Inevitável - Capitulo 61

Eu tinha acabado de expulsar o Micael e a Luiza do meu quarto e agora não sabia o que fazer. Eu tinha as mãos sobre a barriga e ficava pensando em que péssima hora esse bebê foi aparecer. Eu pelo menos tinha um emprego, já que eu não fazia questão da ajuda de Micael.
Depois de algum tempo sozinha ali pensando sobre o que eu ia fazer, o antigo médico entrou no meu quarto sorrindo.


- Ainda triste com a noticia? - Fechou um pouco o sorriso e eu abri o meu.
- Que nada, não fiquei triste com o bebê. Eu adoro crianças. A questão é que não ando querendo ver a cara do pai. - Ele então voltou a sorrir.
- Ah, que isso. - Se aproximou. - Daqui a pouco vocês se resolvem. - Eu dei de ombros.
- Difícil, ele namora a minha irmã. - Eu ri sem jeito e ele arregalou os olhos. - Minha historia é complicada.
- Tudo bem, mas pensa que esse bebê vai ser a sua benção. - Segurou minha mão e eu sorri.
- Obrigada!
- Já assinei a sua alta, pode ir embora. - Eu suspirei. - Mas se lembre de se alimentar direito e começar seu pré-natal.
- Tá bom - Eu disse enquanto ele tirava a intravenosa de mim e então me sentei. - Onde tem um telefone? - Ele levantou uma sobrancelha.
- Por quê?
- Tecnicamente eu expulsei minha irmã e o namorado dela daqui, não tenho como voltar. - Soltei um riso nervoso e ele riu tirando um celular do bolso.
- Pode ligar do meu, mas temos que desocupar o leito. Esse hospital ta movimentado hoje.
- Tá, deixa só eu me vestir. - Fui pra trás do biombo e coloquei a minha roupa, quando sai ele ainda me esperava. Caminhamos até a sala de esperava ele me entregou o celular e saiu, dizendo que já voltava pra buscar. Eu disquei o numero da Lua que já estava em minha cabeça e coloquei o telefone no ouvido e então eu vi aqueles dois ainda ali, sentados um pouco distantes e eles não estavam com a melhor cara, deviam ter brigado por causa do bebê. Ou não, já que no quarto ainda Micael estava me pedindo perdão e na frente dela.
Lua não atendia e enfim caiu na caixa postal, virei de costas pra não ser vista, mas não adiantou, senti uma mão segurando meu braço e me fazendo virar.

- Aê Sophia, arrasando o coração do médico. - Luiza disse rindo, como faziamos antigamente, mas eu só a olhei séria.
- O que vocês ainda estão fazendo aqui?
- Você pretende ir embora como? - Micael disse emburrado, provavelmente por causa do que Luiza disse antes.
- Estou dando um jeito. - Ele rolou os olhos.
- Hum, daqui a pouco o médico te leva né? - Jogou piadinha e eu respirei fundo.
- Me respeita Micael, eu estive com você, mas não aprendi a ser safada não. - Ele arregalou os olhos.
- Eu não sou safado, Sophia, você sabe muito bem disso. - Se defendeu.
- Não? - Alternei olhares entre os dois. - Deve ser mesmo.
- Sophia, você tem que conversar comigo, a gente tem que se entender. - Luiza tinha uma expressão muito serena.
- A gente não vai se entender, Micael. - Rolei os olhos. - Eu te dei todas as chances de ficar com ela desde que ela voltou. TODAS. Você sempre disse que queria ficar comigo e pra quê? Pra esperar eu dormir e ficar com ela no corredor? Pra no mesmo dia ir pra cama com ela sem eu ao menos ter tirado minhas coisas de lá? - Eu estava ficando alterada e a tontura estava voltando.
- Eu não fiz nada naquele corredor, menina. - Eu ri debochada. - Ela me agarrou e eu não quis esconder isso de você. Eu sempre fui sincero com você, não estou aqui correndo atrás de você atoa. - Ele falava alto. - E que droga você pensa que eu fui pra cama no mesmo dia? Isso não aconteceu, Sophia, não viaja. - Terminou e o medico que eu ainda não sabia o nome apareceu.
- Vocês estão em um hospital - Tinha uma expressão brava - E você Sophia, não pode se estressar.
- Desculpe. - Eu disse e estendi o celular pra ele. - Muito obrigada.
- Conseguiu?
- Não, minha amiga não atende.
- E vai embora como? - Micael bufou atrás de mim e eu então tive a ideia absurda de deixar ele ainda com mais ciumes.
- Na verdade não sei. - Sorri sem graça.
- Em meia hora termina o meu plantão, se quiser carona. - Ele deu de ombros.
- Claro que sim. - Eu respondi sorrindo.
- Claro que não, ela não vai com você. - Micael disse grosso.
- "Ela" decide sozinha. - Eu respondi e virei para o medico.
- Eu te trouxe e eu te levo, não adianta Sophia. Não vou deixar você entrar em nenhum carro de médico tarado.
- Porque só pode no de cunhado tarado? - Respondi e ele ficou sem reação.
- Sophia, acho melhor você ir com ele, não quero causar mais briga e mais estresse pra você. - O medico disse e então se despediu e sumiu da minha vista.
- Vamos logo. - Eu passei pelos dois em direção ao estacionamento.

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