Inevitável - Capitulo 51

Nos dias que se sucederam Luiza não atrapalhou mais a gente, na verdade nem deu sinal de vida e eu estava começando a achar a vida normal outra vez. Micael ia trabalhar, eu ficava com Felipe e a casa e quando ele chegava fazíamos amor, apaixonados. Eu estava feliz, e toda aquela insegurança desde o dia em que Luiza voltara, estava diminuindo a cada "eu te amo" que o Micael sussurrava em meus ouvidos.

Eu estava pintando as unhas, sentada no sofá e Felipe sentado no chão brincando com alguns carrinhos. Ouvi a campainha e fui correndo atender, estava cedo demais pra ser Micael, mesmo se tivesse esquecido as chaves e que eu me lembre, não esperava visitas. Ao abrir a porta, minha expressão de surpresa deve ter ficado ainda mais nítida.
- Oi, Sophia. - Luiza disse e sorriu, eu engoli em seco. - Não vai dizer nada?
- Oi, Luiza. - Respondi baixo. - O que quer aqui? - Limpei a garganta e pude falar com mais clareza.
- Meu filho mora aqui, Sophia. - Disse como se fosse obvio. - Fiquei anos longe dele.
- Pensei que tinha esquecido dele. - A olhei fria.
- Não, Sophia. - Revirou os olhos. - Nossa mãe me convenceu a deixar um pouco a poeira baixar antes de vir. Ela não queria confusão.
- Sua mãe. - Levantou uma sobrancelha.
- Roubou meu marido, agora tá desdenhando da sua mãe? - Ela riu de leve.
- Não roubei seu marido, Luiza, aconteceu. E a sua mãe parece que esquece que tem duas filhas, sinceramente ela só pensa em você.
- Ciumes, irmãzinha? - Debochou e eu sorri.
- Eu não, ela não se importa, azar o dela. - Dei de ombros.
- Sabe muito bem que ela te ama, Sophia. - Rolou os olhos. - Vai me deixar entrar ou não? Quero ver meu filho. - Dei passagem e ela foi direto até Felipe, ele sorriu quando a viu e eles se abraçaram. Foi até fofo. Voltei para o sofá e continuei a fazer minhas unhas, deixando eles a vontade.
Felipe saiu correndo pra ir fazer xixi, então Luiza foi olhar ao redor. Toda a decoração estava igual, menos os portas retratos. Todos eram fotos minhas e de Micael com Felipe. Exceto por uma que ficava na prateleira. Ela parou em frente a estante e pegou o porta retrato que eu mais gostava, tinha nossa melhor foto. Nós tínhamos ido á um passeio romântico, comemorando dois anos de namoro, estávamos em uma lancha, nos beijando. Ela pegou e sorriu olhando a foto.
- O que ele fez com as fotos do nosso casamento? - Perguntou ainda sem tirar os olhos da foto.
- Guardou em uma caixa no guarda roupa. - Limpei o esmalte borrado.
- Então é isso que eu sou? Uma lembrança velha numa caixa de sapato? - Me olhou, mas não fiz questão de encarar de volta.
- É o que você era, agora é uma chata que adora perturbar. - Dei de ombros, ela veio se sentar ao meu lado.
- Sophia... - Suspirou e eu a olhei. - Nós sempre fomos amigas, por que é tão difícil agora?
- Porque agora tem o Micael. - Ela pareceu prender a respiração.
- Por que você ficou com ele? - Ela perguntou relutante. - Nunca esperei que fizesse isso.
- Luiza, pelo fato de que nós sempre fomos amigas, depois daquele acidente eu convenci a mamãe e o papai a deixar Micael ficar lá com Felipe durante a recuperação. Acontece que eu vi que ele não era o idiota que eu sempre achei que fosse.
- Vai dizer agora que foi por mim? - Revirou os olhos.
- Tô falando a verdade. Nunca na minha vida eu cogitei ficar com o Micael. - Ela me olhava desconfiada.
- Espero que um dia nós voltemos a ser aquelas amigas de antes. - Ela suspirou
- Quando você desistir e entender que agora o Micael me ama, nós talvez voltemos.
- Isso nunca vai acontecer. - Ela sorriu. - Eu amo o Micael, mais do que qualquer coisa na minha vida. Menos o Felipe claro.
- Eu sei que ama...

Ficamos em silencio e então depois de um tempo o Felipe apareceu correndo. Ele veio para o meu colo, para a surpresa de Luiza, eu sorri e fiz carinho em sua cabeça.

- Tia, tô com fome. - Sorriu sapeca, olhando pra mim.
- Mas já? Acabamos de lanchar, fominha. - Eu ri e ele também. - Ah, mas eu queria danone.
- Ah, agora eu entendi, é fome de besteira né? - Ele assentiu rindo ainda.
- Vai lá e pega um danone pra você! - Ele me deu um beijo no rosto e saiu correndo. Luiza estava me olhando.

- Ele te adora. - Eu dei de ombros.
- Estive junto com ele desde sempre. - Sua expressão era de tristeza. - Gostando ou não, ele me tem como referencia de mãe.
- Eu sou a mãe dele, Sophia. - Falou um pouco alto. - Não me rouba isso também.
- Luiza, sempre mostrei a ele fotos suas, sempre deixei bem claro que eu não era a mãe dele. - Ela relaxou visivelmente. - Já disse, nunca quis tomar o seu lugar.
- Não quis, mas aconteceu. - Deu de ombros.

Ouvimos um barulho na porta da frente e eu sabia que Micael estava chegando. Eu estava pensando que ela iria embora antes que ele chegasse, mas aconteceu que não. A porta se abriu e meu namorado lindo passou por ela, ainda sem notar a presença de Luiza ali no sofá. Me levantei e fui até ele com um sorriso de orelha a orelha. Bloqueei sua visão de Luiza e ele então me beijou, sem dizer nada.

- Estava com saudades, amor. - Falou alto e eu sorri.
- Eu também, meu lindo. - Me deu outro beijo, mas esse foi rápido.
- Meu pai quer que a gente vá jantar na casa dele. - Ele parecia sem paciência.
- Então vamos ué.
- Eu odeio os jantares de familia que meu pai inventa! - Ele disse e então Luiza riu no sofá, fazendo então ele a notar.
- Algumas coisas nunca mudam né Mica? - Ele tinha olhos arregalados.
- O que ela está fazendo aqui? - Perguntou pra mim.
- Veio ver o Felipe. - Dei de ombros.
- Pensei que você fosse lá levar ele, e não que ela fosse vir na minha casa. - Subiu as escadas correndo e nos deixou sem entender nada.

5 comentários:

  1. Nao entendi a reacao dele tbm kkk cont pelo amor de Deus!!!!

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  2. Micael Micael. Isso aí Felipe,a Sophia que sempre foi sua mãe. Não​ acredito nessa Luisa

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  3. A história fica cada vez melhor aa posta mais

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