Reviravolta - Capitulo 111

Nossos dias eram os melhores, nós nos divertíamos muito, ele tinha se afastado uns dias do trabalho e estava se dedicando a mim e as crianças. Sim, elas já estavam morando com a gente. Passamos dois dias sozinhos aproveitando a casa, mas depois fomos busca-los. João tinha se adaptado muito bem com a gente, agora que finalmente estava de verdade na família. Ele até me chamava de mãe e era super protetor com Alycia. Quando contei sobre o bebê, ah sim, eu realmente estava gravida, Quando eu contei, Alycia adorou a noticia, Ficou pulando de alegria, João me pareceu ficar com um pouco de ciumes, mas nada que não se resolvesse.

Estávamos na sala, as crianças brincando e nós dois deitados no sofá quando o celular dele tocou.
- Alô? - Ele atendeu ainda sem se mover. - O QUE? E COMO ELA ESTÁ? - Se desesperou sentando e eu o olhei, as crianças também.
- Micael, o que aconteceu? - Ele me ignorou, se levantou e saiu correndo escada acima. As crianças ficaram olhando.
- Xii, o que será que aconteceu? - Alycia falou com a voz fofa.
- Nada filha, vou falar com ele. - Me levantei e subi atrás dele. Ele estava colocando uma camisa, já tinha desligado o aparelho.
- O que aconteceu Micael, me explica! - Falei parando junto a porta. Ele andava de um lado pro outro, fazendo e pegando tudo o mais rápido possível.
- A Bruna... - Falou abalado, mas não terminou essa frase.
- O que aconteceu com a Bruna? - Disse preocupada.
- Aparentemente, o bebê dela morreu. - Falou mais devagar e eu senti uma lagrima descer.
- Como assim? Ele estava bem até a ultima consulta perto do nosso casamento. - Falei sem querer acreditar.
- Sophia, ela perdeu muito sangue, está internada. - Ele parecia que ia chorar.
- E o que estamos fazendo aqui parados? - Eu falei pegando minha bolsa.
- Alguém tem que ficar com as crianças. - Ele falou me olhando com cara de Desculpas.
- Sem chance que eu vou ficar aqui parada. Vou ligar pra Larissa, ela vem e a gente vai. - Disse tentando manter a calma.
- Mas até ela chegar... - Ele começou a falar, mas foi interrompido.
- Micael, sem chance de você ir sozinho. - Falei séria e disquei o numero no celular, após pega-lo na bolsa.
Larissa demorou insuportáveis vinte minutos. Micael não estava mais se aguentando e as crianças estavam perguntando o porque. Quando ela chegou, ele mal se despediu das crianças e saiu.
- Mas o que aconteceu? - Larissa perguntou curiosa.
- Depois eu explico. Tchau crianças, mamãe ama vocês. - Sai correndo a tempo de entrar no carro e ele não disse uma palavra até chegarmos.
- Micael, você precisa se acalmar. Essas coisas são complicadas.
- Minha irmã pode morrer Sophia, tudo por causa do Paulo. - Ele tinha ódio no olhar.
- Não, parte culpa dela que quis ter o bebê sabendo dos riscos Micael, tinha chance dele não sobreviver, tinha chance dele nascer deficiente, tinha chance de muita coisa.
- Tá defendendo ele? - Me olhou bravo.
- Olha pra frente enquanto dirige. - Repreendi - E claro que não, nunca defenderia aquele homem.
Ele não me respondeu mais. Ficamos assim até a hora em que chegamos e ele segurou na minha mão. Parecia não ter coragem de entrar então eu dei um beijinho em sua mão e o puxei. Encontramos sua mãe na sala junto com Matheus, ela estava controlada.
- Oi mãe! - Micael chegou e deu um abraço nela. - Oi mano!
- Oi gente, noticias dela? - Perguntei depois de cumprimenta-los.
- Ela está em observação, mas tudo sobre controle.
- Viu só Micael! - Eu disse sorrindo.
- A senhora não me parece muito abalada. - Ele falou sério.
- Isso foi um livramento, ela estava gravida do pai... - Ela falou e Micael pareceu considerar por um tempo.
- Como eu disse pra ele, sabiamos que alguma coisa ia acontecer. - Falei e Micael deu de ombros.
- Eu estava gostando da ideia de ter um sobrinho... - Ele falou olhando pra baixo.
- Você vai ter outros, Matheus está namorando! - Antônia disse pra descontrair o momento.
- Mãe! - Ele a repreendeu.
- Ué, precisamos de uma distração meu amor! Pra aliviar a tensão que a Bruna causou. - Ela disse e ele a abraçou.
- A senhora sempre tem razão!

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