Amor Demais - Capítulo 2

- Quem é essa fofurinha aqui? – Olhei pra menina de quatro anos que estava no colo do Arthur.
- Vai dizer que não se lembra da Clara? – Lua disse-me tom de ironia.

- Claro que lembro né Lua. – Eu ri. – Oi Clarinha! – Sorri pra filha de Arthur e Lua que era apenas um bebezinho quando eu fui embora.
- Ela vai fazer quatro anos em um mês. – Arthur parecia orgulhoso.
- Ela tá a cada dia mais linda. – Olhei pra Chay e Mel – E vocês, quando vão me dar um sobrinho também? Essa família que a gente tem está precisando de homens. – Nós rimos.
- Daqui a uns sete meses. – Eu então abri minha boca em surpresa.
- Você tá gravida, menina? – Ela assentiu e eu então corri pra abraça-la de novo, e claro, alisei sua barriga.
- Como você não me conta isso? – Falei com um sorriso.
- Tu só liga pra Lua. – Fez um bico.
- Que linda com ciúme. – Eu ri e eles me acompanharam.  
Nós fomos andando para o carro deles e conversando sobre os assuntos, contando as novidades. Fui no carro com Lua, Arthur e Clara. Chay e Mel foram no deles. Ao chegarmos ao apartamento de Lua e Arthur, eu estava exausta.
- Você parece morta. - Lua riu
- Fuso horário minha linda. – Respondo bocejando. – Vou tomar um banho e já volto.
Tirei minha roupa no banheiro perfeito de Lua e deixei que a agua quente levasse pra longe de mim toda a tensão que estava sentindo por estar em solo brasileiro. Fiquei por muito tempo ali sem nem me mover, só apreciando aquele momento, mas eu sabia que tinha que sair, então fechei o chuveiro, me sequei e vesti ali no banheiro mesmo.
Quando voltei pra sala eles estavam comendo pizza.
- Eu demorei tanto assim que deu tempo de chegar uma pizza, ou o serviço aqui no Brasil melhorou consideravelmente? – Sorri e me juntei a eles, me sentando no chão.
- Tem uma pizzaria bem de frente ao prédio. – Arthur respondeu dando de ombros.
- Isso deve ser uma tristeza hein Lua? – Ri e ela fez cara de dor.
- Menina, nem te conto quantos quilos eu ganhei desde que nos mudamos. – Ela fez todos rirem.
- Continua gostosa meu amor! – Arthur foi dar um selinho nela e eu fiz barulho de nojo.
- Ei, respeitem a criança e a solteira. – Disse com tom de irritação, mas era brincadeira.
- E por falar nisso... – O tom de descontraído deu lugar a uma sensação de desconforto. – Já sabe quando vai falar com o Mica? – Lua perguntou receosa.
- Nunca, é um bom tempo? – Respondi e enfiei outro pedaço de pizza na boca.
- Nunca? Isso quer dizer que não quer ver sua filha? – Mel me olhou com cara de reprovação.
- Gente, só Deus sabe o quanto eu estou com saudades da minha pequena gordinha. – Podia sentir as lagrimas se formando e tentei as reprimir. – Mas Micael não vai me deixar vê-la.
- Sophia, você é mãe, tem todo direito de ver a criança. – Chay disse e eu soltei um suspiro pesado.
- As vezes acho que vocês não conhecem o Micael que eu conheço, sabiam? – Olhei para o nada. – Ele vai simplesmente mandar eu entrar na justiça se quiser ver a Laura.
- Não exagera. – Lua revirou os olhos.
- Quem dera fosse exagero. – Mordi mais uma vez minha pizza. – Gente eu queria me deitar, podem indicar meu quarto?
- Deitar? Ah não mesmo, São apenas quatro da tarde de uma linda sexta feira, vamos ao shopping! – Mel ordenou.
- Mas eu tô cansada, além do mais não quero segurar vela pra vocês.
- Não vai, a gente arruma um boy bem bonito pra você dar uns beijinhos. – Lua disse e eu gargalhei.
- Vocês não existem.
- Amiga, a gente não vai te deixar na bad, e vai estar com você até você estar pronta pra falar com Micael. – Mel complementou e eu me dei por vencida.
- Vocês – Apontei pra Chay e Arthur. – Nada de ir na casa do amiguinho de vocês contar que eu voltei. – Falei séria.
- Não viaja, Soph. – Arthur rolou os olhos. – Micael casou com alguém de fora do grupinho, ele é meio um excluído, não vamos lá na casa dele.
- Sério? A menina não é legal? – Perguntei um pouco curiosa.
- Ela não é exatamente ruim, ela só é chata. Tentamos nos enturmar com ela, mas não rolou. – Ai ele foi se afastando. E a promessa que nós fizemos de ficar sempre os seis unidos, foi quebrada. – Ele parecia triste no final da frase.
- Desculpa. – Eu sussurrei.
- Não tem culpa. – Lua começou – Vamos logo, antes que nós comecemos a chorar aqui. – Nós rimos e fomos mais uma vez para o carro.
Eu devia estar com cara de morta, mas fui a viagem toda falando com a Clarinha sobre bonecas e brincadeiras, isso me despertou um pouco. Eu realmente não sabia o que íamos fazer lá, comer obviamente não era, então acredito que era só andar mesmo.
Eu estava vestida com um short jeans e uma camiseta regata roxa, nos pés, chinelo havaianas, eles não deixaram eu me arrumar.

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