Reviravolta - Capitulo 5

Aquele dia não passava de jeito nenhum, estava rendendo. As meninas me deixaram em casa ainda reclamando mas eu nem ligava. Queria saber o que tinha acontecido com aquele homem, e queria muito entender também o porque de eu me importar tanto. Parecia que tínhamos uma ligação forte, que se eu acreditasse em vidas passadas, seria um caso clássico.

Fiquei o dia inteiro esperando aquela bendita ligação e confesso que teve uma hora que eu pensei que não iria ter. Mas bem a noitinha aquele senhor me ligou, me disse que o homem, que se chamava Micael estava bem, porém permanecia internado na clinica. Perguntei o nome e pra minha surpresa ele estava no hospital de Saracuruna, publico e longe pra caramba de onde eu moro. 
Peguei as minhas chaves, dei um beijo na minha mãe, peguei minha bolsa e sai rumo aquele hospital. Não sabia muito bem chegar, mas pedi algumas informações durante o caminho e meu GPS também ajudou bastante.
Quando cheguei entreguei minha identidade na recepção.

- Olha moça, Está a noite, e nós só permitimos visitas entre as 15h e as 16h. - Um rapaz bonito e simpático me disse.
- Mas eu estou desesperada, preciso ver um paciente. - Disse rápido.
- Olha, eu não posso te ajudar. Os seguranças já estão ali justamente pra isso. Não pode entrar. - Disse agora sério e com uma pontada de irritação.
- Olha por favor. Preciso falar com o rapaz, ele não tem familia eu acho... - Disse agora com a voz baixa e calma.
- Tente convencer os seguranças. - Falou e voltou a se concentrar no que fazia no computador.

Eu caminhei devagar até onde tinham dois homens parados conversando. Eles pareciam duas muralhas ambulantes de tão grandes que eram. Respirei fundo e me aproximei.

- Oi?! - Fiz voz de menina doce e inocente.
- Oi gracinha! - Sorriu e eu pude notar maldade. - Em que podemos ser útil pra você?
- Preciso visitar um amigo. É urgente. - Sorri, mas com alguma repulsa.
- Olha você tem duas opções. - Olhou pro outro cúmplice - Você pode, voltar amanhã a tarde... ou... Você dá um beijinho na gente... - Sorriu com um brilho nos olhos estranho.
- Tu é louco? Que nojo. Seu podre. - cuspi no chão - Olha eu tô aqui desesperada por causa do meu amigo e você me fala uma coisa dessa. - Esbravejei e eles riram.
- Calma gatinha, só estávamos te zoando. Mas vai que colava, você é linda. - Sorriu outra vez pra mim. e o outro continuou a falar.
- Vamos falar  de negócios, Quer subir? Acredito que sim, então deixa o da cerveja ai pra gente. - Respirei fundo. Era mais aceitável dar dinheiro do que um beijo nesses imundos. Abri minha bolsa e dei uma nota de cinquenta pra cada um. Eles sorriram e saíram da minha frente.

O bom de fazer negócios com pobres é que se contentam com pouco, não é porque sou rica que tenho que jogar dinheiro fora com esses imbecis. Fui perguntando há alguns funcionários e finalmente cheguei a Clinica Medica, que era no quarto andar. Perguntei ali também e ela me indicou o quarto. Micael estava no 401, no leito um, junto a porta. Quando eu entrei e ele levantou a cabeça, eu vi os olhos brilharem e ele sorriu, assim como eu que respirei aliviada.

- Como você me achou aqui? - Ele perguntou como uma criança que tinha acabado de ganhar um doce. - E por que veio?
- Porque eu queria saber se você estava bem. - Sorri e me aproximei.
- Eu estou sim, na verdade com algumas dores, mas tô ótimo. - Bateu na cama próximo dele - Senta aqui.

Sentei ao lado dele, e ficamos nos encarando sorrindo um pro outro sem nada para falar.

- Por que você se importa? - Ele perguntou depois de alguns minutos.
- Já te disse, senti alguma coisa diferente quando vi você. - Falei sem graça. - Mas me conta, seus pais, amigos, namorada, alguém veio aqui? - Vi o sorriso dele se fechar.

3 comentários:

  1. Vc some, não da explicações. Mas tudo bem... Voce tem uma vida e eu respeito isso, mas por favor avisa ;-; Ameiiiiiii o cap ;}
    By: Mandy

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  2. Continuaaaaa por favor ❤

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