Reviravolta - Capitulo 102

Estava nervoso, muito nervoso. Aposto que nunca dirigi tão rápido na minha vida. Pensamentos sobre o que fazer quando chegar ficavam indo e vindo na minha cabeça e eu realmente não sei se seria capaz de não acabar com ele se o visse. Quando chegamos minha mãe foi a primeira a sair do carro e meio que correu pra minha frente antes de entrar.



- Vai me prometer que não vai fazer nada com o Paulo! - Ela suplicou.
- Não acredito que está me pedindo uma coisa dessa! - Falei indignado.
- Não estou pedindo por ele, estou pedindo por você filho. - Estava a ponto de chorar novamente. Matheus estava um pouco atrás prestando atenção em nós.
- Ele merece morrer da forma mais cruel e lenta possivel, o que ele fez foi imperdoavel. - Disse com ódio.
- Você tem Alycia e Sophia pra cuidar, não pode fazer besteira aqui e ser preso. - Eu neguei com a cabeça, ela tinha razão.
- Não vou fazer nada. - Ela assentiu olhando nos meus olhos, eu sentia que não confiava em mim. - Vamos?!
- Vamos! - Ela foi na frente com Matheus e eu logo atrás. O pilantra estava assistindo televisão com uma lata de cerveja e uma puta do lado, na casa da minha mãe.
- O que é isso aqui? - Minha mãe perguntou escandalizada. - Você não tem um pouco de consideração, sua filha estava em um hospital, quase morreu por sua causa e você está aqui, na minha casa com uma vagabunda, bebendo cerveja e vendo futebol? - Falou indignada.
- Bruna é uma idiota, ninguem mandou ela engravidar. - Ele falou sem dar muita atenção a minha mãe, virado pra televisão.
- Você a engravidou, não foi culpa dela. - Matheus falou e Paulo o olhou.
- Sabe que no fundo ela gostava. - Fez cara de deboche e esquentou ainda mais meu sangue.
- Você sabe que não, você nos ameaçava. - Gritou. - Você é um monstro.
- Estão fazendo tanto drama. A menina não está bem? - Revirou os olhos e colocou uma mão entre as pernas da garota que estava ali com ele.
- Será que você pode respeitar a minha mãe. - Dei um passo a frente, ela segurou meu braço. - Estou calmo. - Ela assentiu e me largou.
- Vocês todos estão me atrapalhando. - Agora ele deu um beijo na garota que soltou um leve gemido com a mão dele ainda ali.
- Mãe, vai arrumar as coisas. - Disse, mas ela não se mexeu. Tinha olhos fixos no Paulo. - Vai mãe! E Matheus, ajuda ela. - Matheus a puxou para fora dali e eu mirei Paulo.
- Você não vai sair? - Perguntou me encarando. Eu fui ate a frente da televisão e desliguei, ficando assim com toda atenção.
- Você, saia! - Falei apontando pra garota.
- Quem tem que sair é você. - Gritou pra mim.
- Saia. - O ignorei e falei a menina, agora assustada e com medo. Ela se levantou.
- Depois nos vemos. - Saiu apressada dali.
- Quem você pensa que é? - Se levantou e ficou me encarando.
- Micael Borges. - Disse com orgulho. - Acredito que esteja na hora de termos uma conversa de homem pra homem.
- Garoto, me deixa em paz. - Se sentou novamente.
- Paz? - Ri com sarcasmo. - Você fez da minha vida um inferno aqui nesta casa, um inferno na rua e quando eu finalmente acho paz e felicidade, você volta pra minha vida pra destruir tudo. Acho que está na minha hora de fazer isso parar.
- E vai fazer o quê? Me matar? - Deu um gole na cerveja e se levantou. - Você é um fracassado como seu pai, já disse isso e volto a dizer. - Então eu parti pra cima dele dando o primeiro soco, ele caiu em cima da mesinha e fez barulho, o levantei e joguei em cima do rack, quebrando assim a televisão. Se ia ficar ali, ficaria sem nada. Fui pra cozinha e comecei a virar as coisas e derrubar, ele veio atrás de mim e dessa vez me acertou, não deixei barato e o acertei também. Eu tinha mais força e por instantes me senti vingado de todas as vezes que apanhei daquele homem. Levantei a cabeça e vi minha mãe parada junto com meu irmão me olhando. Nenhum dos dois me pediu pra parar, mas eu parei.
- Vamos embora. - Falei largando aquele babaca no chão, ele estava acordado e se levantando.
- Bando de traidores, eu cuidei de vocês minha vida toda... - Ele gritou enquanto saiamos. Entramos no carro e eu dei a partida. Ficamos em silêncio por um longo tempo.
- Por que não me pediu pra parar. - Olhei pra ela e logo voltei a me concentrar na estrada.
- Você não estava descontrolado, sabia o que estava fazendo. - Falou e eu sorri de leve e então soltei um leve gemido de dor, ele tinha me acertado uma vez e feito um machucado pouco acima da sobrancelha.
- Tem sangue. - Ela falou observando.
- Sophia limpa quando chegarmos. - Dei de ombros. - Pegaram tudo?
- Algumas roupas e objetos pessoais, não quero muita coisa daquele lugar. - Franziu o cenho e eu sorri.
- Eu amo você mãe! - Falei estacionando o carro na frente da minha casa. - Sempre amei, mesmo de longe.

16 comentários:

  1. adoreiiiiii esse fdp mereceu

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  2. Bem feito!!! Continua ❤

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  3. Essa web ta cada dia melhor ❤ continua

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  4. Continua comecei a ler suas histórias mês passado já li todas e estou amando essa

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    1. *-* Que bom que está gostando dessa tanto quanto gostou das outras, obrigada!

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