Inevitável - Capitulo 111

A vida de Sophia e de Micael não podia ser melhor. Ele já tinha realmente voltado ao trabalho de forma integral, Sophia ficava com as crianças e a noite eles se amavam. Tinham sempre a visita de ambas as famílias e assim eles foram levando a vida. Mas como tudo que é bom dura pouco, tinha chegado a data da audiência com Lucas, sobre Felipe.


- Estou tão nervoso! - Micael disse ao ajeitar a gravata em frente ao espelho. Sophia, como a esposa perfeita que é, se levantou e abraçou o marido por trás.
- Vai dar tudo certo! - Apoiou. - Ainda acho que devia me deixar ir também.
- Melhor ficar com as crianças, Luiza vai estar lá, Marlon também. Não temos ninguém pra ficar com elas. - O rapaz disse o mais pacientemente possível. - E o Marlon está bem confiante. Eu não sei se ele tá empolgado por mim ou por acabar com o Lucas. - Ele riu acompanhado de sua esposa.
- Um pouco dos dois com toda certeza. - Ela disse e deu um beijo nele assim que ele se virou.
- Tudo bem, boa sorte.

Micael entrou em seu carro e seguiu mais uma vez para aquele fórum, Sua vida toda tinha sido ali, mas passou a odiar aquele lugar. Assim que chegou, encontrou o irmão e a cunhada e sorriu, caminhando até eles.
- E ai galara, prontos pra festa? - Marlon disse rindo.
- Haha, não sei que alegria é essa. - Micael rolou os olhos.
- Relaxa irmãozinho, tá nas mãos do melhor advogado que existe. - Ajeitou a gravata, arrancando risos de Micael e Luiza.
- Muito modesto. Eu quero ver só quando o Lucas começar a te provocar. - Marlon fechou a cara e Micael segurou o riso.
- Aquele cara merece levar uma surra. - Seu rosto demonstrava livremente a raiva.
- Merece, mas não aqui. - E então Lucas apareceu com seu advogado, ele tinha um sorriso debochado no rosto e não parava de encarar Luiza. - Eu disse "não aqui" - Micael colocou a mão no peito do irmão que estava andando na direção do cara
- Não ia fazer nada, sou responsável. - Disse entredentes.
- Ignora ele. - A voz de Luiza surgiu ao fundo. - O trunfo dele é saber que irrita vocês, vai fazer vocês se descontrolarem e provar pro juiz que você Micael, não pode ficar com Felipe.
- E você sabe disse como? Andou fazendo papel de infiltrada? - Micael disse tão irritado quando Marlon
- Não, é obvio porque é exatamente o que eu ia fazer quando pedi a guarda do Felipe. - Ela deu de ombros e Micael sorriu.
- Vocês dois se merecem mesmo hein. - Marlon olhou feio para o irmão.
- Ei, não fala assim! - Antes que Micael pudesse responder, uma voz chamou seu nome, Luiza e o de Lucas.
Assim que todos entraram, ficaram se encarando. O Juiz deu inicio a sessão e os debates eram intensos. Lucas tinha escolhido fazer a linha de vítima, enquanto Micael se irritava cada vez mais assim como Luiza tinha dito. Mas então o juiz deu a palavra a Luiza.
- Então senhorita Abrahão, pode nos dizer se é verdade que você e seu namorado deixaram seu filho com Senhor Borges, assim como ele afirma?
- Sim, é verdade. - Ela disse de cabeça baixa.
- Vocês eram amantes então? - Apontou a cabeça pra Lucas.
- Protesto. Qual a relevância disso pra decidir se a criança fica ou não com o meu cliente? Micael sempre o teve como filho, criou e o manteve seguro mesmo quando a mãe tinha ido embora.
- Não podemos negar que o Senhor Borges é um bom pai, mesmo aqui dizendo que ele já foi preso. - O juiz olhava em seus papeis. - Por bater em você, senhorita Abrahão, o que pode nos dizer dessa denuncia. - Micael abaixou a cabela e suspirou.
- Eu me precipitei. - Ela parou, mas o Juiz continuou a olhando esperando mais informações. - Eu tinha voltado há uns dias e encontrei Micael namorando com a minha irmã. Não gostei nada disse e então eu o irritei de uma tal maneira que ele não teve como.
- De qualquer forma ele fez né? - O sorriso no rosto de Lucas era nítido. - Você não acredita que seria perigoso para seu filho?
- Não, claro que não. - Reforçou negando com a cabeça. - Micael é o melhor pai que Felipe poderia ter. Lucas só quer se aproximar do menino porque eu não quis sumir com ele de novo.
- Claro que não, eu apenas quero poder conviver com meu filho. - Falou um pouco dramático e Luiza rolou os olhos. - Estivemos juntos por três anos e você nunca nem quis saber do menino. Quando eu engravidei e quis me separar pra ficar com você, você falou pra eu não fazer isso, pra eu dizer que o filho era do Micael. - Ela não o encarava em nenhum momento. - Não vem com essa de pai agora. O menino ama o Micael, está acostumado com ele, não vem bagunçar a cabeça dele.
- Silencio. - O Juiz bateu seu martelo e Luiza se recostou na cadeira. - Já ouvi o suficiente, eis a minha decisão. - Eles estavam apreensivos na hora. - O menino permanece com o sobrenome de Micael e sua guarda pertence ao mesmo. - Micael respirou aliviado. - Entretanto, senhor Lucas poderá visita-lo todos os finais de semana se assim quiser, pra criar um vinculo com o menino.
- Na minha casa? - Micael disse alto.
- O senhor prefere que ele leve o menino? - Juiz respondeu e Micael negou com a cabeça. - Então está decidido, sessão está encerrada. - E bateu o martelo no final. Eles se levantaram e saíram da sala.

- Então quer dizer que você queria me largar assim que engravidou? - Ele disse com raiva entredentes.
- Vai brigar comigo, jura? Eu te ajudei. - Ela meio que se escondeu atrás do Marlon.
- Você a todo minuto solta um podre novo. - Ele disse raivoso e então Lucas se aproximou.
- E ai velho amigo, preparado pra abrir as portas da sua casa pra mim de novo? - Ele riu, Micael controlou o impulso de dar um soco na cara dele ali.
- Vai pro inferno, Lucas. - Foi a unica coisa que ele disse.
- Sabe, a Sophia também é gostosinha. - Micael se virou, mas Marlon foi muito rápido e o segurou antes que fizesse besteira. Lucas saiu rindo.
- Eu vou matar esse filho da puta. - Disse com ódio e também saiu, indo em direção do seu carro e deixando Marlon e Luiza pra trás. Era muita informação num só dia.

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