Inevitável - Capitulo 44

- Chegamos crianças. - Eu disse pra eles assim que estacionei.
- Acho que só tem uma criança aqui! - Ela respondeu rindo.
- Não sei amor. - dei um selinho e nós saímos do carro. Sophia foi soltar Felipe e ele entrou correndo.
- Casa de vó é realmente a melhor coisa né? - Eu comentei enquanto entravamos de mãos dadas.
- Eu odiava a minha, parece um quartel. - Ela revirou os olhos.

- Na casa da minha era só bagunça e varias comidas gostosas. Felipe deu sorte. - Nós entramos rindo e só deu tempo de ver Felipe se jogando no colo de Branca.
- Vocês deveriam perder essa mania de deixar a porta destrancada, um maluco pode entrar. - Eu falei assim que chegamos mais perto.
- Não se preocupe Genro, esse bairro é muito tranquilo. - Ela olhou pra filha e foi abraçar. - Que bom que vieram. - Me deu um beijo no rosto. - Tava começando a acreditar que tinham esquecido o caminho. - Nós rimos.
- Ainda não. - Sophia respondeu.
- Se esquecerem eu vou lá puxar a orelha de vocês. - Ela falou rindo.
- Vovó, tem bolo? - Felipe puxou a barra do seu vestido nos fazendo rir.
- Tá na hora do almoço, mocinho. - Ela respondeu e eu ri.
- Ai, se ferrou. - Zoei ele, e ele me mandou língua, depois caiu na gargalhada.
- Vocês são demais. Vamos comer. - Meu sogro disse e nós fomos nos sentar a mesa.

Nosso almoço se passou leve e descontraído e agora estávamos na sala, apenas conversando, Felipe havia conseguido o que queria, bolo e refrigerante, estava na cozinha comendo.

- Devemos admitir que reclamamos sobre você atoa. - Branca disse com um sorriso.
- Você sempre fez bem para nossas meninas, e nós deu nosso neto. - Renato completou.
- Já superamos isso! - Eu disse com um sorriso e abracei um pouco mais Sophia.
- E quando vocês vão nos dar nosso proximo neto? Agora uma menina! - Branca sorriu, mas Sophia enrijeceu ao meu lado.
- Logo, logo. Estamos esperando o Felipe ficar um pouco mais velho! - Eu respondi e pude sentir ela relaxar.
- Ah, entendi. Mas já acho uma idade boa, daqui a pouco vocês ficam velhos! - Ela riu, estava claramente brincando.
- Não achei graça, mãe. - Sophia disse grossa.
- Ei, Soph. - Ela me olhou. - Sua mãe está brincando, relaxa!
- Desculpa. - Ela disse após um tempo. - Falei sem pensar.

Falávamos da vida quando de repente ouvimos o barulho de porta se abrindo.
- Estão esperando alguém? - Perguntei apreensivo.
- Não, mas a porta tem campainha, mesmo se estivéssemos.
- Eu disse para trancarmos a porta. Quem será? - Ficamos apreensivos e então, apareceu pra gente quem menos esperávamos ver.

Ficamos todos parados, inertes, sem saber o que fazer ou o que falar.
Ela ficava com os olhos correndo por todos na sala, mas eles pararam quando encontraram os meus. Eu podia sentir a confusão começando a se formar, queria perguntar o que tinha acontecido durante todo esse tempo, porque tinha ido embora, mas a minha voz parecia ter sumido. Depois de o que pareciam minutos eu senti o olhar de Sophia também se alternando sobre nós. A confusão também estava presente entre nós.
A pessoa a nossa frente estava com uma aparência devastada. Parecia que não tomava banho há muito tempo e nem trocava de roupa por um tempo parecido, vestia uma calça jeans surrada e rascada e uma regata que deveria ser branca, mas não era a tempos. Seus cabelos estavam desgrenhados e sua pele estava suja. Parecia estar com fome, estava mais magra. Luiza estava claramente longe de ser aquela mulher que sempre foi...