- Ei! – Sophia sorriu ao ver o namorado passar pela porta. –
Chegou tarde hein.
- Pois é, o Adriano hoje precisou se atrasar e eu cobri até
que ele chegasse. – Se jogou no sofá.
- E você, como foi seu dia? – Puxou Sophia pela mão e ela
caiu em cima dele no sofá. – Fez vários nada?
- Uhum, um tédio só. – Se aconchegou em Micael. – Sinto dizer
que você não vai ter muito tempo pra descansar, eu marquei o jantar com os seus
pais.
- Você é bem rapidinha quando quer. – Fez uma careta.
- Foi você que pediu pra marcar o quanto antes pra se livrar
dela. – Se afastou um pouco e encarou o namorado. – Quer desistir? Eu ligo e
aviso para marcarmos outro dia.
- Não, está tudo bem. – Suspirou. – É melhor acabar logo com
isso!
- Também não precisa dessa cara de quem está indo para um velório.
– Ela brincou, mas não melhorou em nada o ânimo do namorado.
- É quase isso. – Bufou. – Vou tomar banho. Eles chegam que
horas? Você pediu comida né?
- Então, na verdade, o jantar vai ser na casa do seu pai. –
Deu de ombros como se pouco importasse. – Ele sugeriu e eu achei legal.
- Menos trabalho pra gente. – Foi só o que disse antes de
levantar e ir tomar um banho relaxante. Foi para o quarto pelado e vasculhou o armário
a procura de uma bermuda jeans e uma camiseta polo pra vestir naquela noite
quente.
- Mas tem que procurar roupa pelado? – Sophia perguntou sem
tirar os olhos dele e o moreno finalmente riu. – Não dá pra colocar nem uma
cuequinha? Amarrar a toalha na cintura, sei lá.
- Está te incomodando? – Ergueu uma sobrancelha. – Eu gosto
de ficar assim, livre. – Começou a remexer o quadril e arrancou risadas de
Sophia.
- Para de palhaçada. – Ela foi para o banheiro ainda rindo,
quando voltou, Micael já estava pronto sentado na cama. – Gostoso.
- Era pra ter falado isso quando eu estava pelado. – Ele seguiu
brincando. – Agora dá muito trabalho tirar toda essa roupa que eu coloquei.
- Ainda bem né, senão a gente ia chegar lá as dez. – Vestiu uma
lingerie e riu enquanto via o namorado não tirar os olhos de seu corpo. – Você é
bem tarado!
- Você fez a mesma coisa. – Ela deu de ombros, tirou um
vestido azul escuro do cabide e o vestiu com agilidade.
- Eu vou só fazer uma maquiagem básica e a gente sai. –
Micael rolou os olhos, já prevendo o quanto tempo demoraria aquela maquiagem básica.
Mais de meia hora depois ela se levantou da penteadeira. – Estou pronta, vamos?
- Finalmente. – Implicou. – Você já é maravilhosa, não
precisa disso tudo.
- E você é um puxa saco. – Mandou língua e ele riu. Pegou
sua bolsa e os dois saíram de casa rumo aquele jantar.
Sophia tentou manter Micael descontraído por todo caminho,
conversava sobre coisas inúteis de seu dia e como andava a distribuição de
books online que Mel andava fazendo. Micael até falou um pouco sobre o dia
tranquilo que teve no restaurante.
Chegaram na casa de Jorge pouco depois das sete, ele os
recebeu com um sorriso no rosto e tratou de dar um abraço nos dois. Micael
seguia desconfortável com a situação. Caminharam para a sala e Antônia não
estava em nenhum lugar à vista.
- Onde está Antônia? – Sophia perguntou curiosa, afinal ela
era o motivo daquele jantar.
- Na cozinha. – Jorge rolou os olhos como se fosse obvio e
Micael fez uma expressão levemente surpresa. – Ela não me deixou nem chegar
perto de lá desde que entrou, acho que já sei de quem o Micael puxou toda
aquela marra.
- É claro, você não sabe cozinhar pai. – Rolou os olhos. –
Fica na cozinha dando palpite e opinião em coisa que nem sabe fazer, tem que
ser expulso mesmo.
- Viu só, igualzinhos. – Fez com que Sophia risse.
- Isso não tem nada a ver, qualquer chef que se preze não
gosta de ter ninguém atrapalhando. Entra na cozinha e dá palpite nas coisas do
Adriano pra você ver.
- Ele não vai dizer nada, sou eu que pago o salário dele. –
Jorge completou rindo.
- Assim é fácil. – Resmungou.
- Gente, dá licença um momentinho que eu vou ao banheiro e
já volto. – Se levantou e saiu da sala.
- Por que você não vai falar com a sua mãe agora? – Sophia sugeriu
e Micael franziu a testa. – Ela está na cozinha e ao que parece esse é um ponto
que vocês tem em comum. Pode ser um facilitador.
- Não sei se é uma boa ideia fazer isso na cozinha. –
Suspirou.
- Você precisa de um momento sozinho com ela, cozinhar junto
pode ser uma interação legal.
- Meu amor, você sabe que eu não suporto ninguém na minha
cozinha. – Ele franziu a testa. – Eu vou é me irritar com ela fazendo as coisas
diferente de mim.
- Vai logo. – Bufou. – Se você se irritar, pede licença e
sai antes de arrumar briga. – Decretou. – Agora vai.
- Tá bom. – Resmungou, mas logo se levantou e caminhou até a
cozinha de Jorge.
- Ué, onde está o Micael? – Perguntou a nora assim que voltou
pra sala, pouco antes de Micael sair. – Te deixou sozinha aqui?
- Eu pedi a ele que fosse falar com a Antônia na cozinha. –
Deu de ombros. – É um lugar que os dois amam, vai que facilita a reconciliação.
- E ele foi? Assim fácil? – O pai de Micael gargalhou. – Eu acho
incrível como você consegue dele tudo o que quer.
- Consigo nada. – Cruzou os braços. – Eu faço ele ver a
razão.
- Faz nada, Micael que é um pau mandado pra você. – Zoou mais
um pouco, mas logo ficou sério. – Obrigado, eu sei que sem você mediando ele
nunca toparia falar com Antônia novamente.
- Ele toparia, só acredito que levaria um pouco mais de
tempo. – Sophia deu de ombros e observou a careta no rosto do sogro.
- Só que tempo é algo que ela não tem... – Deixou escapar,
mas não completou a frase.
- Como assim? Ela vai voltar pra Londres? – A loira
perguntou curiosa, mas observou Jorge ficar sem graça.
- Não é isso, mas eu também não posso contar. – Pra encerrar
o assunto, ele começou a falar de coisas aleatórias e distraiu Sophia.
Vishi, la vem
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