Depois do Para Sempre - Capitulo 34

 O tempo passa realmente de pressa quando se tem um bebê e lá estava Sophia, magérrima e turbinada pousando para uma marca de biquínis. Tinha reatado o contrato com Beth, mas acordado que por enquanto não sairia do Rio de Janeiro por causa da filha que ainda mamava.

- Será que podemos fazer uma pausa? – Ela pediu ao fotografo. – Meu peito vai começar a vazar já já. – O rapaz assentiu e ela pegou uma bolsa e foi até o vestiário.

- Vida difícil hein. – Beth disse escorada na porta observando a mulher tirar leite com a bombinha.

- É, quando a Mirella não está perto pra mamãe e meu peito enche dói demais. – Rolou os olhos. – Se não tirar, não aguento.

- E porque não desmama ela? – Deu de ombros. – Já que voltou a trabalhar.

- Ela só tem seis meses, muito cedo. – Beth ergueu as mãos como quem não diz nada. – E o Micael vai surtar.

- Ué, a criança com seis meses ela já pode comer outras coisas e tomar outros leites, ele não precisa surtar.

- Você não conhece ele e o ciúme que tem dela. – Bufou. – Mas eu também acho que está muito cedo, mais pra frente, quem sabe.

- Ok, você é quem sabe. – Deu de ombros. – Quando fizer, me avise.

- Ué, por quê?

- Tenho uma proposta pra te fazer, mas só vou falar quando ela já tiver desmamada, pra não atrapalhar nada e você dizer que fui eu que influenciei. – Beth deu risada. – Depois a gente conversa. – Deixou Sophia curiosa e saiu do vestiário.

Algum tempo depois a loira já tinha terminado de tirar o leite voltou e terminou a sessão. – Amei esse catalogo, todos os biquínis são extremamente maravilhosos. – Elogiou a estilista da marca. – Parabéns.

- Você que é maravilhosa, Soph. – A mulher disse simpática. – Obrigada!

 


Sophia foi se vestir e logo pegou seu carro pra ir embora. Odiava dirigir, mas toda vez que saia de uber Micael reclamava do carro parado na garagem. Subiu pro apartamento e sorriu ao passar pela porta e encontrar os dois no tapete emborrachado na sala brincando com alguns bichinhos. Mirella dava uns gritinhos fofos e empolgados.

- Oi, meus amores. – Jogou a bolsa no sofá e agachou pra pegar a menina que vinha engatinhando na sua direção. – Que coisa mais linda de mamãe. – Encheu-a de beijinhos. – Gostosa. – Se sentou ao lado de Micael e lhe deu um selinho.

- Como foi? – Perguntou interessado. – Chegou cedo.

- Pois é, até que acabou rápido, mesmo eu saindo no meio pra tirar leite com a bomba. – Segurou a menina com uma só mão e pegou a bolsa do sofá. – Pode ver pra mim se azedou e guardar na geladeira se não?

- Claro, amor. – Deu outro beijinho nela e se levantou com uma pequena mamadeira nas mãos.

- E a senhora, brincou muito com papai é? – A menina era só sorrisos. Se livrou dos braços da mãe e foi buscar um leãozinho que estava jogado por ai. – Que lindo, meu amor. Dá aqui pra mamãe! – Estendeu a mão, mas a menina não deu, riu sapeca do meio da sala. Logo Micael voltou a sala e a menina foi pra perto dele. – Abusada, não me vê desde de manhã, me dá um beijinho e volta pra perto de você.

- Eu prefiro o meu papai! – Ele segurou nas mãozinhas da menina que adorava ficar de pé. – Muito mais legal, cheiroso e incrível que você, mamãe. – O moreno disse com a voz fina.

- Cara de pau! – Ela o olhou de boca aberta. – Se eu estou fedendo é mais fácil falar.

- Cheiro de leite azedo. – Tapou o nariz e levou um tapinha de Sophia. – Ai, pede pra falar e depois me bate, vai entender.

