Inevitável - Capitulo 41

- Eu não sabia que meus pais eram assim! - Ela parecia desesperada e eu comecei a me sentir um pouco culpado por querer de certa forma, culpar ela.
- Eu sei que não, nem eu de certa forma. Só que eles sempre foram contra sua irmã se envolver comigo, e agora parece que estou vivendo tudo de novo.

- Amor, eu sempre achei que eles te tratavam tão bem. - Ela deu de ombros. - Depois que vocês tiveram o Felipe principalmente.
- Pois é, depois que o Felipe nasceu eles sossegaram um pouco. - Dei de ombros. - Eu sinceramente não sei, é muita coisa pra minha cabeça.
- A gente podia ir embora. - Eu disse e ele sorriu. - Queria só ficar deitadinha na sala com você assistindo game of thrones!
- Aiai, lá volta você com isso. - Ela riu. - Tudo bem, vamos ver essas suas séries doidas.
- Meu querido, quando começar, não vai querer parar.

Ela riu e eu dei partida no carro. No caminho para casa nós conversamos animadamente até que quando menos esperamos, chegamos. Ela pegou o Felipe que agora dormia e eu abri a porta, subimos para o quarto e eu fui tomar banho, precisava esfriar a cabeça depois de tudo que aconteceu.
Estava de costas quando senti duas mãos me abraçando por trás, eu apenas sorri.

- Que pouca vergonha, senhorita Abrahão. - Eu disse, peguei uma de suas mãos e a beijei, sem nem me virar.
- Você demorou, tive que me certificar que estava tudo bem com você. - Soltou uma risadinha e eu me virei, ela já estava completamente nua e foi incrível como eu já estava pronto. - Eita, nós já fizemos isso hoje senhor Borges. É só um banho inocente.
- Ah, se a senhorita queria só um banho inocente, deveria ter feito isso quando eu não estivesse aqui dentro. - Disse e a puxei pela cintura e a prendi contra a parede num movimento rápido. Ela facilmente cedeu e nós nos amamos ali debaixo do chuveiro.

- Já pensou o que vai fazer em relação aos meus pais? - Ela estava sentada na cama de roupão, secando os cabelos e eu vestia minha cueca.
- São seus pais, eu não tenho nada a fazer. - Dei de ombros e ela me olhou estranha.
- Não?
- Sophia, se eles não gostam de mim, não precisam conviver comigo, nem com meu filho. - Eu falei e ela parecia ainda mais horrorizada.
- Micael, não pode afastar o Felipe deles. - Se levantou parando a minha frente com as mãos na cintura.
- Posso sim, é meu filho. - Vesti minha bermuda e segui em direção a sala.
- Neto deles, eles já perderam a filha, eu escolhi viver com você, não afasta o neto deles também. - Eu suspirei e assenti.
- Tudo bem, Sophia. - Disse derrotado, ela sorriu. - Mas só volto lá quando estiver preparado pra isso, não me force. - Ela assentiu.
- Tudo bem gatinho. - Me deu um selinho. - Agora vou vestir uma roupa e já volto.

Ah, essas mulheres ainda iam acabar comigo. Sentei no sofá e segurei um porta retrato com a foto de Luiza segurando Felipe em um dia qualquer e suspirei. Essa bagunça nunca teria fim. Por mais que eu amava Sophia, e estivesse feliz com ela, uma parte de mim sempre amaria Luiza e lamentaria pela morte dela. Quando Sophia desceu, rápido demais ate, me pegou olhando para aquela foto.

- Muitas lembranças? - Se sentou ao meu lado.
- Você não parece estar com raiva. - Olhei em seus olhos e ela sorriu.
- Não estou. - Fiquei confuso.
- Pegou seu namorado olhando a foto de uma ex e não está com raiva? - Sorri e ela me deu um selinho.
- Sei que você a ama, sei que se provavelmente aquele acidente não tivesse acontecido, vocês estariam juntos. Sei que nós nunca teríamos virado amigos e que a nossa vida estaria do mesmo jeito. Mas sei também que agora que isso tudo aconteceu, pude ver que homem incrível você é e você pôde ver que eu também sou legal. Eu sei que conquistei meu lugar aqui. - Colocou a mão no meu peito. - Sei que não posso apagar tudo que viveu com a Luiza, e nem queria isso. Faz parte de quem você é. Não tem sentido ter ciumes ou brigar com por isso.
- Eu amo você. - A puxei pra perto e dei um beijo quente.
- Mas eu não me incomodaria se você tirasse aquela dali. - Ela apontou pra cima da estante, onde tinha uma foto minha e da Luiza no dia do nosso casamento. Eu ri e levantei indo até lá. Tirei a foto e a guardei dentro de um livro dela.
- Precisamos de uma foto nova pra colocar ali. - Ela sorriu e me abraçou sussurrando que me ama em meu ouvido. Ficamos agarrados no sofá assistindo séries e por incrível e simples que parecesse eu estava amando aquilo.

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