Futuro Planejado - Capitulo 53

Aquele dia tinha sido maravilhoso. Já passava das oito quando a familia dele foi embora. Clarinha estava super ativa deitada de bruços por cima do peitoral do pai no sofá da sala.


- Será que tem espaço pra mim aí? - Eu perguntei sorrindo e ele virou a cabeça pra me olhar.
- Sempre tem! - Ele sorriu e chegou pro lado dando espaço para eu deitar também.
- Amor, você não devia deixar ela assim, faz pouco tempo que ela mamou. - Disse o alertando.
- Só sabe mamar esse bebê! - Deu um beijinho no pescoço dela, mas ai já era tarde demais, ela já tinha golfado nele que levantou de uma só vez. - Aiii que nojo Ana Clara!

Ele olhou pra mim e eu segurei o riso, me deu a Clarinha pra segurar e saiu em disparada ao banheiro. Eu com a fralda limpei a boquinha dela que ria sapeca.

- Ai filha, que feio. Mas eu avisei o papai que não podia deixar o bebê assim nessa posição! - Eu disse pra ela rindo.

Liguei a televisão e estava meio sentada com ela no colo, ela chupava chupeta e eu via seus olhos quase fechando quando Micael voltou pra sala, estava só de bermuda e com as costas um pouco molhadas.

- Tomou banho amor?
- Tive que tomar, o cheiro daquilo parece que impregnou em mim! - Ele riu - A proposito, eu usei seu perfume! - Riu mais ainda.
- Ah Micael, usando meu perfume sem pedir. Que feio! - Disse tentando me fazer de séria.
- Desculpa amor! - Ele disse num tom alto demais e a Clara abriu os olhos resmungando.
- Ah papai, fala baixo que eu quero dormir! - Eu disse falando fino e baixo, ele apenas sorriu e depois sussurrou um pedido de desculpas.

Depois peguei Clarinha e coloquei no colo, balancei um pouquinho e ela logo estava dormindo, estava tarde pra ela, agora já eram nove horas. Olhei Micael e ele estava de olhos fechados no sofá também, talvez já estivesse dormindo também. Levantei e fui em direção ao quarto da Clarinha, coloca-lá no berço. Depois apaguei a luz e fechei a porta, deixando minha pequena dormindo tranquilamente. Voltei a sala e Micael estava sentado vendo televisão.

- Ela ta dormindo mesmo?! - Perguntou, uma expressão maldosa no rosto.
- Está, mas ao minimo barulho acorda! Ela tem o sono leve. - Disse ele pareceu decepcionado.
- Então que tal você ser silenciosa? Por que eu estou com uma saudade muito grande desse teu corpo maravilhoso! - Ele se levantou e veio até mim. Me beijou de uma forma que eu sentia muita falta, fez meu corpo todo se acender. - Gostosa! - Botou a mão na minha bunda e a apertou.
- Vamos para o quarto, algum empregado pode aparecer aqui já que ainda está cedo! - Eu disse sussurrando, não sei por que.
- Agora!!

Subimos para o quarto e eu fui jogada na cama, logo depois ele subiu em cima de mim e segurou meus braços. Começou a me beijar.

- Tava com saudade do seu homem tava? - Ele disse sobre minha pele.
- Tava, e tava com muita.

Foi o que bastou, eu não sei em que altura nós tínhamos tirado as nossas roupas mais já estávamos nus e nos amando, matando toda a saudade que existia em nós. E assim ficamos por um bom tempo até estarmos exautos na cama.

- Você fez muita falta aqui sabia! Não só pra mim, mas pra toda sua familia. Todos tivemos que ser muito fortes sem você! - Eu disse abraçada, com minha cabeça em seu peito, estavamos ainda nus embaixo do lençol.
- Eu imagino o quanto, mas também não foi nada fácil ficar lá preso e isolado como um bicho! - Ele disse, parecia conter dor na sua voz.
- Eu sei amor. - Parei e pensei - Alias não sei, só você sabe. Me conta direitinho como você saiu de lá, que você só contou por alto.
- Olha eu nem sei onde estava, Só sei que era uma fazenda muito longe daqui. Esse ano inteiro tinha uma senhora que trabalhava lá pro Leonardo, e cozinhava pra mim e para os dois capangas dele que ficavam lá pro caso de eu tentar escapar. Minha cela ficava com um cadeado bem grande, acho que nem se eu tentasse sair de lá sozinho não conseguiria. - Ele então parou de falar e eu olhei seu rosto.
- Se não quiser falar, não fala. - Disse solidaria.
- Tem nada demais não amor. - Fez uma pausa e continuou. - Leonardo ia uma fez ou outra lá me contar como estava sua vida otima. Ele ficava do lado de fora da minha cela e dizia como estava feliz, ele dizia que era presidente da empresa e que você estava morando com ele. - Ele então me abraçou mais forte - Mas também disse que você estava sendo acusada de me matar.
- Nossa que horrivel amor! - Ele assentiu e continuou.
- Eu sempre perguntei a ele se ele te amava tanto por que não disse a verdade pra você ser inocentada. Ele dizia que não estragaria a vida dele, ele já tinha tudo o que queria, não entregaria tão facil. - Agora sua voz tinha indignação. - Até que há dois dias atras ele apareceu lá e disse que horas e que dia seria o seu julgamento, disse que estava muito triste porque você seria condenada, mas que faria de tudo pra te tirar depois disso. Foi ai então que a senhora que fazia a comida resolveu me ajudar. Ela colocou um bilhete na minha comida e nele estava escrito que não era para eu comer a comida no dia seguinte por que estaria com uma dose muito alta de calmante. E assim eu fiz. Todos os dois caras comeram a comida, mas eu disse estar sem fome. Dentro de meia hora, os dois apagaram e a senhora apareceu, pegou as chaves de um deles e abriu minha cela. Antes de eu sair, ele me deu um pouco do seu dinheiro, o suficiente para eu pegar um onibus, me deu um abraço e disse que dali em diante eu deveria ter cuidado.
- Nossa que senhora boa amor. - Eu disse, meus olhos já estavam cheios de lagrimas. mas
- Eu queria muito ajudar ela amor, mas não tenho ideia de como achar ela novamente. O onibus que eu peguei estava escrito Parelheiros x São Paulo Centro, mas não sei se peguei nesse lugar ou se já era metade do caminho.
- Amor, a gente pode pegar esse ônibus e descobrir, assim a gente ajuda ela. Mas deixamos todos avisados do lugar que nós vamos!
- Será que vamos conseguir? - Ele pareceu esperançoso.
- Vamos, é claro. Acha que consegue reconhecer o lugar? - Perguntei agora olhando seu rosto.
- Sim, consigo! Amanhã a gente vê isso! - Ele estava empolgado.

Nós levantamos, e tomamos banho. Rapidamente fomos dormir, o dia seguinte seria no minimo interessante.

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