Amor Demais - Capítulo 108

Não demorou até que Lua aparecesse para levar Eric com ele. O menino chorou bastante, mas Sophia se manteve firme e prometeu a amiga que logo explicaria tudo.

Laura não saiu do quarto em nenhum momento, Micael apreensivo por todo tempo. Ate que finalmente Sophia foi chamar a menina, que já vinha chorando e Micael por algum motivo já se irritou ali mesmo.
- Será que uma das duas pode me explicar o que aconteceu? – Rolou os olhos e Sophia encarou a filha que suspirou tentando achar alguma coragem pra contar ao pai.
- Pai... – Ela começou com a voz bem baixinha. – É que aconteceu uma coisa que...
- Que aconteceu uma coisa eu percebi, Laura. – Disse depois que ela ficou em silencio. Estava agoniado.
- O senhor não pode ficar nervoso antes de eu falar. – Arrumou um moto de enrolar e acabar não contando.
- Fala de uma vez Laura. – Pensou que tinha arrumado, mas o pai tão serio não ia deixar que ela enrolasse. Então optou por dizer de uma vez.
- Eu estou gravida. – Falou rápido e baixo, mesmo assim ele entendeu. Um minuto torturante se passou e ele não falava nada. Estava apenas absorvendo a tal noticia.
Quando a noticia finalmente fez sentido, Micael teve um surto de raiva, ele mudou de cor.
- Como assim gravida? – Botou a mão na cabeça. – Por favor me diz que hoje é primeiro de abril e que vocês estão me trollando.
- Não, amor. Infelizmente é verdade. – Sophia falou com a voz doce. Laura apenas chorava esperando o que tinha pela frente.
- Você é doente garota? – Começou a gritar. – Você tem o que na cabeça, merda? Porque não é possível que tenha feito uma cagada dessa com a sua vida.
A voz de Micael era tão grossa que Sophia e Laura não ousaram falar nada. As veias saltavam em sua testa devido ao nível de estresse e a raiva que estava sentindo. Não acreditava que a filha era tão burra a esse nível.
- Você sempre foi uma criança inteligente, quando virou adolescente ficou burra?
- Calma, amor. – Sophia ousou falar, mas a fúria de Micael virou para ela.
- Calma? – Debochou. – Tem um bebê na barriga da idiota da sua filha de quatorze anos, você me pede calma? Eu quero é saber no que estava pensando quando foi dar essa xereca tão nova.
- Micael, você está passando dos limites. – Sophia disse desesperada.
- Não estou, Sophia. – Bufou. – Sua filha agora é uma adulta! Parabéns.
- Claro que não é, ela continua sendo adolescente.
- Não, ela fez um filho, ela é adulta e eu quero ver sustentar essa criança. – Falou olhando nos olhos da filha.
- O senhor tá exagerando, não é como se fossemos passar fome. – Laura disse levando o pai ao topo da fúria.
- Que ótimo, você faz um filho e quer que eu o sustente? – Berrou. – É isso sua irresponsável?
- Estou dizendo que vocês podem me ajudar. – Ela berrou de volta. – Querendo ou não essa criança é seu neto.
- Eu não vou ajudar em nada, Laura. Você fez, agora você cria.
- Micael, também não é assim. – Sophia interviu.
- Claro que é, daqui a pouco essa casa tá cheia de crianças porque a Laura acha que é só fazer que a gente sustenta.
- Não é assim também. Eu me descuidei
- Você por um acaso sabe se cuidar? – Perguntou. – Ainda bem que é um bebê, imagina se fosse uma AIDS?
- Pai, eu tenho quatorze anos, também não sou nenhum bebê.
- Olha Sophia, ela não é nenhum bebê, super madura, responsável, carreira feita, vida estabilizada.
- Ah, vai me dizer agora que vocês estavam assim quando me tiveram? – Laura jogou no ventilador de novo e Sophia apenas respirou fundo sabendo que aquela briga ia durar.
- Pelo menos eu tinha idade pra trabalhar, você tem isso? Acho que não! – Gritou. – Você é apenas uma garotinha mimada que não sabe nada da vida e finge que sabe. – Colocou o dedo na cara da menina assuntada. – Você deve pensar mil vezes antes de querer nos acusar de alguma coisa, nunca te falou nada, nunca. Eu, suas avós, sua mãe e até a Jessica te tratamos e te demos tudo que era necessário e o que não era. Esse foi o mal, cresceu mimada, achando que qualquer merda vai ser corrigida pra você, mas não é assim que a banda toca. Você tem que se virar com seus erros.
- Eu não tô entendendo aonde você quer chegar. – Sophia roubou atenção do marido para si.
- Estou dizendo que não vou comprar uma fralda pra essa criança. Isso que estou dizendo. – Gritou.
- Micael, não é assim que as coisas funcionam. Ela errou, mas a gente não pode desamparar a criança por que estamos com raiva.
- A criança? – Ele riu. – Acho que você me entendeu errado. Eu quero é a Laura fora dessa casa porque eu não ajudo nem com alimentação. – Disse baixo, calmo, com a voz fria. As meninas arregalaram os olhos.
- Micael, acho que você precisa relaxar, esta exagerando.
- Não estou não Sophia.
- Você não vai expulsar a minha filha de casa! – Dessa vez Sophia botou a filha pra trás e comprou a briga.
- Eu vou sim, sou eu que mando nessa casa! – Gritou pra Sophia.
- Você não manda em nada aqui, você não construiu essa casa sozinho, você não fez a Laura sozinho. Ela não vai sair dessa casa.
- Ah, ela vai. – Gritou de novo. – Eu não quero nem saber dessa menina. Sou eu que sustento essa casa, eu que decido.
- Você não vai escorraçar a Laura de casa como minha mãe fez comigo. Eu já passei por essa situação, não vou deixar que a minha filha passe por ela. Eu dei sorte que a sua mãe é um amor de pessoa, e se a mãe desse menino não for?
- Sophia, eu não tô nem ai.
- Agora quem tá sendo idiota é você. – Sophia berrou. – A minha filha não vai sair daqui. Laura, vai pro quarto que você não vai participar desse assunto. – A menina assentiu e foi caminhando para o quarto, Micael gritou "Aproveita e arruma as malas" pra ela e Sophia fez cara feia, não ia ser fácil Micael expulsar a filha de casa, só por cima de seu cadáver. 

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