- Meu pai não foi. – Deu de ombros. – Com certeza tá
cheirando o rabo da minha mãe por ai.
- Micael, que falta de respeito. – Sophia repreendeu
- Nenhum dos dois merece meu respeito, Sophia. – Pegou uma
bermuda e deixou o quarto, mas não teve paz, porque Sophia o seguiu. – Será que
eu posso tomar banho em paz?
- Não. – Sentou na tampa do vaso. – Vou te perseguir com
isso.
- Engraçado que você disse pra mim que não ia se meter nisso
a mesmo que eu estivesse exagerando. – Abriu o chuveiro. – Ao meu ver eu não
estou exagerando.
- Não está. – Ela falou baixo e ele se esforçou para ouvir
por cima do barulho do chuveiro. – Eu só quero que essa situação se resolva
logo pra você ficar em paz com eles.
- E eu só quero ficar em paz sem eles.
- Amor... – Ela ia começar a falar, mas Micael fechou o
chuveiro e a olhou pelo vidro do box enquanto se ensaboava.
- Sophia, o que você quer que eu faça? – Suspirou. – Pra
você parar de me encher com esse assunto de uma vez por todas.
- Eu quero que você escute sua mãe, ai se não gostar do que
ela falar, eu encerro o assunto. Pode ser?
- Pode, Sophia. – Ela se levantou surpresa. – Mas depois
disso você vai ter que me prometer que vai deixar esse assunto pra lá.
- Sim, eu prometo. – Deu um beijinho no vidro e fez Micael
sorrir. Ela saiu do banheiro e o deixou terminar o banho em paz. Sentou no sofá
e trocou mais algumas mensagens com Lua que tinha avisado que chegou bem em
casa.
Esperou um tempo e Micael não foi encontra-la na sala,
estranhou e foi pro quarto. Lá estava ele, deitado na cama mexendo no celular.
Se arrastou para deitar ao seu lado.
- Pensei que fosse ficar comigo na sala. – Ele balançou a
cabeça negativamente. – O que aconteceu? Está com raiva de mim?
- Não. – Largou o celular e deitou a cabeça no colo da
namorada. – É só muita coisa na minha cabeça, ai não queria mais te importunar.
- Meu bem, eu não vou te forçar a nada, você sabe não é? –
Sophia tinha a voz baixa.
- Claro que não, enquanto eu não fizer o que você quer, você
não vai sossegar.
- Não é bem assim! – Bufou. – A única coisa que eu quero é
que você escute o que ela tem a falar e depois você pode nunca mais falar com ela
se quiser.
- Você promete isso, mas nem cumpre. – Ele rolou os olhos,
mesmo que a loira não pudesse ver. – Eu te conheço, você não vai me deixar em
paz.
- Eu não vou perturbar você com isso pra sempre. – Ela deu
um beijinho na cabeça dele. – Você escuta ela uma vez, é sério.
- Eu queria entender porque você os defende tanto... – Se sentou.
– Meu pai eu até entendo que é porque você gosta dele, mas a minha mãe... – Balançou
a cabeça. – Ela te tratou mal ontem e tudo.
- Eu não duvido nada que ela devia estar sobre uma carga de
estresse bem grande ontem. – Soltou uma risadinha. – Quando você estiver
pronto, a gente marca um jantar, você a escuta e depois pronto.
- Vou fingir que acredito. – Bufou. – Marca logo isso o mais
rápido possível pra eu me livrar dela. Amanhã se possível.
- Pode deixar que eu vou ligar pro seu pai e marcar. – Tinha
um sorriso no rosto que fez Micael soltar uma careta.
- Se eu não tivesse você eu nunca mais falaria com ela na
vida.
- Você não pode pensar nisso, afinal, eu estou aqui por
você! – Piscou um olho. – Deixa eu te contar minha novidade. – Ele a olhou
curioso. – O book ficou pronto já e aparentemente a Mel já mandou o online pra
algumas agências.
- Mas rápido assim? – Ele arregalou os olhos. – Que fotografo
competente.
- Mel é cliente vip, eu acho que é porque ele quer pegar
ela, mas ela não confirmou. – Caiu na gargalhada com a careta de Micael.
- Chay tem razão hein, esse mundo de modelos é muita putaria
pro meu gosto. – Sophia continuou rindo. – Eu espero é que você não pegue de
cara comercial pra fazer.
- Comercial é bem difícil de pegar, os testes são bem rígidos.
– Deu de ombros, um pouco mais séria. – Não acho que pinta pra mim assim de
cara não.
- Que bom, menos chance de você ter que beijar alguém logo
de cara. – Ela voltou a gargalhar.
- Está preocupado com isso? – Parou de rir e encarou a
careta do namorado. – Se você quiser eu não pego esse tipo de trabalho.
- Trabalho é trabalho. – Deu de ombros. – Dia dos namorados
chegando, vai chover esse tipo de campanha.
- Eu amo você. – Pulou para o colo do namorado. – Nada mais
importa, meu bem.
- Eu sei disso, se não soubesse te trancaria em casa igual o
Chay fez com a Mel. – Ele finalmente desfez a careta e sorriu. – Proibida de
trabalhar.
- Muito ciumento pro meu gosto. – Lhe deu um beijo quente. –
Agora chega de conversar, tenho algumas outras ideias do que fazer com você.
- E quais são? – Tinha um sorriso malicioso.
- Você já, já vai descobrir.
No dia seguinte, pouco antes do almoço Sophia ligou para
Jorge. O sogro a atendeu no segundo toque.
- Ei, Sophia! – Ele tinha a voz animada. – A que devo a
ligação?
- É que eu queria marcar um jantar com a Antônia, você tem o
telefone dela pra me passar? – Ai que a voz de Jorge ficou ainda mais alta.
- Claro que sim, mas creio que nem será necessário, ela está
hospedada aqui em casa! – Sophia riu, já imaginava algo do tipo. – Quando?
- Hoje, pode ser aqui em casa. – Ela deu de ombros mesmo que
o sogro não visse. – Vou encomendar uma comida já que com toda certeza do mundo
Micael não vai querer cozinhar.
- Vamos fazer aqui em casa! – Decretou. – Antônia cozinha,
com certeza vai amolecer o coração de Micael lembrar do tempero dela. – Sophia riu.
– Como você conseguiu convencê-lo?
- Eu disse a ele que só precisava ouvi-la uma vez e depois
eu não ia mais perturbar. – Riu novamente. – Avisa a ela pra ensaiar bastante o
que dizer, afinal outra chance como essa não vai ter.
- Pode deixar! – Disse ainda animado. – Eu vou avisar a ela
aqui, aguardamos vocês aqui para o jantar.
Será que o Mika vai escutar a mãe mesmo?
ResponderExcluirPosta mais caah
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