Inevitável - Capitulo 45

- Luiza! - Branca correu para abraça-la, mas a mulher não tinha mais forças nem pra se levantar e acabou no chão abraçada com a mãe. Renato também se aproximou e logo pude ver Sophia também indo ajudar. Eu permaneci ali, imóvel e mudo, sem ação. - Filha, o que te aconteceu? - Tudo era apenas um borrão, eu agora só ouvia as vozes, não estava assimilando a conversa. Foi só quando ouvi a voz de Sophia que sai de meu transe.

- Você não vai lá falar com ela? - Ela perguntou, seus olhos pareciam angustiados, assim como os meus. Olhei pra frente e eles nem sequer tinham levantado ela dali e levado para o sofá.
- Não sei o que dizer. - Eu disse e ela suspirou.
- Não há nada certo para dizer. - Ela deu de ombros.
- Micael, me ajude aqui a leva-la para o sofá. - Ouvi a voz de Renato e virei a cabeça. Ele não estava aguentando a filha e ela não tinha forças pra se levantar. Fui ajudar, cheguei perto e a peguei no colo. Ela passou os braços pelo meu pescoço e deitou a cabeça em meu peito.
- Tem certeza de que é pro sofá que querem leva-la? - Olhei para eles.
- Ela precisa comer, precisa de um banho, precisa de qualquer coisa, menos de perguntas e conversa. - Eles pareciam concordar comigo então subi as escadas com a mãe dela atras e o pai carregando uma cadeira de ferro consigo. No banheiro, eu a coloquei sentada na cadeira e sai, para que a mãe dela pudesse lhe ajudar com o banho. Renato também saiu. Eu voltei pra sala e vi Sophia sentada, chorando. Me aproximei.
- Onde eles estão? - Ela secou o rosto e então me olhou.
- Sua mãe e Luiza no boxe, seu pai no corredor em frente e eu aqui querendo saber como você está? - Sentei ao seu lado e a abracei.
- Nem sei como estou, estou feliz e ao mesmo tempo... - Ela não terminou a frase.
- Eu sei, eu sei. - Ela apenas chorava em meu peito.
- Você falou alguma coisa pra ela? - Se afastou pra me olhar.
- Nós não trocamos nenhuma palavra. - Ela não parecia acreditar.
- Acho que não deveríamos contar ainda. - Ela disse e eu assenti. - Ela parece muito fraca.
- Concordo com você. - Ela me deu um selinho.
- Micael, precisamos de ajuda pra tirar ela do boxe. - Meu sogro gritou e eu olhei pra Sophia que assentiu. Mas quando cheguei lá, ela estava com os olhos abertos e andando apoiada no pai e na mãe.
- Pode deixar comigo. - Eu me aproximei para pega-la, ela ainda estava nua, mas eu só tinha vontade de cobrir seu corpo que um dia já foi perfeito. - Ela não quis que eu a pegasse e então fomos andando para seu antigo quarto. Suas coisas ainda estavam lá, algumas roupas que ela sempre guardou na casa da mãe, minha sogra fez questão de guardar. A vestimos com um vestido rosa, florido e descemos, ela precisava comer alguma coisa.

- Micael? - Ela disse baixo enquanto eu a segurava com firmeza pra descer as escadas.
- Felipe... - Fez uma pausa, sua expressão era de dor. - Ele sobreviveu ao acidente?
- Sim - Eu sorri e vi sua expressão suavizar. Só então tinha me ligado que Felipe estava todo tempo na cozinha. - Ele ficou bem.

Ela soltou um breve sorriso e quando chegamos na cozinha lá estava ele, ainda comendo e nos olhou curioso enquanto colocávamos Luiza na cadeira ao lado. Ele a examinou e como viu varias fotos de Luiza espalhadas em casa eu pude ver comparando com aquela mulher ali.
Branca fez um prato de comida do almoço pra ela e ela comeu com vontade, só então, um pouco mais corada e parecendo mais viva é que ela começou a falar.

- Podemos ir pra sala? - Ela perguntou.
- Vamos, eu ajudo. - Me ofereci e ela sorriu pra mim. Droga, não faça isso! Ela agora agora andava com mais firmeza e se deitou no sofá maior. Olhei para o lado e vi Felipe cochichando algo para Sophia e ela respondendo apenas com um aceno de cabeça. Todos ficamos em silencio e ela fechou os olhos.

- Não fiquem ai agindo como se eu tivesse voltado dos mortos. - Ela disse depois de um tempo e riu da piada mórbida que tinha acabado de fazer.
- Luiza, o que aconteceu com você filha? - Branca se aproximou, mas ela apenas balançou a cabeça.
- Não quero falar sobre isso mãe. - Ela falou num tom frio. - Pelo menos não agora.
- O que está fazendo aqui? - A pergunta era claramente dirigida a mim.
- Vim trazer o Felipe. - Olhei pra trás e chamei com a mão, ele veio hesitante. - Por que não dá um abraço na sua mãe?
- Ela não pode ser a minha mãe, minha mãe morreu! - Ele falou e se escondeu atras de mim. - Você e a tia Sophia, sempre disseram isso.
- Filho, ela é a sua mãe! - Luiza ficou nos olhando com dor nos olhos.
- Vocês sempre dizem que mentir é feio, então vocês mentiram, por quê? - Ô criança esperta.
- Nós não mentimos, nós nos enganamos. - Sophia tentou ajudar.
- Filho, - Luiza falou. - Me da um abraço.
- Eu sempre quis ter uma mãe. - Ele a olhou ainda confuso. - Todos meus amigos da escolha tem mãe.
- Você sempre teve mãe, filho! - Ela sorriu pra ele e ele depois de um tempo se jogou em seus braços. Acho que foi a cena mais linda que já vi. - Eu sempre te amei, meu menino, você e seu pai. - Ela me olhou e assim como eu, todos naquela sala ficaram mais uma vez sem reação. Graças a Deus, ela logo voltou pra seu momento mãe e filho com Felipe e não precisei responder aquilo.

6 comentários:

  1. SANTAMADREDEDIOS posta mais , senhora da lapa muita emoção em um capítulo

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  2. Ah não por favor não separa eles

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  3. Luiza nojenta! Não devia nem ter voltado. Mal amada. Quero só ver se ela separar meu casal!

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  4. pq essa cobra voltou só pra atrapalhar o casal essa vaca

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  5. Por favooor, continuaaaa pelo amor de Deus menina 😭😭😭😭😭

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  6. Luiza tem muito que explicar. E haja confusão nesses corações de agora pra frente. Pobre Sophia e Micael

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