Reviravolta - Capitulo 85

- Já pensei nisso algumas vezes, ver como ela está, saber se está ao menos viva... - Ele agora olhava para o vazio, enquanto eu fitava seu rosto.
- E por que não faz isso? - Perguntei curiosa e ele me olhou.

- Minha mãe não deve nem se lembrar que eu existo, Sophia. - Disse completamente desanimado.
- Claro que lembra, Micael. - Eu rolei os olhos, aquilo era obvio. - Uma mãe nunca esquece do seu filho.
- Fugi de casa com seis anos, nem lembro onde ela mora direito... - Ele deu de ombros.
- Tem algum motivo de verdade pra você não querer procura-lá? Porque esses não me convenceram. - Ele me encarou e depois de alguns segundos sorriu e me deu um beijo rápido.
- Por que você tinha que me conhecer como ninguém? - Negou com a cabeça como se fosse ruim.
- Porque você nasceu pra mim e eu nasci pra você. - Minha vez de rolar os olhos com o fato de ser obvio aquilo.
- Eu sei. - Me apertou mais um pouco.
- Vamos procura-la?! - Tentei o encorajar. - Seria ótimo conhecer minha sogra e ter ela no meu casamento. - Ele sorriu, logo depois uma expressão de horror cruzou seu rosto.
- Não quero reviver aquele passado...
- Micael, é a sua mãe. Já tem vinte anos que você não a vê. - Falei escandalizada.
- Será que ela ainda é como eu lembro? - Focou no nada outra vez.
- Não vai saber se não procurar. - Dei um selinho nele.
- Por que está tão cismada com isso? - Me encarou curioso.
- Porque eu quero você cem porcento feliz. - Eu sorri e fui correspondida.
- Eu sou cem porcento feliz, tenho a mulher e a filha mais maravilhosas que existe. - Dessa vez me deu um beijão. Quando nos separamos, seus olhos brilhavam.
- Não é. - Afirmei e o sorriso vacilou.
- Como pode saber? - Indagou.
- Conheço você. Além do mais, se não fizer isso agora, quando não puder fazer mais nada vai se arrepender. Você não sabe como ela vive, se passa por alguma necessidade, se está bem de saúde... Seu padastro fez um inferno na sua vida, mas ela é sua mãe! - Terminei meu discurso e podia saber que ele estava considerando a ideia.
- Você quando quer alguma coisa é terrível né. - negou mais uma vez com a cabeça. - Tudo bem, vamos.
- Ótimo, amanhã. - falei e ele arregalou os olhos surpreso.
- Já? - Pareceu respirar fundo.
- Tem um mês para o nosso casamento, quero sua mãe lá. - Falei empolgada. - Acha que ela vai gostar de mim? - Falei agora um pouco insegura.
- Jura que está preocupada com isso? - Perguntou e franziu a testa.
- Ué amor, quero causar boa impressão. - Ele riu e eu também, pelo menos consegui descontrair.
- Você não existe sabia?
- Ah existo sim, quer ver? - Falei virando por cima dele e começando a beija-lo.
Fizemos amor e então dormimos, após o banho. No dia seguinte eu acordei animada as oito da manhã. Ele resmungou quando eu tentei acordar-lo e virou para o outro lado. Eu levantei e fui pro banho, deixei a porta aberta e fiquei completamente distraída no meu banho. Quando me virei encontrei um Micael parado ali na porta me olhando, peguei a toalha rápido e me tampei.

- Eii, nunca mais faça isso! - Eu falei irritada.
- Como se eu nunca tivesse visto você nua. - Ele rolou os olhos e avançou pra me abraçar.
- Não é a mesma situação. - Me livrei do abraço e voltei para o quarto e vesti minha roupa. Ele não veio atrás e alguns minutos eu ouvi o barulho do chuveiro sendo ligada.
Quando ele voltou eu estava sentada na cama e ele colocou sua roupa.

- Tá bolada ainda? - Perguntou se sentando ao meu lado.
- Não. - Eu dei de ombros.
- Viu que foi besteira né. - Falou rindo.
- Talvez... De qualquer forma, é besteira, não vale a pena brigar por isso.
- Concordo. - Me deu um selinho. - Agora vamos?
- Vamos onde? - Perguntei curiosa.
- Ué, você encheu minha cabeça ontem, hoje já não sabe onde vamos? - Ele riu e eu arregalei os olhos.
- Não está cedo? - Falei apreensiva.
- Vou passar na empresa, depois vamos parar em algum lugar pra tomar café.
- Tudo bem então, vamos. - Levantamos, peguei minha bolsa, ele as chaves do carro e a carteira e nós saímos da casa, seria um longo dia...

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