- Você achou essa sorveteria aqui no meio do nada hein. – Micael disse quando puxou a cadeira pra se sentar perto da namorada. – Como sabia que tinha isso aqui?
- Google! – Apontou pro celular. – Não é tão difícil assim.
- Sei. – Deu de ombros, se
aproximou e deu um selinho nela. – E você campeão, tudo bem? – Estendeu a mão
para o irmão.
- Tudo. – Deu um toquinho na mão
de Micael. – É você meu irmão né? Eu vi algumas fotos suas.
- Isso mesmo. – Sorriu. – Você
fala português muito bem pra quem nasceu na Inglaterra!
- Minha mãe sempre fala comigo em
português. – O moleque rolou os olhos. – Ela disse que eu precisava aprender.
- Isso é bom, já sabe uma das
línguas mais difíceis do mundo. – Brincou.
- Você se entendeu com a sua mãe?
– Sophia perguntou curiosa. – E Jorge? E o Joseph?
- Meu Deus. – Soltou uma risada. –
Quantas perguntas...
- Estou por fora dos babados. –
Deu de ombros. – Você precisa me atualizar. – Micael olhou pro irmão, na dúvida
se devia falar ou não na frente dele.
- Eu não sou criança mais, entendo
muito bem porque me tiraram de lá, tá?! – Continuou a comer seu sorvete. –
Minha mãe e meu pai brigam desde sempre. – Arrancou risada do irmão e da
cunhada. – Insuportáveis.
- Mas gente... – Estava perplexo.
– Na sua frente?
- Não, mas eu sempre ouvia. –
Bufou. – Eles acham que me tirar da sala adiantava alguma coisa, como se
tivessem costume de brigar baixo. E ó, muitas vezes tinha você no meio, tá?
- Eu? – Ergueu uma sobrancelha. –
Eu não tenho nada a ver com briga nenhuma não.
- Ah, a grande maioria antes da
minha mãe vir embora tinha seu nome. – O menino riu. – Mas também não sei dizer
o contexto, porque eu tentava não prestar atenção, as vezes o fone de ouvido
ajudava.
- Você não parece triste porque
seus pais separaram. – Sophia perguntou mais uma vez curiosa.
- Eles não estavam felizes. –
Comeu mais um pouco do sorvete. – Não seria egoísmo meu querer os dois juntos
mesmo que brigando a cada segundo?
- Você tem onze anos? – Micael
ergueu uma sobrancelha. – Parece mais maduro que eu. – Os três riram. – Bom, o
Joseph foi embora para o hotel e pediu pra minha mãe te levar lá depois. –
Comunicou aos dois. – Agora, dona Antônia e seu Jorge estavam num super clima
lá em casa quando eu sai.
- Mentira? – A cara de surpresa de
Sophia fez com que Micael risse. – Não acredito que os dois estão se
entendendo.
- Não vai durar muito tempo, ela
disse que vai embora pra ficar com o Anthony. – Apontou pro menino. – Então
essa reconciliação vai durar uns dois ou três dias. – Deu de ombros.
- Ué, mas eu falei pro meu pai que
queria vir morar com a minha mãe. – O menino surpreendeu os dois. – Por isso
nós viemos.
- Como assim? Você não tinha
escolhido ficar com ele? – Estava confuso. – Seu pai é péssimo assim?
- Ah, é diferente. – Encarou o
irmão. – Meu pai não é ruim, mas não é a minha mãe. Sempre foi ela que ficou
comigo em casa, meu pai sempre trabalhou bastante. Ficou muito estranho a casa
depois que minha mãe veio, eu até que aguentei muito tempo antes de pedir.
- E ele aceitou assim tão fácil? –
Sophia tinha a expressão curiosa de novo. – Pensei que ele tivesse dito que não
daria permissão pra você vir.
- Meu pai gosta da minha mãe, acho
que essa ameaça de certa forma foi pra tentar manter ela lá junto dele. – O menino
rolou os olhos. – Claramente não deu certo e pra deixar ela vim ver você eu disse
que queria ficar com ele, ela estava tão desesperada.
