- Eu sei administrar! – Deu um beijinho no ombro. – E você
sabe que foi a mãe do Micael que sempre cozinhou aqui.
- Uhum, mas depois que ela saiu o negócio se manteve, então,
mérito seu! – Ela observou como Jorge havia ficado pensativo, ele quase nunca
falava da ex esposa. – Não deixa o crédito pra ela não. – Tentou descontrair.
- Pois é. – Suspirou. – Mas não é justo você comparar a
nossa comida com a do Micael! – Tentou mudar de assusto. – Ele estudou pra
cacete pra chegar onde chegou, ele viajou. Fez tudo o que podia, se ele fosse
ruim, ele ia se virar pra me devolver cada centavo do meu investimento. – Ele
voltou a rir junto com a Sophia.
- É justo. – Deu outra garfada na comida.
- Eu fico feliz de vocês estarem juntos de novo. – Ele
sorriu a mulher. – Apesar de tudo o que aconteceu e de toda a confusão que se
abateu na vida de vocês, meu filho te ama muito e a cada dia longe de você ele
ficava pior.
- Obrigada, Jorge. – Tomou um gole da bebida. – Eu me
arrependi tanto de tudo o que rolou que daqui pra frente ninguém me tira de
perto dele. – Os dois riram novamente. – A parte mais triste mesmo foi o neném.
- Ei, vocês podem fazer muitos outros neném, agora que estão
juntos. – Ficou de pé. – E eu vou cobrar, porque só tenho o Micael e dependo
dele pra ter netos. – Deu um beijo na cabeça de Sophia.
- Pode deixar que a gente vai te dar netos sim! – Falou
animada.
- Eu vou indo trabalhar um pouco, bom apetite! – Disse a
mulher que já tinha comido mais da metade do prato. Os dois riram e logo ela
ficou sozinha ali.
Sophia abaixou a cabeça quando viu no relógio que faltava
pouco menos de meia hora pras duas. Havia saído da agência quase uma hora então
logo teria que voltar. Ouviu Micael parar de gritar com a galera da cozinha e
imaginou que ele já tivesse conseguido restaurar a ordem no local. Logo ele
apareceu perto dela e fez carinho em sua cabeça.
- Está tudo bem? – Perguntou preocupado e puxou a cadeira
pra se sentar perto dela. – Amor?! – Ela estava chorando, não falava nada.
Deixava Micael ainda mais preocupado. – Sophia o que foi que aconteceu com
você?
- Eu não quero voltar pra lá. – Ela constatou e se jogou no
colo de Micael. – Eu não vou suportar voltar lá.
- Sophia, eu já te disse que se você quiser pode largar esse
emprego, eu sustento você, você sabe que dinheiro nunca foi problema. – Fazia
carinho na cabeça da mulher. – Não vai.
- Eu gosto do meu trabalho. – Fungou e deixou Micael ainda
mais confuso. – Eu não suporto aquela mulher, eu não vou aguentar ficar no
mesmo ambiente.
- Amor, não vai! – Ele decretou. – Você pode procurar uma
área que goste, você pode começar tudo de novo. Não existe só aquela agência de
modelos aqui.
- Eu não duvido nada que ela deve ter book em várias. – Não
tirava a cabeça do peito de Micael.
- Volta pra lá, testa seu auto controle. – Ele deu a
solução. – Se você se controlar, você consegue manter seu emprego. Se não conseguir,
foda-se, você não precisa daquilo pra sobreviver e de quebra ainda dá uns
sopapos naquela baranga. – Sophia ergueu a cabeça e riu do termo escolhido.
- Baranga? – Tinha uma sobrancelha erguida. – Eu pensei que
ela era muita coisa, menos baranga. – Ele riu se lembrando do sábado.
- Eu só queria te provocar naquele dia. – Deu uma piscadinha
e arrancou um sorrisinho da namorada.
- Quando não queria? – Debochou e agora o riso era mais
aberto. Ela secou as bochechas. – Era sua meta de vida.
- E eu cumpri muito bem. – Ajeitou a dólmã agora molhada de
lágrimas. – Fico feliz de te ver sorrindo.
- Eu vou ir lá, Deus me dê sabedoria pra não cometer um
crime. – Ficou de pé. – Obrigada por ser tão maravilhoso. – Lhe deu um beijo
calmo. – Eu te amo muito.
- Eu também te amo. – Se abraçaram. – Mal posso esperar pra
chegar em casa e você estar lá, me esperando de lingerie rendada vermelha.
- Oxe, quem foi que disse que eu vou fazer isso? - Ela perguntou rindo. – Está muito saidinho
pro meu gosto.
- Foi só uma sugestão. – Ela balançou a cabeça. – Se cuida
hein! – Balançou a cabeça e saiu da cozinha. Micael recolheu o prato e colocou
na pia, logo, voltou ao trabalho.
Já eram quase duas horas quando Sophia entrou na agência de
volta. O lugar estava cheio e ela suspirou. Tinha as pessoas do teste do
perfume e outras de um teste que já estava em andamento. Soph se sentou na mesa
respirando fundo. Lua apareceu não depois de muito tempo.
- Que inferno, onde foi que você se meteu? – Reclamou com um
suspiro. – Eu estou atarefada e não consegui almoçar até agora e você
simplesmente desapareceu.
- Não almoçou? – A menina arregalou os olhos. – O que te
alugou esse tempo todo?
- Estávamos arrumando a sala do teste e agora tem dez
modelos na porta daquela sala esperando pela vez deles e eu correndo de um lado
para o outro pra organizar tudo. – Ela se sentou na cadeira. – Eu estou
estressada e com fome.
- Me dá aqui essa prancheta e vai comer! – Sophia ficou de
pé e Lua lhe entregou de bom grado. – Vai logo.
- Ok, eu vou. – Ficou de pé no mesmo instantes. – Mas deixa
eu te avisar que o Douglas e a Fernanda estão ai.
- Eu sei. - Respirou
fundo. – Eu que tive que ligar para os dois. – Fez uma careta. – É a hora de
testar todo meu auto controle.
- Boa sorte! – Lua deu um beijo na bochecha da amiga e saiu
correndo para o refeitório. Sophia caminhou até onde estava concentrada a maior
parte das pessoas. Ela viu os modelos sentados em fila nos bancos perto da
porta. Sua chefe estava lá dentro.
Passou rápido pelo corredor de deu boa tarde a todos. Não
encarou nem Douglas e nem Fernanda ao passar por eles rapidamente. Encontrou
sua chefe verificando a arrumação improvisada.
- Pensei que seu horário de almoço não ia acabar nunca. –
Elizabeth disse estressada. – Estamos com muito trabalho. Já vamos começar a
chamar para o teste, mas como provavelmente vamos demorar, preciso que você vá
até lá e pergunte se todos estão bem, se precisam de uma água, um café, alguma
coisa.
- Jura? – Fez uma careta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário