Inevitável - Capitulo 59

- Sophia, o que você tem? - Ouvi a voz de Micael preocupada me perguntar.

Eu estava apoiada ao braço do sofá com uma tontura chata que não me deixava prestar atenção em nada e nem sair daquele lugar. Senti mãos me puxando e sentando no sofá, mas eu tinha os olhos fechados, não sabia de quem era.



- Sophia,  já está bem? - Luiza agora perguntava.
- Não, estou tonta.
- Vamos leva-la ao hospital. - A voz de Luiza parecia agoniada.
- Não, nada de hospital. Estou bem. - Abri os olhos e vi o rosto dela. Parecia preocupada, um pouco mais com a irmã que sempre foi.
- Não está nada bem, Sophia. Precisamos saber o que você tem. - Micael agora falou e eu respirei fundo.
- Pra que vocês dois estão fingindo que se importam? - Rolei os olhos.
- Deve ser porque a gente se importa. - Luiza disse com ironia.
- Ah, deve ser mesmo. - Me levantei, a tontura já tinha passado. - Vou pro meu quarto, divirtam-se no passeio romântico. - Debochei e sai.
- Pelo menos liga pro seu namorado pra ele ficar com você. - Micael falou enquanto eu estava de costas e virei. Sua expressão era de dor.
- Que namorado? Ficou louco? - Perguntei confusa.
- O Marco ué. - Falou como se fosse obvio.
- Olha, se bem me lembro eu fiz a péssima escolha de largar ele pra ficar com você. - Outra sobra de dor apareceu em seu rosto e eu enfim subi para o meu quarto.
Depois de um tempo ouvi batidas na minha porta e suspirei, não queria falar com nenhum deles.

- Vai embora! - Gritei.
- Sou eu titia! - A voz chorosa de Felipe ecoou pelo meu quarto e eu me levantei pra abrir.
- Oi amorzinho.
- Deixa eu ficar aqui tia? Tá todo mundo brigando lá em baixo. - Ele pediu receoso.
- Vem amor. - Botei ele na minha cama e nós ficamos deitadinhos.

Micael narrando

- Ela não namora o Marco? - Perguntei pra Luiza assim que Sophia sumiu de vista.
- Não sei ué, é a vida dela. - Ela desviou o olhar.
- Luiza, você me disse que ela estava namorando! - Esbravejei. Olhei pra Branca e ela estava nervosa também. - Vocês estavam me enganando! - Passei as mãos no rosto com ódio.
- Não, é claro que não. - Se defendeu.
- Luiza, vou perguntar uma ultima vez. Ela realmente esteve com aquele cara?
- Você quer que eu saiba pra quem ela dá ou deixa de dar? - Debochou. - E para de gritar comigo por causa dela, ou tenho que te lembrar que você está comigo?
- Aparentemente estou com você porque você me manipulou. - Ela bufou.
- Para de ser dramático. Nós dois sempre fomos um casal.
- Ah, vai começar com essa historia de novo? Já te disse que não te amo mais.
- Mas vai amar, questão de tempo. - Ela deu de ombros.
- Eu realmente não te reconheço mais. - Disse com desgosto. - E você Branca, você tem duas filhas, eu sei que você esquece disso, mas você passa a mão na cabeça da filha errada. - Ela não me respondeu e eu fiquei ali sem ter o que fazer, parte de mim queria subir e me entender com a Sophia, mas eu sabia que ela estaria com raiva por eu ter ficado com a Luiza.
Então eu vi o Felipe descendo as escadas praticamente correndo.

- Felipe, não corre. - Ele parou na minha frente.
- A titia, ela ta dormindo. - Parecia desesperado.
- O que tem? - Não entendia.
- Ela tava acordada falando comigo na cama, ai dormiu do nada. - Sophia tinha desmaiado. Meu coração acelerou e eu sai correndo em direção ao quarto dela. Entrei e a vi jogada na cama. A peguei no colo e levei pro carro. Branca ficou com Felipe e Luiza foi segurando a Sophia no banco de trás.
Não demoramos a chegar no hospital e por estar desmaiada, Sophia foi logo atendida na emergência.

- O que será que aconteceu? - Luiza parecia preocupada.
- Ah, agora você se preocupa? - Ela parecia triste.
- Micael, a briga por você não significa que eu não a ame. São assuntos diferentes.
- Claro, depois de tudo que você fez, você quer dizer que se importa.
- Eu não fiz nada demais. - Levantou as mãos em sua defesa.
- Você armou, Luiza. Mentiu. Você sabia que eu não ia ficar com você e jogou sujo. - Desabafei, ela ficou em silencio e então depois de um tempo um medico apareceu.