- Mas Anthony, que cabeça você
tem. – Sophia sorriu. – Eu não era tão madura assim com onze anos.
- Eu acho que não sou maduro assim
com vinte e seis. – Micael completou. – Com certeza se tivesse algo que eu
pudesse ter feito pra minha mãe não ir embora quando eu era criança, eu teria
feito, mas diferente de você, ela não gostava tanto assim de mim.
- Micael! – Sophia o repreendeu
com os olhos arregalados. – Não fala uma coisa dessa.
- Ela não pensou duas vezes antes
de ir embora. – Ele rolou os olhos. – E não me chamou pra ir junto não, se bem
me lembro.
- Ela era jovem e imatura, não pode
comparar a Antônia de quinze anos com a de hoje. – Deu de ombros. – Tem que
ficar feliz que ela não fez a mesma coisa com o seu irmão.
- Está vendo só? – Olhou pro irmão.
– Sempre tem uma chata pra mandar na gente e dizer que estamos errados. – O menino
riu e ele levou um tapa de Sophia.
- Vamos parar hein. – Tentou fazer
uma voz ameaçadora, mas acabou dando risada. – Será que se a gente for pra casa
vamos atrapalhar alguma coisa?
- Com toda certeza do mundo. –
Micael deu uma gargalhada. – Mas é o que eu mais quero.
- Você quer atrapalhar a sua mãe e
o seu pai? – Ela perguntou sem entender o motivo. – Eles estão a meses
enrolando pra se entender e você quer atrapalhar.
- Se você soubesse quantas vezes
ele me atrapalhou com alguma menina. – Continuou rindo. – É uma espécie de
vingancinha.
- Nossa, Micael. – Ela balançou a
cabeça. – Que maduro da sua parte. – Ela olhou pro cunhado. – Realmente Tony,
você é mais maduro que ele. – Arrancou risada dos dois.
- Ah, vamos logo. – Ficou de pé e
se adiantou pra pagar a conta do sorvete, Sophia rolou os olhos mas não
reclamou. – E eu já estou doido pra ir pra casa.
- Tudo bem, vamos. – Ela concordou
e os três voltaram pra casa de Jorge, não era tão longe. Quando chegaram,
Micael abriu a porta na esperança de atrapalhar algo, mas se decepcionou ao
encontrar os dois abraçados no sofá vendo algo na televisão. Anthony se apressou
e sentou ao lado da mãe. – Tudo bem por aqui? – Sophia foi a primeira a falar.
- Parece bom até demais. – Micael respondeu.
– Imaginei que estaria um pouquinho melhor.
- Micael, pelo amor de Deus. –
Jorge rolou os olhos. – O menino está na sala.
- Ele tem onze anos, papai. –
Debochou. – Já sabe como os bebês são feitos.
- Menos, filho. – Antônia pediu,
sem graça novamente. Olhou pra nora. – Obrigada, Sophia.
- Que nada, a gente foi tomar um
sorvete e ficamos conversando. – Deu de ombros. – Foi ótimo.
- E agora nós vamos pra casa. –
Micael anunciou e se aproximou pra se despedir dos pais e do irmão. –
Aproveitem o resto da tarde porque eu tenho que aproveitar também. Me liguem
pra contar as novidades!
Os dois saíram da casa de Jorge e
não demoraram muito a chegarem na de Mica. Conversaram animadamente sobre tudo
que aconteceu naquele dia e quando finalmente puderam descansar, bateram na
cama e apagaram.
No dia seguinte bem cedo eles
foram os primeiros na porta do cartório e deram entrada no casamento e
conseguiram a data que tinham escolhido, ambos ficaram bem felizes, mas não durou
muito, já que lá estavam os dois se despedindo no aeroporto mais uma vez.
Dessa vez não houve chororo e logo
Sophia voltou pra casa, tinha ido sozinha levar Micael. Passou em casa pra tomar
um banho e logo foi até a agência, Beth a tinha chamado ás seis da manhã, mas tinha
pedido pra ir na parte da tarde.
adorei o anthony kkkkkk
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