Amor Demais - Capitulo 118

E o dia seguinte chegou, com um céu azul incrível e um sentimento de apreensão entre os residentes da casa Borges. Foi difícil para Micael se concentrar em qualquer coisa que tivesse que fazer no trabalho, assim como Sophia não conseguia ter paz enquanto não soubesse o que iria acontecer naquele dia.



Micael largou o serviço pela metade e decidiu ir pra casa. Não estava rendendo nada lá então nem adiantava perder tempo, queria chegar em casa antes da Isabella chegar da escola, e conseguiu. Quando destrancou a porta deu de cara com a menininha loira sentada na sala brincando com uma das bonecas que Isabella quase não olhava mais, mas tinha um tremendo ciume. Sophia e Laura não estavam a vista.

O coração de Micael amoleceu assim que olhou os olhos arregalados da sua mais nova netinha, ele queria chegar perto e abraça-la, mas não sabia como ia fazer uma coisa dessa sem assusta-la. Então, só se aproximou a passos lentos e se sentou á sua frente.

- Ei, você é linda! - A menina timida não respondeu e abaixou a cabeça. - Como é seu nome?

- É Aninha. - Sua voz era tão doce que fez o sorriso de Micael ficar ainda mais bobo. - Mas quando minha mãe tá brava, ela me chama de Ana Luiza.

- Ah, então a mocinha faz muita arte pra deixar a mamãe brava? - A menininha riu e balançou a boneca em seus braços.

- Eu não. Eu sou quietinha. - Ela ainda ria. - Você é o meu vovô? - Micael ficou surpreso dela saber quem ele era. - Mamãe me mostrou umas fotos de vocês dois, quando ela era beeeeeeeem pequeninha, quase como eu.

- Sim, Aninha, eu sou seu vovô. - A menina se levantou e foi abraça-lo.

- Minha mãe disse também que você é o melhor pai do mundo e que devia ser o melhor avô também. - Micael não sabia o que falar, era tão estranho saber que sua filha achava isso dele. - Eu nunca tive um vovô, ele morreu antes de eu nascer.

- Mas agora você tem um que vale por dois. - Deu beijinhos no rosto da menina e a abraçou forte.

- Vai brincar comigo? - Ela era tão fofa que Micael não conseguia dizer não.

- Claro, vamos brincar. - E ficaram brincando por um tempo, fizeram tanta bagunça que Laura e Sophia sairam do quarto pra olhar o que estava acontecendo e as duas se derreteram a cena. Chegaram mais perto e se sentaram junto.

- Será que tem espaço pra mamãe aqui também? - A menina deu um pulo do colo de Micael e agarrou a mãe.

- Sempre tem espaço pra mamãe brincar junto com a Aninha. - Deu um beijo estalado na bochecha de Laura e Micael se levantou.

- Bom, eu preciso tomar um banho. - A expressão no rosto de Laura foi de tristeza, ela sabia que o pai estava saindo por causa dela.

- Ah, vovô, não vai. - Largou a mãe e agarrou o avô. - Continua brincando com a gente.

- Só vou tomar banho Aninha, eu vou voltar. - Ela assentiu desconfiada e Micael foi pro quarto.

- Será que ele vai ter raiva de mim pra sempre? - Perguntou a Sophia que negou com a cabeça.

- Corre lá no quarto e vai falar com ele. Conversa sem gritar, tudo vai dar certo. - Disse sorrindo e puxando a neta para seus braços.

- Ok né, pior do que esta, não fica. - Se levantou e foi para o quarto dos pais. Bateu na porta e então entrou, Micael olhava o closet, procurando por uma bermuda confortavel. - Pai, será que podemos conversar?

Ele a olhou desconfiado, mas no fim soltou um suspiro e se sentou na cama.

- Pode falar. - Era seco, mas de certa forma ela sabia que ele estava aberto pra conversa dessa vez.

- Pai, eu te amo tanto... - Ela começou, mas não conseguiu terminar, começou a chorar descontroladamente e isso deixou Micael completamente em estado de choque.

- Ei, minha menina - Ele disse quando conseguiu encontrar palavras. - Eu também te amo. - Se antes  as lagrimas já eram fortes, agora eram cem por cento piores. Micael puxou a filha para um tão esperado abraço que a menina soluçava. - Ei, para de chorar. - A afastou de seu peito pra secar suas lagrimas.

- Eu espero por esse abraço tem tanto tempo, pai. - A voz ainda embargada. - Me desculpe por tudo o que eu fiz.

- Tá bom, Laura. - A menina não sabia o que fazer, então só agarrou o pai e ficou em seu colo por um tempo. Ela não queria largar nem por um instante. Micael deitou na cama e então ficou fazendo carinho em sua cabeça.

Como nos velhos tempos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário