Inevitável - Capitulo 100

- Micael, mantenha a calma. - Disse mais uma vez e ele suspirou.
- Desculpa, mas é impossível.
- Olha, Micael... - Luiza tentou começar, mas ele logo interrompeu.

- Olha Micael nada, Luiza. Você não tem direito de dirigir a palavra a mim. - Esbravejou. - Por que você não simplesmente pediu uma droga de um divorcio e foi embora ficar com ele? Por que não disse que nunca me amou e que queria ser feliz com outra pessoa? Qualquer coisa ia doer, mas com toda certeza do mundo ia ser melhor do que se passar por morta. - Ele secou as lagrimas, mas outras caiam em seguida. - Qualquer coisa, Luiza. - Gritou.
- Micael, as crianças. - Repreendi de novo.
- Eu não tinha coragem de dizer pra você que eu queria o divorcio, até porque eu não queria. - Luiza o encarou. - Eu estava vivendo um romance, mas eu sempre amei você.
- Oi? - Debochou. - Que eu saiba você fugiu com meu amigo. Quem faz isso ama? Desculpa, mas eu te amei errado.
- Para de ser debochado. - Ela rebateu. - Eu amei você, só que chegou um tempo que infelizmente a nossa relação não era mais a mesma.
- O quê? - Ele riu. - Pra mim ela só melhorava. Eu era muito feliz e o máximo que eu tinha que me importar era com a chata da sua irmã quando íamos na casa da sua mãe!
- E olha só, você acabou com ela. - Eles agora conversavam no mesmo tom.
- Mas eu nunca na vida cogitei trair você com ela. Eu ter me apaixonado por ela foi outra historia, aconteceu.
- Não justifica. - Ela respondeu completamente errada.
- O que não tem justificativa é você querer comparar a minha relação com a Sophia com o seu caso. Luiza, você foi embora, você deixou o seu bebê de oito meses por causa de macho.
- Micael, eu já me arrependi disso tudo. - Ela abaixou a cabeça.
- Será? - Ele debochou. - Você não vale nada.
- Luiza... - Marlon chegou perto com a voz calma.
- Oi, amor - Marlon fez uma careta quando ouviu aquela palavra.
- Acho melhor você ir embora. - Disse forte e eu arregalei os olhos, assim como ela.
- Marlon, a gente não conversou... - Ela recomeçou a chorar.
- E tem o que pra conversar? - Ele deu de ombros, estava sem expressão. - Você me traiu, acabou.
- Marlon, eu amo você. - Ela soluçou. - Acredita em mim.
- Luiza, é muito difícil. Depois de toda essa historia, todas as revelações. Eu preciso sinceramente de um tempo.
- Olha, eu falo tudo, eu explico toda a situação com o Lucas, mas por favor, não me deixa. - Ela suplicou e ele arqueou uma sobrancelha.
- E tem mais?
- Falta ela dizer pra que voltou e ficou dizendo que me amava, já que claramente estava com o desgraçado o tempo todo. - Então ele se lembrou. - Ficamos juntos um maldito mês, você teve a chance de me chifrar de novo hein, você merece um óscar de vagabunda.
- Micael! - Repreendi.
- Eu voltei porque eu e o Lucas ficamos sem dinheiro. - Disse envergonhada. - Eu achei que poderia...
- Arrancar mais dinheiro do trouxa aqui né! - Ele disse com raiva. - Mas como eu sou imbecil.
- Quando eu voltei, não gostei de saber que você estava com a Sophia. Por isso fiz tudo o que fiz.
- Eu vendi a minha casa, casa que eu trabalhei pra construir, casa que eu cuidei, porque você não queria me dar a porcaria daquele divorcio. Porque você não simplesmente pegou aquela droga de dinheiro e foi embora com aquele cara de uma vez? - Ela se encolheu sobre o tom dele.
- Porque você ainda estava com a Sophia. - Disse ainda envergonhada. - Foi ai que veio a ideia de ficar com o Marlon. - Ele suspirou. - Mas eu juro que foi só no começo. Depois eu fui realmente me apaixonando por você! - Ela deu um passo pra se aproximar dele. - Eu juro, você é a melhor pessoa que eu conheci.
- Corta essa, Luiza. - Respondeu frio, se afastando. - Namoramos há quase um ano, esse cara só apareceu agora. Isso significa que você só largou dele agora.
- Não! - Disse desesperada. - Eu fiquei com ele nos três primeiros meses. Eu assumo. - Marlon respirou fundo. - O restante, quando eu disse que não queria mais, ele começou a me ameaçar pelo telefone dizendo que ia contar tudo pra vocês.
- Ele passou seis meses te ameaçando? - Ironizou.
- Sim, ele passou. Eu já estava acreditando que não ia fazer nada, mas ai hoje...
- Hoje ele veio contar pros trouxas aqui quem é você. - Micael disse grosso.
- Acho melhor você ir embora. - Marlon repetiu. - Preciso esfriar a cabeça.
- Eu concordo, não quero passar nenhuma noite debaixo do mesmo teto que ela.
- Ela fica. - Eu enfim me pronunciei e eles me olharam com cara de espanto. - Já passa de uma da manhã, nem ônibus tem.
- Não estou nem ai. - Micael me respondeu.
- Minha irmã não vai andar na rua uma hora dessa sozinha, Micael. Me desculpa.
- Qualquer coisa que possa acontecer a sua irmã, vai ser pouco. - Ele rebateu.
- Beleza, eu vou com ela então, ok? Eu e a Emily. - Ele arregalou os olhos diante da minha ameaça.
- Você não vai sair por ai uma hora dessa. - Falou alto.
- Nem ela. Ponto final. - Olhei pra ela que me agradecia com o olhar. - Você fica e dorme aqui no sofá, ou tenta dormir né.
- Obrigada, Sophia. - Ela me abraçou.
- Eu queria é saber há quanto tempo você sabe disso tudo e não me contou, já que não pareceu nem um pouco surpresa com nenhuma das revelações. - Pronto, agora ele ia virar sua fúria pra mim...

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