Amor Demais - Capítulo 100

- Pronto mãe, lavei a louça, varri a casa e arrumei meu quarto. – Ela se aproximou enquanto eu passava algumas blusas sociais de Micael. – A senhora pode me devolver o meu celular?

- Posso sim, mas ó – Peguei o celular no bolso e fiz menção de entregar, mas não soltei. – É pra fazer isso todos os dias Laura, ou vai ficar sem celular por mais do que algumas horas. – Soltei o celular, ela assentiu e voltou para o quarto.
Já passava das quatro da tarde quando eu finalmente deitei no sofá pra ver um pouco de televisão. Estava exausta, nem tinha ido pra academia hoje. Laura ainda estava enfurnada no quarto e eu me permiti relaxar.
Abri os olhos quando senti alguém me cutucando. Era Eric que já estava em casa, sentei apressada e cocei os olhos. Olhei no relógio e já passava das seis.
- Ei, mamãe. – Ele sorriu pra mim.
- Filho, quem te buscou no ponto? – Perguntei no meio de um bocejo.
- Ninguém, mamãe, eu vim sozinho! – Falou orgulhoso de si e eu arregalei os olhos.
- O tio da van não devia ter deixado você vir sozinho. – Falei levemente irritada com aquele homem.
- Ficamos esperando a senhora, mamãe. Mas não apareceu. – Fez biquinho e eu o puxei para um abraço.
- Desculpa meu amor. – Lhe dei um beijo na testa. – Agora vamos tomar um banho? – Ele fez careta.
- Precisa mesmo? – Eu ri. – Eu nem corri na escola, mamãe. Ainda estou limpinho!
- Credo, que porquinho!
- Não sou um porquinho, eu sou seu bebê. – Me arrancou outro riso
- Meu bebê tem que gostar de banho pra ser o bebê cheirosinho da mamãe! – Dei um cheiro nele.
- Tá bom, depois podemos lanchar? – Perguntou e eu assenti.
- Agora vai indo pro banheiro que eu vou buscar uma roupa! – Ele largou a mochila e foi correndo para o banheiro. Eu peguei sua mochila e fui atrás de uma muda de roupa pro meu homenzinho.
Eu não dava mais banho nele, mas supervisionava pra ver se ele o fazia direito. Crianças são terríveis. Ele terminou e eu o ajudei a se vestir, pendurei sua toalha e nós fomos pra cozinha lanchar. Ele estava comendo um misto quente quando Laura passou pela cozinha de vestidinho avisando que ia sair. Logico que fui atrás dela.
- Posso saber onde a mocinha está indo? – Perguntei com as mãos na cintura.
- Estou indo na casa do Mateus. – Falou e ficou vermelha em seguida.
- E você não pede? – Ela rolou os olhos.
- Mãe, a senhora sabe que a gente namora. Não precisa disso tudo? – Falou com deboche.
- Laura, eu sei que vocês namoram e não vou impedir isso, mas você tem quatorze anos e ele quinze, vocês deviam ter juízo.
- Mas eu tenho juízo. – Eu bufei.
- Indo de vestidinho pra casa do seu namorado? – Ela rolou meus olhos, então eu tive que perguntar. – Laura, você é virgem filha?
- Mãe de onde você inventou de perguntar isso? – Ela estava com os olhos arregalados.
- Responde Laura. – Disse brava. – Se você não for temos que ir ao medico, você precisa tomar remédios, sou muito nova pra ser avó. – Botei as mãos na cabeça só com o desespero dessa menina engravidar.
- Sou, mãe. – Bufou. – Ainda não fizemos nada, mas não vou contar se fizermos. Que mico!
- Deixa de ser irresponsável, senão vou começar a apoiar o seu pai em relação a esse seu namoro.
- Você não pode fazer isso, ele é doido mãe. – Suplicou desesperada.
- Respeita seu pai, Laura.
- Mãe, por ele eu não ia namorar nem tão cedo e eu estou na idade disso! – Exclamou.
- Eu sei, comecei a namorar seu pai com essa idade, mas eu tenho juízo, Laura! – Me alterei.
- Você engravidou de mim, mãe.
- Laura, eu já tinha dezoito anos quando você nasceu. – Disse ainda alterada.
- Mas engravidou com dezessete. – Jogou na minha cara e estava me irritando.
- Laura, eu não vou discutir com você! – Abaixei o tom de voz. – Eu quero que você me respeite.
- Mas mãe, me deixa ir ver o Matheus. – Suplicou e eu neguei com a cabeça. – Não custa nada.
- Custa, já são sete da noite, seu pai já vai chegar.
- Você pode dizer que estou na casa da Carol. – Sorriu esperançosa.
- Não vou mentir pro seu pai. – Ela rolou os olhos.
- Até parece que nunca mentiu.
- Laura, você está muito abusada e eu não estou gostando disso.
- Eu não fiz nada! – Se defendeu.
- Vai trocar de roupa porque seu pai vai chegar e perguntar pra onde você está indo e eu quero ver a sua resposta.
- Aff, amanhã eu vou poder ir? – Eu bufei.
- Assim que você chegar e fazer seus afazeres em casa.
- Então tá. – Sorriu animada.
- Não vou ficar acobertando você pra sempre se ficar me afrontando.
- Desculpa mamãe linda! – Ela veio correndo e me deu um beijo na bochecha, logo depois foi para o quarto. Adolescentes... Revirei os olhos e voltei pra cozinha onde Eric ainda estava sentado a mesa bebericando seu Nescau.

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