Inevitável - Capitulo 34

Nós nos divertimos bastante no shopping, como a muito tempo eu não fazia. Fomos ao cinema, depois comemos, deixamos Felipe em um lugar para crianças para brincar um pouco e fomos dar uma volta. Em uma loja, eu quase arrumei uma confusão com aquele vendedor que estava dando em cima dela, mas ela parecia nem notar, o que me confortou, enquanto ele a babava, ela me olhava, enquanto decidia entre um vestido vermelho ou preto. Comprou o preto e então nós voltamos pra buscar Felipe e voltamos pra casa.



- Estou morto. - Eu disse me jogando no sofá assim que passei pela porta. Ela me encarou com meu filho no colo.
- Acho que você tem que dar banho no seu filho e botá-lo pra dormir. - Ela tenta me encarar sério, mas seus olhos são de divertimento. - Não sou sua empregada.
- Olha, eu acho que é! - Mordi o canto do lábio inferior pra não rir enquanto ela tentava ainda se manter séria.
- Já passa das nove da noite, eu trabalho o dia todo? - Ela me olha esperando minha resposta e eu dou um sorriso.
- Sim, trabalha sempre que eu precisar de você... - Eu dei um ar malicioso a esta conversa.
- Hum, então talvez eu devesse receber meu pagamento hoje, outra vez. Só dinheiro não ta dando conta. - Ela sorri safada, meu Deus, que mulher é essa. Eu não aguentei e ri e ela acabou rindo também. Levantei do sofá e peguei Felipe.
- Vamos lá, eu ajudo você agora, e você me ajuda depois. - A malicia tava clara pra nós dois, ela morde o lábio e passa as mãos pelo cabelo.
- Faço questão.

Demos banho no meu filho e depois o colocamos pra dormir. Fiquei olhando ela com aquele vestido, doido pra tira-lo e beijar cada centímetro do seu corpo, poder faze-la se apaixonar ainda mais por mim. Fomos para o meu, agora nosso, quarto e caímos na cama sem parar de nos beijar. E então ouvimos a campainha.

- Que droga! - Ela falou, parecia revoltada.
- Que será uma hora dessa? - Eu perguntei já me levantando, não me dei o trabalho de colocar a camisa de volta, na verdade eu nem sabia em que momento eu tinha tirado ela. Estava de calça e de meias, Sophia ajeitou o vestido e então descemos pra ver quem estava na porta.
Sophia parou na sala enquanto fui abrir a porta, e tomei um susto ao fazê-lo. Quando abri, Carla me olhou de cima abaixo e fez uma cara de safada, nitidamente reparando em cada detalhe do meu corpo, eu me arrependi de não ter colocado a minha camisa.
Eu não falei nada, ela não disse nada, e então, do nada ela avançou colocando as mãos no meu pescoço e me beijou. Eu fiquei sem reação, não respondi, mas precisei de um tempo para afasta-la, parecia que meu corpo não queria obedecer aos meus comandos.

- Que palhaçada é essa? - Ouvi a voz alta de Sophia e não precisava olhar pra saber que ela devia estar com as mãos na cintura com cara de brava. Ela deve ter visto tudo lá da sala.
- Ora, ora... Tem namoradinha agora Mica? - Carla perguntou e eu só assenti com a cabeça, a minha voz parecia ter ido pra algum lugar, qualquer um, só que longe de mim, onde eu não podia usa-la.
- Namoradinha não, Namorada! - Ela disse ainda brava e veio se posicionar do meu lado, me abraçando pela cintura. Ainda bem que ela não estava com raiva de mim.
- Eu conheço você. - Carla parou um instante, parecia estar fazendo força para se lembrar. - Claro, você é a menina que estava chegando aqui no dia em que passei a noite com Micael. - Ela mediu Sophia de cima a baixo. - Francamente Micael, - Seus olhos voltaram a mim. - Sou muito mais eu.

Ao dizer isso, a mulher de cabelo ruivo cintilante levou um tapa, mas não fui eu, quando dei por mim, Sophia estava descontrolada em cima da mulher e arranhando com as unhas perfeitas o rosto de Carla.  Meu corpo demorou a responder, mas quando funcionou eu puxei Sophia de volta e fiquei segurando.

- Que isso Sophia, você nunca foi de violência. - Eu disse e ela bufou se soltando de mim.
- Essa vadia ai merece, eu a vi indo embora aquele dia, sei que é verdade. - Ela estava com ódio no olhar. - E você não me conhece o suficiente pra saber se eu sou ou não de violência. - Ela da uma ultima olhada em Carla e se apressa a sair rumo as escadas.
- Vai embora! - Eu digo a Carla que sai com um sorriso presunçoso. Tudo isso por causa de uma noite em uma balada que eu nem queria ir. Revirei os olhos e subi atras de Sophia. Passei em seu quarto, mas ela não estava, fui pro meu e a encontrei sentada na cama.

- Ei - Ela não me olhou. - Podemos conversar? - Ela assentiu, mas ainda assim, não me encarou.

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