- Assim a gente não vai ter paz!
- Se você não perder esse ciúme possessivo, não vamos mesmo!
– Rebateu. – Sophia botou chifre no Micael e ele não é tão louco como você é.
- Se ele gosta de deixar os outros verem a mulher dele
pelada em outdoor o problema é dele, se ele quer deixar a Sophia beijar outra
pessoa em comercial o problema é dele também, eu não quero você fazendo essas
coisas e eu não vou aceitar.
- Então eu vou arrumar as minhas coisas e vou voltar pra
casa da minha mãe. – Saiu da sala deixando Chay falando sozinho, mas ele logo
correu e entrou no quarto.
- Você não vai embora daqui, eu amo você, Mel. – Seu olhar
era desesperado.
- Chay, isso não é amor. – Ela tinha algumas lagrimas. - Você
controla os meus amigos, controla minha roupa, controla o meu trabalho e eu
juro que não aguento mais! – Desabafou. – Essa jaula está me sufocando, eu
quero ser livre e isso não vai rolar enquanto essa nossa relação doentia durar.
- E então você vai realmente ir embora? – Ergueu uma
sobrancelha. – Você não me ama? Eu achei que você era feliz comigo.
- Eu amo você demais, mas eu preciso me amar primeiro. –
Voltou a tirar as roupas do armário e colocar de qualquer maneira na mala que
tinha pegado de cima do armário. – A gente realmente precisa de um tempo.
- Isso tudo é por causa da Sophia? – Estava revoltado com a
loira. – Ela não tinha nada que ter vindo aqui colocar essas ideias idiotas na
sua cabeça.
- Não é culpa da Sophia. – Bufou. – Ela não tem culpa das
coisas, foi só a gota que fez o copo transbordar. Desde que ela foi embora eu
fiquei pensando em como você ia reagir quando eu te contasse que queria ajudar.
Pensando no que fazer caso você surtasse, coisa que eu tinha certeza que você
faria.
- Você não pode ir embora. – Ele pediu segurando as mãos,
impedindo que ela arrumasse a mala. – A gente tenta mesmo com você ajudando a
Sophia.
- Agora é mais que isso, agora eu quero voltar a trabalhar e
você nunca vai aceitar isso.
- Mel...
- Chay, vamos dar um tempo e depois a gente vê no que dá,
porque eu estou exausta dessa prisão que é namorar com você. – Livrou suas mãos
e voltou a fazer as malas. Chay saiu do quarto e da casa revoltado. Dirigiu
feito um louco e não demorou a chegar na casa de Micael e Sophia.
- Oi, Chay. – Micael tinha a testa franzida de surpresa ao
ver o amigo parado no portão. – O que veio fazer aqui?
- Falar com a sua namorada. – Desviou de Micael e saiu
entrando na casa, estava revoltado. Encontrou Sophia lavando a louça da janta.
– O que merda você tem na cabeça? – Ele gritou ao se aproximar. – Quem você
pensa que é pra ir na minha casa incentivar a Mel a voltar pra essa droga de
mundo de modelos?
- Ei, você perdeu o juízo? – Ela tinha os olhos arregalados
devido ao susto. – Não pode entrar assim e gritar comigo. Fala baixo dentro da
minha casa.
- Eu só quero que você me explique. – Moderou o seu tom de
voz, Micael tinha os braços cruzados escorado no balcão. – Porque até agora eu
não consegui entender.
- Eu não fui incentivar nada! – Balançou a cabeça. – Eu fui
pedir dicas a uma amiga que já trabalhou e tinha uma carreira brilhante pela
frente. Só isso!
- Parabéns, porque agora com o seu pedido de ajudar ela
resolveu que quer trabalhar. – Rangeu os dentes.
- Eu acho ótimo, ela não tem que parar a vida dela pra ficar
lavando roupa e arrumando casa o dia todo, ela merece muito mais que isso e
você devia parar de ser esse possessivo porque vai acabar perdendo ela. –
Surpreendendo os dois, Chay começou a chorar. – Ei, para com isso. – Micael deu
a volta e preparou um copo com água e açúcar.
- Eu já perdi... – Ele falou muito mais baixo depois que
parou de soluçar. – Ela vai embora.
- Como assim vai embora? – Micael perguntou ao entregar o
copo na mão de Chay. – Foi só uma briga, vocês já já se entendem.
- Não foi só a droga de uma briga, ela disse que não
suportava mais viver assim, ela estava fazendo as malas, disse que ia voltar
pra casa da mãe. – Bebeu a água num só gole e colocou o copo no balcão. – Eu
não posso ser tão ruim assim... Eu amo a Mel.
- Só que você é possessivo demais, não sei como ela suportou
tantos anos.
- Sophia, você não está ajudando. – Rangeu os dentes.
- Eu estou sendo realista, apoia a Mel uma vez na sua vida.
– Bufou. – Nem tudo tem que ser do jeito que você quer. Larga de ser egoísta e
manipulador e ai quem sabe um dia ela volta com você.
- Eu vou embora. – Anunciou e se virou para a porta. Saiu
sem dar tempo de nenhum dos dois impedir.
- Ele ainda vai fazer alguma besteira. – Micael constatou
depois de voltar pra cozinha. – Está doido.
- Eu vou ligar pra Mel. – Anunciou, deixou o restante da
louça na pia, secou as mãos no pano de prato e foi até a sala buscar seu
celular. Esperou na linha por um tempo, mas logo Mel atendeu. – Amiga, onde
você está? – Não aguardou nem o Alô de Mel.
- Estou num táxi indo pra casa da minha mãe, por quê? –
Fungou e Sophia percebeu que ela estava chorando.
- Chay acabou de sair daqui, ele estava tão transtornado que
eu fiquei preocupada com você. – Sua voz estava claramente mais calma. – O que
inferno aconteceu? Foi por causa de mim?
- Soph, eu ainda não estou bem pra conversar sobre isso,
será que a gente pode falar amanhã? – Pediu e Sophia assentiu mesmo que a
mulher não pudesse ver. – Até amanhã, eu passo ai pra gente ir para a sessão. –
E a linha ficou Micael. Sophia se virou para Micael que estava sentado no sofá
com um olhar curioso.
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