Reviravolta - Capitulo 95

Eu revirei os olhos diante daquela resposta e então senti que Micael relaxou do meu lado e colocou um braço em volta de mim. Meu pai olhava atentamente cada movimento nosso.
- Pai, não sei se o senhor sabe, mas eu não tenho mais 18 anos. - Falei irritada com a presença dele ali.

- Hum, não tinha reparado. - Ele debochou e puxou o celular, começou a mexer, claramente me ignorando.
- Você não pode fazer isso comigo. - Falei agora ainda mais irritada por ser ignorada.
- Sophia, você ainda não casou. Minha casa e meu sofá é um lugar de respeito. - Ele fez cara de nojo olhando pro sofá e eu revirei os olhos. - Minha neta senta ai, eu sento ai, sua mãe senta ai... Eca filha. - Ouvi Micael gargalhando e então o olhei incrédula,
- Ele tem razão ué. - Ele deu de ombros e eu levantei irritada indo pro lado de fora.
- Imagina se fosse a Alycia, na sua casa. - Meu pai gritou antes que eu alcançasse a porta. Micael parou de rir na hora.
- Nem brinca com isso. - Eu me virei pra olhar eles dois. - Alycia não vai fazer esse tipo de coisa.
- Como não? - Meu pai agora se divertia com a reação de Micael. - Uma hora ela vai se apaixonar e começar a namorar.
- Eu envio ela pra Suíça se for preciso. - Ele falou sério e meu pai gargalhou. Eu dei uns passos de volta para perto deles.
- Não acredito no que estou ouvindo. - Eu falei séria olhando Micael. - Claro que você não faria isso.
- Pra manter Alycia a salvo desses garotinhos safados eu faria qualquer coisa. - Ele me olhou ainda serio, meu pai achava graça.
- Olha Micael, eu espero realmente nunca mais ouvir você dizer isso.
- Mulheres! - Meu pai bufou. - Tão sentimentais.
- Minha filha só vai onde ela quiser. - Falei séria olhando alternadamente os dois.
- Então Micael, sinto te informar que mandar ela pra Suíça não vai adiantar, lá tem menininhos safados também. - Meu pai riu e Micael ainda parecia se incomodar com o assunto, ainda mais agora que provavelmente se lembrou de Diego. - O que resta pra você é esperar que seja um bom rapaz e que a faça feliz.
- Eu tenho alguns anos pra me preparar pra isso. - Ele expirou se confortando com a ideia. Eu completamente ignorada sai da sala pisando forte.

Micael Narrando.

- Sophia não sabe identificar uma brincadeira? - Perguntei retoricamente.
- Pelo visto não, garota se irrita com tudo. - Ele respondeu e nós dois estavamos olhando a porta por onde ela saiu.
- Pois é, agora ela vai ficar com raiva e bla bla bla. - Eu disse e ri. - Era tão obvio que estavamos zoando. Ai meu Deus.
- Vai falar com ela. - Ele disse e se voltou para o celular.
- Eu vou né, antes que a raiva piore dez vezes mais. - Fiz cara de medo e ele riu quando olhou.
- Boa sorte, rapaz. - Ele disse e eu então sai meio hesitante. Caminhei pelo jardim ate achar ela onde nos sempre ficávamos juntos. Ela estava sentada de costas pra mim, mais provavelmente me ouviu chegando.
- Continua lá, fazendo planos de como estragar a vida da minha filha. - Falou irritada e me fez rir.
- "Sua filha" - Repeti - Tá me deserdando? - Perguntei reprimindo um riso.
- É minha filha, pelo menos eu nunca a trataria como um objeto que se despacha pra outro país. Nem eu nem o... - Ela parou de falar, mas eu sabia exatamente o que ela ia dizer. Vi vermelho, todo tipo de humor que tinha até então se foi.
- Nem quem Sophia? - Falei firme com ela, ela se virou assustada e muda. - Quem? - Perguntei mais uma vez.
- Nem o Diego. - Ela falou corajosamente.
- Tá querendo dizer que ele é melhor que eu sendo pai? Esta arrependida de ter largado ele? De ter voltado? - Agora eu tinha me estressado mesmo.
- Só disse que ele não faria isso. - Ela recuou. - Não que estava arrependida.
- Você insinuou que ele é melhor que eu, então fique com ele. - Virei as costas e ouvi um pedido de desculpas baixinho. Continuei andando até que ela gritou e eu me virei, voltando pra mais perto dela e a segurando pelo braço. - Nunca mais na sua vida, insinue que ele é melhor do que eu. - Disse e a beijei com vontade, um beijo muito voraz. Ambos nos separamos sem folego depois de algum tempo.
- Nunca mais na sua vida ouse dizer que vai mandar minha filha pra longe. - Falou séria e eu a olhei nos olhos.
- Era brincadeira. - Eu disse, mas ela não acreditou.
- Não era, você falou sério. - Tinha medo no fundo de seus olhos.
- Não, era brincadeira. Eu não faria com ela, algo que me fez tão mal. - Ela viu algo em minha expressão que pareceu acreditar.
- Me desculpa então. - Ela falou sincera.
- Tudo bem, agora vem aqui... - Nós deitamos no chão e então fizemos ali fora a luz da lua o que fomos interrompidos mais cedo lá dentro. Amor intenso.

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