- Vou até tomar banho depois dessa. – Se levantou, pegou a bolsa pra guardar e ia saindo da sala quando ouviu o resmungo da menina e se virou para trás. – Você não me quis quando eu estava ai do seu lado, agora luta, meu amor. – Micael balançou a cabeça e logo em seguida riu, segurando a filha que estava a ponto de seguir Sophia pelos cômodos da casa.

- Ei, se acalma que ela volta. – Disse ainda achando graça. – Foi só tomar um banhozinho e por falar nisso, a gente tem que trocar essa fralda mijada senão a pepequinha do papai vai ficar assada.

Se levantou pra trocar a menina e voltou pra sala quase ao menos tempo que a esposa. Deixaram a menina sentada no chão brincando e ligaram a tv pra ver algo.

- Sabe, hoje a Beth me perguntou porque eu não desmamo a Mi. – Ganhou a atenção de Micael que até pausou o filme que estavam vendo.

- O que essa mulher está se metendo nisso, Soph? – Ela se afastou para olha-lo, já que seu tom de voz era bem bravo. – Não está dando palpite demais?

- Ei, está nervoso por quê? – Cruzou os braços. – Eu só estou te contando coisas do meu dia, será que pode relaxar?

- É porque eu sei que essa mulher fala e você faz como se fosse cadelinha dela.

- Micael! – Rangeu os dentes. – Se fosse assim eu não tinha enfrentado ela pra ter a Mirella.

- Uma vez, Sophia. – Bufou. – Você foi contra ela uma vez, de resto ela fala e você segue. Voltou a modelar mais cedo do que a gente tinha combinado por causa dela, não foi?

- Não precisa desse escândalo todo, eu disse a ela que achava muito cedo também, eu só estou te contando, mas porra, pra fazer esse escândalo ai, melhor nem contar nada.

- E eu sou trouxa, Sophia? – Encarou a mulher. – Se você veio falar disse comigo, é porque você, nem que seja por um milésimo de segundo considerou.

- Eu acho cedo, mas é bem ruim ficar com o peito vazando o tempo todo. – Rolou os olhos. – Essa é a verdade.

- Não falei, sabia. – Negou com a cabeça. – Você não teria puxado esse assunto se não tivesse considerado, queria ver a minha reação, não queria?

- Drama também né, a gente pode dar formula pra ela, afinal, ela já pega mamadeira. – Deu de ombros. – Vamos a pediatra e conversaremos sobre isso.

- Você está querendo retomar as suas viagens não é? – Voltou a olhar no fundo dos olhos da mulher. – Voltou a trabalhar tem quase três meses e não aguenta mais ficar só por aqui, se for isso, é mais honesto você dizer que sim.

- Como você fantasia, Micael.

- Fala a verdade, Sophia. – Estava irritado de verdade. – Recebeu alguma proposta?

- Não, ainda não.

- Mas...? – Sentiu que tinha algo escondendo.

- Ela me disse que tinha algo pra me oferecer, mas só quando a Mirella já estivesse desmamada.

- Sabia! – Ficou de pé, rindo. – Você e esse seu trabalho, sempre ele.

- Ei, você me prometeu que se eu te desse um filho não ia deixar que isso me prendesse aqui, que atrapalhasse a minha carreira, não se lembra?

- Eu me lembro, você não precisa jogar na minha cara. – Balançou a cabeça novamente. – Faz o que quiser. – Saiu da sala revoltado e Sophia se deitou no sofá, pegou a menina do chão e a colocou sentada em sua barriga, apoiada nas pernas dobradas.

- Seu pai é uma pessoa tão difícil, Mirellinha. – Suspirou. – Eu juro que tento entender, fui falar de boa e você viu a briga que vira né? – A menina ria. – Até parece que a mamãe vai deixar algo de ruim acontecer com você, se o médico disser que não pode, mamãe não vai fazer. – Puxou a menina pelos bracinhos q caiu de bruços. – Às vezes ele esquece que eu amo você também, não é possível.

Um comentário: