu não vou mais fazer isso, no caminho pra cá eu pensei em tanta
coisa pra falar, tantos jeitos de te convencer a voltar pra casa comigo. Joguei
o remédio longe. Me perdoe por ser tão insensível quando se trata dos seus
sonhos enquanto você é maravilhoso quando se trata dos meus.
- Olha, olha, quem diria... – Ele
sorriu.
- Levei tanto esculacho do pessoal
que você não tem ideia. Douglas falou um monte no meu ouvido hoje. – Ela tirou
as mãos do rosto dele. – Escroto.
- Queria ter visto. – Micael achou
graça. – Pra você chegar ao ponto de chamar ele de escroto, ele deve ter falado
um monte.
- E falou, nem pude rebater, filho
da puta estava certo. – Suspirou. – Me perdoa, por favor.
- Eu só não quero mais surpresas.
– Se afastou um pouco. – Eu estou cansado de pagar de otário pra todo mundo,
Sophia. Essa sensação de ser enganado é sufocante. Não dá, não quero mais
sentir isso.
- Não vai. – Assentiu várias
vezes. – Se eu tiver algum problema eu vou falar, juro. Não vou deixar mais
nada atrapalhar a gente.
- Eu acho muito bom, Sophia! – Ele
tinha o semblante bem sério. – Eu espero, do fundo do meu coração, que eu não
passe essa vergonha de novo.
- Não vai. – Foi a vez dela ficar
séria. – Agora eu vou pedir a sua ajuda.
- Pra quê? – Franziu a testa.
- Pra que todos os meus medos
sejam sanados. – Estava realmente nervosa com aquilo. – Pra que a minha
carreira não sofra muito impacto, também...
- Sophia, tudo vai dar certo.
- Promete pra mim. – Fez uma
pausa. – Promete pra mim que você vai cuidar do nosso bebê quando eu precisar
viajar.
- Eu vou cuidar do nosso bebê
sempre. Fica tranquila que nosso filho não vai atrapalhar sua carreira e nem eu
quero isso aconteça. Não quero um filho pra prender você em casa, se é o que
está pensando.
- A ideia de ser mãe me assusta,
eu sou um péssimo ser humano, como que vou ensinar alguém a ser bom? – Micael
novamente achou graça. – Eu estou falando sério tá.
- Eu sei que está, mas dizem que
os filhos tiram o melhor de nós, que nos fazem amadurecer, se bobear é só isso
que te falta.
- Você fala com essa tranquilidade
e tem toda essa vontade de ser pai porque não é você que vai parir. – Ela
arregalou os olhos assustada. – Vou ficar larga quando passar a cabeça da
criança por aqui. – Agora ele deu uma gargalhada alta. – Se você me largar
porque fiquei larga vai ver só.
- Que larga o que mulher, volta
tudo pro lugar depois. – Seguia rindo. – Para de ser boba.
- E gorda? Será que eu fico gorda?
– Colocou as mãos no rosto. – Com estrias? Ai meu Deus, tem as estrias. –
Passou as mãos pra barriga. – Olha aqui já estou até tremendo. – Ergueu as mãos
pra mostrar a Micael. – Ele puxou a esposa pra um abraço.
- Para de besteira. – Deu um beijo
em sua cabeça. – Isso tudo são coisas que podem ser evitadas, se cuidar
direitinho impede isso e eu tenho certeza que você vai passar mil cremes pra
evitar tudo isso.
- É claro que eu vou. – Bufou. – E
malhar três vezes mais quando nascer. – Suspirou. – E eu odeio malhar.
- Bom, se você quiser, pode ser
madrasta também. – Ela se afastou pra encarar.
- Madrasta? – Tinha a testa
franzida.
- É ué, eu posso transar com
alguém por ai, ai essa pessoa engravida e você é só madrasta. Não vai precisar
parir e nem se preocupar com estrias.
- Tem vergonha não? – Ela cruzou
os braços e encarou Micael que prendia o riso. – Ficou doido?
- Ué, estou tentando arrumar
soluções pra você que não quer ser mãe. – Deu de ombros. – Não curtiu a ideia?
- Estou achando você engraçadinho
demais. – Colocou as mãos na cintura. – Vai transar com ninguém não. – Bufou.
- Com ninguém? – Mordeu o lábio. –
Com ninguenzinho? – Puxou Sophia pra perto mais uma vez. – Tem certeza? – Disse
ao pé do ouvido.
- Comigo você pode... – Já estava
arrepiada. – Até porque a gente tem um filho pra fazer.
- Vamos pra casa? – Falou depois
de dar um beijo nela, a loira assentiu. – Mas eu vou deixar aqui bem claro mais
uma vez, se eu pegar você mentindo pra mim de novo, eu não vou mais passar por
cima, você está ouvindo.
- Não tenho mais porque mentir. – Sorriu.
– E eu não quero mais arriscar tudo de novo. Você me assustou hoje. – Ela olhou
a mala.
- Não era pra assustar, foi real. –
Ele suspirou, agora bem sério. – Eu não devia nem ter facilitado tanto pra você
no primeiro pedido de desculpas, você merecia um gelo bem dado depois de me
fazer de trouxa de novo.
aaa que lindos 😍😍 finalmente sophia
ResponderExcluirNa vida eu sou o Micael kkkk🤡
ResponderExcluirMicael é o retrato da autora 🤡🤡
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